Em uma conferência de imprensa (ridiculamente chamada de “sigilosa” por veículos de péssima reputação, sendo que os participantes foram amplamente divulgados) foi anunciada uma das mais importantes descobertas em termos de exoplanetas até o momento. Utilizando o Telescópio Pequeno para Planetas e Planetesimais em Trânsito (Trappist), instalado no telescópio de La Silla no Chile, pertencente ao consórcio Telescópio Europeu do Sul (ESO), uma equipe liderada por Michaël Gillon, da Universidade de Liège, na Bélgica, descobriu a existência de um sistema de sete planetas ao redor da estrela Trappist-1, conhecida também como 2MASS J23062928-0502285.
Em maio de 2016 Gillon e sua equipe anunciaram a existência de três mundos alienígenas, respectivamente Trappist-1b, 1c e 1d, todos com tamanhos similares ao da Terra e possivelmente capazes de abrigar vida. O estudo da estrela prosseguiu com o instrumento Trappist e outros telescópios, e uma campanha de três semanas de observação pelo telescópio espacial Spitzer da NASA, entre setembro e outubro de 2016, esclareceu as últimas dúvidas. Especificamente, o sinal de trânsito de Trappist-1d era na verdade causado por três mundos e o Spitzer ainda encontrou outros dois, totalizando sete ao redor dessa estrela. Trappist-1 é uma anã-vermelha super fria um pouco maior que Júpiter, e 2.000 vezes menos brilhante que o Sol.
A idade calculada do sistema é de somente 500 milhões de anos e astros desse tipo costumam viver por 4 a 5 trilhões de anos, ou 1.000 vezes mais do que estrelas como o Sol. Evidentemente, sendo bem menor que nossa estrela, a região habitável de Trappist-1 se situa muito próxima e os planetas e (período de 6,10 dias, raio 0,92 o da Terra e 0,62 a massa da Terra), f (valores respectivos de 9,21, 1,04 e 0,62) e g (12,65, 1,13 e 1,64) são aqueles que reúnem as melhores condições, em termos de distância da estrela e massa, para possuírem água líquida e, portanto, possibilidade de abrigar formas de vida. O mundo h é o menos conhecido, pois foi flagrado somente uma vez pelo Spitzer. O mais externo dos planetas orbita Trappist-1 em 20 dias, a 0,06 Unidades Astronômicas (AU) de sua estrela, tem 0,76 vezes o raio da Terra e sua massa é desconhecida. É provavelmente um mundo de gelo.
SISTEMA COM AMPLAS POSSIBILIDADES DE ABRIGAR FORMAS DE VIDA ALIENÍGENAS
Todos os planetas são possivelmente “travados” gravitacionalmente, ou seja, estão sempre com a mesma face voltada para a estrela. Contudo, dependendo das atmosferas que possuam, o calor pode ser transferido de forma equilibrada em suas superfícies. Esse efeito gravitacional, incluindo entre os próprios planetas, pode aquecer o interior dos mundos e especula-se que os dois mais internos, b e c, tenham ativo vulcanismo. É até mesmo possível que, dependendo das condições atmosféricas, todos esses sete planetas possam abrigar água em suas superfícies e, portanto, serem habitáveis. Estudos sobre suas camadas atmosféricas já começaram com o telescópio espacial Hubble e espera-se para os próximos anos, com a entrada em serviço de instrumentos como o telescópio James Webb da NASA, o Telescópio Europeu Extremamente Grande e o Telescópio Gigante Magellan, as pistas químicas de atividade biológica possam ser encontradas nesses e outros mundos de sistemas próximos. A descoberta animou ainda mais a comunidade de exobiólogos, pois cerca de 15 por cento das estrelas na vizinhança do Sol são anãs-vermelhas super frias. A busca por vida alienígena nesses mundos irá portanto se acelerar muito e a grande descoberta deverá vir no início dos anos 2020, de acordo com os cientistas.
Confira imagens e concepções artísticas do sistema Trappist-1
Assista a um vídeo sobre a descoberta
Leia o artigo da equipe de Michaël Gillon na Nature
O Google fez um Doodle sobre a descoberta
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Número de exoplanetas confirmados supera a marca de 1.000
Cientistas buscam evidência de vida alienígena em sistema próximo
Saiba mais:
Livro: Dossiê Cometa
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