Os relatos de estranhos objetos luminosos sobrevoando a cidade de Carmo do Rio Claro, a 322 km a sudoeste de Belo Horizonte, são tão comuns que seus habitantes conversam sobre o assunto sem qualquer constrangimento. Eles narram as aparições com muita naturalidade. Mas os moradores evitam a proximidade com esses objetos, pois temem os efeitos colaterais já bastante conhecidos pelos mesmos. Moleza, sono, dores no corpo e até manchas na pele, são sintomas que sempre aparecem após um contato imediato. “Se você olhar quando a luz está verde clara, não tem problema, agora, se ficar mirando quando acende o amarelo forte, vai ficar com os olhos irritados por uma semana”, ensinam os habitantes. Outra preocupação comum são os efeitos sobre os carros quando perseguidos de perto por algum UFO. As dezenas de histórias contadas por pessoas que nem sequer se conhecem têm um ponto em comum: os carros ou tratores perdem a velocidade ou ficam acelerados demais.
Se o objeto se aproximar muito, faz pressão sobre o veículo, como se quisesse sugá-lo. Nestes casos, as conseqüências são a pane na parte elétrica, baterias, velas e faróis que costumam “arriar” depois desse tipo de contato. Outro temor entre os moradores que já avistaram os tais objetos é a radiação, como o caso de uma senhora que pediu para não ser identificada. Ela estava visitando a irmã que mora em Carmo do Rio Claro, quando em uma tarde, deitou-se para descansar, passado algum tempo, começou a sentir a sensação de que estava ficando imobilizada sobre a cama, sem conseguir mexer sequer os olhos. De repente, avistou uma luz esverdeada na janela e viu dois homenzinhos se aproximarem da cama. Segundo o seu relato, um “falava” emitindo uma espécie de zumbido e o outro permanecia calado. Ela fez todo esforço para esboçar alguma reação, mas não conseguiu.
Uma estranha radiação
Depois, os homenzinhos foram embora, ela se levantou, meio zonza, apanhou o papel e fez um desenho da cena que acabava de protagonizar. Colocou a figura debaixo de uma pilha de revistas e foi para a rua, com a irmã, que levou a chave da casa. Contou-lhe o acontecido e que tinha feito um desenho da cena com todos os detalhes que lembrou. A irmã ficou curiosa e quando voltaram para a casa, ela entrou e foi direto apanhar a imagem. Para sua surpresa, havia sumido misteriosamente. Retornou à sua cidade, e ao chegar em casa, tocou a campainha, que quebrou. O mesmo aconteceu quando foi ligar a televisão e o aparelho queimou. Depois tocou na geladeira, que também queimou, assim como o liqüidificador e o ferro de passar roupa. Aí, ela se deu conta de que seu corpo estava com alguma radiação ou energia estranha. Com o passar dos dias, esses sintomas desapareceram.
No dia 09 de agosto de 1996, o dono de uma oficina em Carmo do Rio Claro, que trabalha com um trailler nos fins de semana para completar o orçamento da casa, viveu a sua mais estranha experiência. Wilian estava com seus dois filhos e o cunhado Miguel Freitas, 50 anos. Eles trabalharam até a meia-noite, preparando-se para o movimento do dia seguinte, depois foram dormir. Wilian fechou o veículo que ficou completamente escuro, e pegou no sono em companhia de sua filha Denise, 7 anos. Do lado de fora, o cunhado dormia na Caravan com o outro filho de Wilian, Thiago, 12 anos. O pai acordou de repente com os gritos apavorados do cunhado que o chamava, e ao filho Thiago, para verem o UFO. Wilian se assustou ainda mais, ao perceber o trailler, antes, fechado e completamente escuro, agora continuava fechado, mas claro como se estivesse exposto à luz do dia. Sentiu um calor estranho que vinha daquela claridade e ao abrir o veículo e viu o objeto do tamanho de um carro se aproximar voando baixo e fazendo um ruído esquisito.
“Não era barulho de motor, era outro, parecia o girar de uma turbina e a luz era tão intensa que a gente não conseguia reparar detalhes. O objeto pairou bem perto do carro, aí veio o calor. Aquela luz girava e se parecia com dois pratos colocados de bruços, um em cima do outro. Parou alguns minutos, muito próximo do carro e depois foi embora devagar, fazendo um ziguezague pelo céu, até desaparecer atrás da serra”, relata. Passado o susto, veio a sonolência e uma moleza tremenda. Segundo Wilian, Miguel, que viu melhor e por mais tempo o objeto, ficou com os olhos irritados e dormiu por dois dias. O mais absurdo foi constatar no dia seguinte, os efeitos sobre o carro: a bateria estava danificada e as seis velas do carro tiveram que ser substituídas, assim como o platinado. “Estou desde aquele dia tentando consertar o carro, parece que nada mais funciona direito, só faltou fundir o motor”, comentou Wilian, em sua oficina.
Luz persegue na madrugada
Em mais de 12 anos de pesquisas na região Mauro Silva Luz, que é consultor e colaborador do Centro de Investigações e Pesquisas de Fenômenos Aéreos Não Identificados (Cipfani), coletou mais de 80 depoimentos que classifica como importantes, ou seja, aqueles que narram contatos próximos. O testemunho do retireiro Pedro Paulo da Silva, 58 anos, está gravado numa fita cassete de seu enorme arquivo. Na Fazenda Capão Alto, no local chamado Rincão, o retireiro [Empregado que faz a ordenha e tira leite das vacas], que trabalha ali há mais de 36 anos, passou por uma experiência aterrorizante. Em setembro de 1995 Pedro resolveu pescar, numa noite, e levou só o cachorro como companhia. De repente, a luz veio e clareou o lago.
“Pensei que fosse um farol de trator, aí reparei e vi que mudava de cor. Quando a luz ficava verde era como se fosse o farol baixo de um carro, dava pra olhar. Quando ficava amarelo forte, era tão intensa que doía o olho mais do que se olhasse diretamente para o sol. O cachorro começou a uivar desesperado e saiu correndo. Meu olho doía como se tivesse jogado sal. A luz começou a andar. Ajuntei a vara e os peixes, e resolvi ir embora pra casa. Quando andava, fiquei impressionado com minha sombra no chão, como se fosse o Sol do meio-dia”, conta. Mas a experiência mais fantástica do retireiro Pedro, ainda estava por acontecer. Na madrugada do dia 20 de janeiro de 1996 Pedro se levantou antes das 04h00 e se dirigiu ao estábulo, para começar a preparar a ordenha. Quando estava chegando ao rancho reparou que uma luz intensa vinha em sua direção.
“Primeiro pensei que a luz estivesse na estrada, depois vi que seguiu por sobre a lavoura de café, onde não tem estrada, aí virou e veio na direção do rancho”, relata. Pedro diz que ficou perto do interruptor, na beirada do rancho, mas não acendeu a luz. O objeto luminoso se aproximou, chegou muito perto. “Era pouco menor que um carro, devia caber umas três pessoas. Tinha várias luzes e fazia um ruído esquisito. Tentei reparar bem, mas não tinha jeito. Quando a luz ficava esverdeada eu tentava observar, aí acendia o amarelo forte e era obrigado a virar o rosto. Fiquei nessa peleja uns dez minutos. O ruído fazia ‘crac-crac’, dava a impressão que mudava de marcha. Pensei que estivessem manobrando para descer. Me deu um frio na espinha e apertei o interruptor”.
O retireiro se lembra bem dos fatos e continua: “Quando acendi a luz, a nave foi saindo devagar, com a luz verde acesa, aí reparei
e vi que tinha uma sombra escura em cima, mas não deu para distinguir se tinha um objeto maior encaixado com as luzes apagadas”, concluiu. Naquela mesma tarde de 20 de janeiro, três garotas de Varginha alegam ter visto uma estranha criatura, que foi capturada pelos bombeiros e levada pelo Exército.