O encontro foi o desdobramento de uma reunião ocorrida no início de fevereiro de 2013, quando o ministério debateu procedimentos administrativos para responder a requisição de informações feitas por mais de 30 conferencistas no IV Fórum Mundial de Ufologia.
Na ocasião, determinou-se que todos os documentos sob responsabilidade da Marinha, do Exército e da Aeronáutica relacionados ao assunto fossem tornados públicos, como estabelece a Lei de Acesso à Informação (LAI).
Durante a reunião no ministério, os ufólogos relataram as dificuldades encontradas para acessar documentos classificados como secretos e ultrassecretos. “Existem muitas questões sem resposta em casos famosos como o de Varginha, o da Corveta Mearim e da Ilha de Trindade”, disse, à época, o saudoso e eterno Ademar Gevaerd, editor da revista UFO.
O secretário de Coordenação e Organização Institucional do Ministério, Ari Matos, afirmou que as informações que ainda não se tornaram públicas são exceções. “A regra geral é disponibilizar todos os documentos. Alguns casos ainda têm que obedecer ao prazo legal, mas isso é uma questão que em breve será solucionada”, completou.
Segundo o diretor do Departamento de Organização e Legislação do MD, Adriano Portella, a Defesa tem feito todo o esforço para cumprir os prazos estabelecidos pela LAI no que diz respeito à desclassificação e publicação dos documentos. “A lei determina o prazo de dois anos, a partir de sua promulgação, para a revisão das informações classificadas como secretas e ultrassecretas”, explicou Portella. “Esse trabalho já está sendo feito, e os documentos serão desclassificados dentro do prazo legal”.
Na avaliação de Ari Matos, o resultado mais importante do encontro foi estabelecer uma relação de parceria com os ufólogos. “A LAI abriu a possibilidade de o grande público acessar diversas informações produzidas pelo governo. É preciso criar um caminho regular de contato que atenda aos interesses da comunidade de ufólogos e da sociedade”, disse o secretário.
Mas a reunião teve momentos tensos, principalmente quando os representantes das forças armadas disseram que não tinham documentos sigilosos sob seu poder, ou, e pior, quando disseram que não tinham informação porque não sabiam do que se tratava a reunião. Neste momento, até mesmo o Secretário Ari Matos perdeu a paciência e chamou a atenção dos militares.
Gevaerd, Marco Antônio Petit e Fernando Ramalho fizeram suas manifestações em nome da Comissão defendendo o continuísmo do processo de disponibilização de documentos por parte da Força Aérea Brasileira e sobre as dificuldades dentro dessa mesma realidade, que a CBU vinha tendo com a Marinha Brasileira e de forma ainda mais evidente em relação ao Exército Brasileiro.
Passados 11 anos desde aquele dia, tivemos algumas vitórias com a liberação de mais documentos, mas ainda assim, é pouco. A CBU continua seu trabalho na busca de documentos de cunho ufológico mantidos sob sigilo pelas forças armadas brasileiras.
Se alguns acham que a que CBU e a Revista UFO monopolizam a ufologia nacional, é porque não fazem nada igual. O acesso à Lei de Acesso à Informação é para todos. Nós corremos atrás, outros ficam latindo atrás do caminhão de mudança.
Thiago Luiz Ticchetti
Editor da Revista UFO
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