Um estudo foi conduzido pela Universidade do Hawaii e publicado no periódico Nature Communications. Nele, os estudiosos usaram uma câmera de vácuo chamada W.M Keck Research Laboratory in Astrochemistry, para resfriar a simulação de grãos interestelares a temperaturas de até -270ºC.
Esses grãos foram revestidos em dióxido de carbono e água, algo comumente encontrado em moléculas de nuvens que deram origem às estrelas, e também fosfina – este último, no caso, venenoso para nós na Terra, mas muito útil quando é reagido para formar outros químicos.
Na câmara de vácuo, os pesquisadores expuseram a poeira interestelar à radiação ionizada, simulando raios cósmicos no espaço. Isso produziu coisas como ácido fosfórico que, no caso, é muito útil na criação de vida. “Na Terra, a fosfina é letal para seres vivos”, afirmou o líder do estudo, Andrew Turner, em um comunicado. “Mas no mundo interestelar, um elemento químico como a fosfina pode promover raras reações químicas que levam a moléculas relevantes como oxiácidos de fósforo, que eventualmente podem ser a faísca para a evolução molecular da vida como conhecemos”, afirmou.
A ideia de que blocos inteiros de vida podem ter sido entregues na Terra não é necessariamente nova. Outras evidências de moléculas ou elementos químicos formados no espaço já foram encontradas, enquanto cometas já foram propostos como métodos para trazê-los até aqui. E como cometas contém materiais que datam desde o início do nosso sistema solar, eles podem ter coletado fosfina do universo interestelar, segundo a co-autora do estudo, Cornelia Meinert, da Universidade de Nice, na França. Uma vez no nosso planeta, esse fósforo pode ter ajudado na prevalência da vida.
Entender quando e como a vida se originou na Terra é uma questão que ainda é debatida. Descobrir essa resposta não traria apenas um entendimento sobre o nosso início por aqui, mas ajudaria a compreender a possibilidade do início da vida no resto do universo, também – e a chegada do fósforo é uma peça importante deste quebra-cabeça.
Fonte: Galileu
Veja o estudo no periódico Nature Communications
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