
A casuística ufológica já é por si só uma matéria apaixonante. Seu estudo se popularizou a partir da chamada Era Moderna dos Discos Voadores, iniciada no ano de 1947 com o clássico avistamento de Keneth Arnold. Mas o que seriam aqueles objetos voadores que tantas testemunhas avistavam, em todos os lugares do mundo? Achávamos, então, que estávamos diante de um fenômeno puramente físico, ainda desconhecido, um fenômeno contemporâneo, recente.
Nosso inconsciente logo adicionou à definição “físico” o sufixo “astro”: seria um fenômeno astrofísico, vinha dos céus, tinha a ver com astral. Um pulo para a realização de nossos desejos da concretização de um sonho: a presença real de visitantes de outros planetas. Entre os pesquisadores da pré-história da Ufologia, a grande maioria era apaixonada pelo assunto (portanto, a priori não era isenta em suas pesquisas), tendendo para a hipótese extraterrestre (HET) como a origem dos objetos não identificados.
Havia os contra, os céticos auto-intitulados científicos ou mesmo cientistas genuínos – o maior expoente deste grupo foi o famoso doutor Donald Menzel –, que achincalhava as testemunhas e fenômeno, rotulando tudo de mistificação, equívoco ou loucura. Mas cerca de 99% dos estudiosos do assunto eram dominados pela paixão, quer a favor, quer contra. Uma das poucas vozes sensatas que foi escutada na década de 50 foi do almirante Euriphebo Berrance Simões, que se popularizou num programa essencialmente de perguntas e respostas de televisão da época, muito assistido, chamado O Céu é o Limite.
Simões concluíra, depois de extensa e séria pesquisa sobre o assunto, que os UFOs, muito mais do que naves extraterrestres, deveriam ser uma arma secreta norte-americana. Afinal o governo e as forças armadas dos Estados Unidos se empenhavam a fundo em um assunto que publicamente tratavam como irrelevante, com o objetivo claro de causar confusão sobre esse tema (evidentemente querendo encobrir algo muito importante e secreto).
Como as informações mais atuais parecem mostrar, Simões se aproximou muito da verdade. Apenas sua conclusão final era equivocada. No final da década de 60, surgiu Erich von Däniken com uma teoria inusitada para a época: Eram os Deuses Astronautas? O próprio título de seu primeiro best-seller chacoalhou o tradicionalismo dogmático das religiões.
Assim como o almirante Euriphebo, em sua constatação da campanha desinformativa dos Estados Unidos da América, abriu-nos os olhos para o óbvio: desde os primórdios da história da Humanidade, objetos aéreos não identificados e seus supostos tripulantes interagem com os seres humanos. Portanto, o Fenômeno UFO nada tinha de moderno ou atual.
Campanha desinformativa – Durante as décadas de 50 a 80, as hipóteses mais mirabolantes foram surgindo, desde objetos voadores não identificados no centro da Terra a missionários evangélicos espaciais; desde pesquisadores alienígenas hostis que queriam se aproveitar de nosso planeta e dos humanos de alguma maneira e ainda criar raças híbridas, até irmãos do espaço altamente espiritualizados cuja finalidade maior seria o de ajudar o povo terrestre e ascensionar com seu planeta para a quinta dimensão.
Por mais mirabolante que possa parecer, nenhuma teoria pode ser considerada comprovadamente falsa, pelo menos em parte. Na verdade, o que acontece – o terceiro ponto óbvio nestas reflexões – é que o assunto é de uma complexidade extrema.
A Ufologia não tem limites definidos: abrange todas as áreas do conhecimento humano, da ciência à religião, da antropologia à alta tecnologia, da história à mitologia, da física à psicologia. E por ser também um tema altamente apaixonante, dificilmente alguém pode pesquisá-la sem a mente preconcebida, em direção a uma teoria favorita, ainda mais abrangendo uma gama tão extensa de conhecimentos. Seria necessário tempo, dinheiro e equipamentos diversos.
Pesquisa abrangente – As organizações militares do mundo parecem ser hoje em dia detentoras das pesquisas mais completas sobre o tema: somente esses grupos poderiam dispor de todas as ferramentas adequadas a uma pesquisa abrangente. Alguns particulares sérios merecem aplausos, como os franceses Aimé Michel e Jacques Vallée.
Eles representam a gama de ufólogos que não se deixaram dominar nem pelas paixões nem pelo ceticismo, usando sempre a lógica, mas também mantendo a mente aberta. Nas últimas décadas, arquétipos claros foram se formando no inconsciente coletivo: de um lado o novo messias, do qual Ashtar Sheran é o exemplo mais bem acabado, com sua legião de anjos-irmãos-do-espaço, e do outro a Legião (assim mesmo com maiúscula, pois é só uma modernização das hordas de Satã) dos alfa-cinzentos e seus seqüestros, mutilações e hostilidades.
Os arquétipos se fortaleceram a tal ponto que milhares de pessoas hoje acreditam que existem duas facções de extraterrestres, os maus e os bons. Isso não significa que não existam grupos de ETs, provavelmente não são dois, mas centenas, e provavelmente todos estão muito além de nossa compreensão atual.
O que quase ninguém comentou – e aqui novamente ponto para Jacques Vallée – é o tamanho incomensurável da dimensão psicológica da Ufologia. Todos os pesquisadores que se julgam sérios deveriam perder um bom tempo tentando estudar e entender a Psicologia. A mente humana possui poderes insuspeitos, que podem parecer fantásticos a um leigo.
Como ela interage com um avistamento real – esta é a principal pergunta que sempre nos fazemos. Em torno dela é que devemos pesquisar. A tendência do lado esquerdo de nosso cérebro – que usa a lógica, a razão – é procurar uma explicação racional para tudo que não entendemos (e aí se incluem os argumentos dos céticos tanto quanto o racionalismo dos adeptos da HET, explicando que é uma pretensão nos julgarmos os únicos habitantes inteligentes do Universo). A tendência do lado direito do cérebro – analógico, intuitivo, criativo – é procurar uma explicação baseada nos sentimentos, em nossos desejos inconscientes ou nos medos e complexos.
Juntando as duas tendências, o que poderemos ter? Um fenômeno físico comprovadamente real pelo tamanho e qualidade de sua casuística, que se manifesta de bandeja para preencher uma explicação – digamos – “lógica”, nossos mais fortes desejos e temores inconscientes. A abordagem psicológica não pára por aí: existem ainda estados de consciência alterada nos quais uma pessoa pode ter a sensação de tempo modificada, uma ampliação de suas capacidades cognitivas, de seus cinco sentidos e até mesmo de sentidos paranormais. Os objetos não identificados parecem feitos sob medida para detonar estados alterados de consciê
ncia, eles são a materialização dos desejos ou temores inconscientes da maioria das pessoas.
A casuística ufológica mundial está repleta de efeitos paranormais nos contatados. E mais repleta ainda de depoimentos que parecem pura fantasia, todavia prestados por testemunhas que sob todos os aspectos são confiáveis e estão sendo sinceras. E há ainda evidências físicas comprovando inúmeros testemunhos. Prato cheio para um psicólogo! Minha opinião é que não existe verdade absoluta, nem na Psicologia nem na Ufologia, nem em nada.
“Tudo é relativo”, já dizia Einstein. Assim co-mo creio que a linha de ação psicológica que pode obter os melhores resultados num tratamento inclui um pouco de todas as correntes (como o behaviorismo, a psicologia cognitiva, Gestalt, psicanálise freudiana, a abordagem junguiana, até a psicologia espiritual ou alternativa holística). Creio também que uma explicação preliminar do Fenômeno UFO, a mais próxima possível do racional, incluiria uma fatia de quase todas as teorias vigentes na autalidade, começando pela abordagem psicológica do assunto.
Projeções psíquicas – Muitas correntes da Psicologia advogam que o pensamento cria a realidade. Assim, curto e grosso, parece fantástico. Mas basta arranhar o estudo para perceber que pode e deve ser verdade. Como citado acima, nossa mente tem poderes insuspeitos, que em algum momento a ciência vai explicar de modo inteligível. Nosso inconsciente nos predispõe a projetar aquilo em que acreditamos, e as atitudes geradas por essa projeção acabam a longo prazo tendo efeitos no plano físico e mais ainda no desenrolar dos acontecimentos. Muita gente pode ter entendido que estou defendendo uma hipótese que advoga que os UFOs são projeções psíquicas – nada disso!
Embora em alguns casos até possam ser, a casuística ufológica está longe de ser um tipo inusitado de alucinação coletiva. Não sou psicóloga, mas não é preciso muito para perceber como a Psicologia está interligada à Ufologia. Os pesquisadores que tomam depoimentos gerados por estados alterados de consciência, como se fossem fatos concretos ocorridos dentro de nossa dimensão de tempo linear, só podem mesmo ficar muito confusos.
Provavelmente, o que ocorre em muitos casos é que a visão de um objeto ou ser concreto, que materializa um arquétipo importante para o observador, gera neste uma realidade virtual só dele, muito difícil de ser decodificada por um leigo em Psicologia, mas nem por isso menos real. Este é um tema que parece ser complicado…
Prosseguindo: é perfeitamente possível entender a maior parte das teorias vigentes numa explicação tanto racional como intuitiva. É necessário tentarmos usar o bom senso e a sinceridade, e não perder nunca de vista – novamente – o óbvio, lembrando sempre as atitudes de censura dos nossos militares e governantes. Parece que proponho tornar simples o complicado, e é o que estou tentando fazer. Vamos nos despir de toda a paixão e usar o máximo de bom senso.
Não foi por acaso que deixei para expor no final deste artigo a teoria dos visitantes de outra dimensão ou viajantes no tempo. Assim, de chofre, parece a mais mirabolante das teorias. Porém, é a mais racional de todas – claro que não é completa; para firmar-se, exige uma fatia adicional de quase todas as outras –, é a que explica mais completamente os depoimentos contrários às nossas leis físicas conhecidas.
Por exemplo materializações e desmaterializações, discrepâncias entre o observado por uma testemunha vizinha à outra, movimentos aerodinâmicos impossíveis, a infinita diversidade entre os tipos físicos dos seres avistados e dos aparelhos por eles usados, naves maiores por dentro do que por fora e todos os depoimentos que incluem algo além do nosso entendimento.
Mundo de fadas – Será que é tão fantástico assim existirem outras dimensões paralelas à nossa? A Física Quântica já não demonstrou que uma partícula subatômica pode ocupar dois espaços físicos ao mesmo tempo? Será que o que chamamos de realidade não é completamente diferente em uma dessas supostas dimensões?
Voltando a afirmar que geralmente o que parece ser é, têm-se descoberto ao longo dos séculos que a maioria das lendas tem sua origem em um fato real. O que acontece é que o psiquismo das pessoas envolve os fatos reais em tanto misticismo que a origem pura fica difícil de ser enxergada! O psiquismo da Humanidade criou dogmas que não pode explicar, ou exorcizou o que temia. Criamos mundos de fadas e duendes, anjos e demônios, deuses e um deus uno que é uma Trindade, irmãos do espaço e alfa-cinzentos predadores.
Tudo isso pode não se tratar de um mito – desconfio que tudo é tremendamen-te real, e mais: que é tudo a mesma coisa. Muitas religiões arcaiquíssimas já postulavam a existência de mundos paralelos. Aquilo que os católicos intuíram como a Santíssima Trindade não cabe muito bem numa trilogia natureza (incluindo o Cosmo), ser humano (Deus/Pai, Deus/Filho), poder mental (Deus/Espírito Santo)?
A sabedoria do Uno não se encaixa como uma luva na simbiose do Universo, o qual inclui a natureza mineral, vegetal e animal de cada planeta? Deus/Filho não se enquadra nos seres racionais, terrestres ou não, desta nossa dimensão ou não? E o Espírito Santo não poderia ser nossa infinita capacidade mental intuitiva e espiritual? Os seres mitológicos ou extraterrestres podem muito bem ser vizinhos de outras dimensões. E isto não exclui a possibilidade de serem também seres extraterrestres.
Será que é tão fantástico assim existirem outras dimensões paralelas à nossa? A Física Quântica já não demonstrou que uma partícula subatômica pode ocupar dois espaços físicos ao mesmo tempo? Será que o que chamamos de realidade não é completamente diferente em uma dessas supostas dimensões?
Por que o espanto tão grande com a diversidade da tipologia dos humanóides? Aqui mesmo na Terra, comparemos um oriental puro, um negro africano sem mestiçagem, um nó
;rdico louro de olhos azuis, um pele-vermelha norte-americano. Cada um parece oriundo de um mundo diferente – essa é uma peça que a lógica freqüentemente nos prega… E o que dizer dos modelos dos discos voadores? Quantos modelos temos aqui de carros e aviões diferentes?
É tanto lógico como intuitivo que devem existir outros planetas habitados, mas não é lógica (por mais que pareça ser) a argumentação de que seus habitantes não teriam a capacidade de viajar até nós devido a distâncias incomensuráveis. Há 200 anos, nem as ondas de um simples rádio eram lógicas. Esses viajantes podem e devem ter encontrado atalhos através do tempo, do espaço e das dimensões.
Realidades virtuais – Devem existir em número inimaginável, incalculável, deve haver de todos os tipos e com todas as intenções, vindos de um mundo paralelo, ou daqui da Terra mesmo, como também dos confins do Universo, sem nos esquecer das realidades virtuais dos estados alterados de consciência. Por mais que não me agrade esse conceito, meus 50 anos de reflexão e estudos me levaram perto da conclusão de que não só UFOs e ufonautas são reais, como deuses, demônios, elementais, fadas, anjos, gnomos etc, também o foram e ainda são. Sua interpretação é que pode ser considerada fantasiosa. E aí é que entra a avaliação psicológica sobre a interação observador-observado. A física quântica também demonstrou que as partículas subatômicas reagem diferentemente de observador para observador.
Todo este artigo aqui apresentado pareceu um passeio pelos terrenos do ocultismo? Talvez porque a palavra ocultismo seja uma denominação tornada pejorativa, ela significa apenas o que está oculto, o que não se pode ver. Racionalmente: o que (ainda) não compreendemos. Não me julguem mal, não sou mística: o que não me impede de crer numa dimensão que seja mais transcendente, que tenha a ver com os poderes da mente que nós, terráqueos, ainda estamos começando a vislumbrar. Ou que tenha a ver com o desenvolvimento de nossa consciência que talvez alguns de nossos visitantes já tenham alcançado. Alguns para o bem, outros para o mal.
Por que Ufologia?
Apartir da curiosidade sobre tudo o que envolve o Fenômeno UFO e da possibilidade de um dia poder observar essas manifestações de perto, montamos o grupo de pesquisas ufológicas Arquivo UFO. Não apenas nosso, como de todos os ufólogos do mundo, o objetivo é descobrir por que esses objetos voadores estão aqui, qual o motivo de suas interferências, positivas e negativas, em nosso planeta – uma vez que eles já estão há milênios em visita à Terra.
E se for verdade (e tudo leva a crer que seja) que os extraterrestres acompanham os acontecimentos em nosso planeta de perto para nos auxiliarem com seus conselhos e experiências, de certa forma tentar ajudá-los, pois estaríamos também ajudando nossa Humanidade. Mas o surgimento de grupos em diversos lugares do país pode ser atribuído também à curiosidade pura e simples pela casuística, o fato em si, ou apenas pela vontade de se ver um disco voador. A transição dos milênios também mexe com a consciência e a imaginação das pessoas.
Pelo fato do Fenômeno UFO ter sido extensamente mistificado e mas-sificado, o apelo da mídia gerou uma grande procura entre os centros de pesquisa para se dar um enfoque esotérico, confundindo um pouco ciência com espiritualidade. O que dificulta, de certa forma, a pesquisa ufológica séria. Sem desmerecer a Ufologia Esotérica que, muitas vezes, ajuda-nos a entender certas manifestações do fenômeno, mas há pessoas que exageram.
Muitos dos novos grupos são formados por gente interessada, que realmente quer estudar Ufologia. O caminho é árduo, mas há a expectativa de acrescer mais informações de base, porque os pesquisadores mais antigos vão contar com um número cada vez maior de pessoas em busca de novos conhecimentos. O Arquivo UFO, em particular, foi criado para divulgar da melhor forma a Ufologia, pesquisando e estudando-a sob todos os aspectos, mantendo o máximo de intercâmbio possível com os demais grupos.
Hoje, em função do assédio das pessoas que vêm acompanhando o grupo, nossas atividades estão sendo propagadas. Além dos integrantes ativos, há algumas dezenas de simpatizantes, membros flutuantes que colaboram com os trabalhos desenvolvidos por nossa instituição. Dessa forma, todos juntos poderemos auxiliar na divulgação e compreensão do Fenômeno UFO. Antes que seja tarde demais.