O grande objeto visto no céu de Natal na noite de 06 de novembro (sábado) foi o satélite chinês FSW- 3 2, responsável por fazer fotografias da Terra. Num primeiro momento, alguns estudiosos chegaram a cogitar que o objeto seria um meteorito. No entanto, o NORAD ? serviço norte-americano responsável por monitorar os satélites em volta do planeta ? confirmou que por volta das 17h30 do sábado o satélite chinês, que entrou em operação no dia 29 de agosto, começou um processo de explosão. O geólogo e estudioso de satélites, Joaquim das Virgens Neto, chamou atenção para outra característica que confirma o fato do objeto ser um satélite e não um meteorito. ?O meteorito é bem mais rápido e explode logo. O satélite é mais lento e solta pedaços em vários locais?, observou. A trajetória do satélite FSW-3 2 foi divulgada pela Agência Espacial Norte-Americana (NASA). O satélite entrou em órbita ainda na América do Norte e começou a explodir no Atlântico Norte, próximo ao Caribe. A estimativa é que quando cruzou os céus natalenses o satélite estava a 80 km de altura. Há informações de que parte do objeto chinês tenha caído na cidade de Elói de Souza. Quando está em órbita, esse tipo de satélite fica entre 150 e 400 km da Terra e consegue capturar imagens a partir de 1 m de tamanho. ?Depois que ele faz as fotos e joga (por pára-quedas) a carga útil com as mesmas, o satélite começa a perder altura?, lembrou o geólogo. Ele ressaltou ainda que esse não foi o primeiro satélite a explodir nos céus potiguares. Há informações de que em 1974 um objeto desse padrão também tenha passado pelo Estado. Joaquim das Virgens comentou que esse tipo de satélite é muito usado pelo governo chinês. A série dele foi lançada em 1966. No início, era usado como espião do espaço aéreo, depois começou o trabalho de fazer registros da Terra. O satélite é lançado da China, capta imagens por um determinado espaço de tempo e em seguida lança a carga útil (com as fotografias) numa estação da própria China, para depois começar a se desintegrar. Esse tipo de objeto tem 2,2 m de diâmetro e 4,5 m de comprimento. O astrofísico Joel Câmara de Carvalho, do Departamento de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, confirmou que o NORAD identificou o objeto como sendo um satélite. O cientista viu no céu de Natal o satélite. ?O horário que ele começou a explodir é próximo do horário que vi o objeto na estrada de Ponta Negra?, lembrou. Estudo teve início como curiosidade O estudo do geólogo Joaquim Martins das Virgens Neto (34 anos) sobre satélites começou como curiosidade. Ele tem como hobby o radioamadorismo e usando alguns satélites que passam pela Terra para se comunicar, o geólogo já fez contatos importantes. Ele contabiliza o fato de ter sido o único radioamador do Nordeste a se comunicar com o ônibus espacial Columbia, em 1992. Em 2002, o contato por rádio chegou da estação americana. ?Eles passaram próximo daqui e perguntaram se alguém queria fazer contato?, lembrou Joaquim, mostrando os cartões enviados pela estação. Joaquim disse que desde jovem sempre gostou de ser radioamador. ?Os meus contatos começaram como hobby, mas me ajudaram a ganhar conhecimento técnico?, revelou. Sobre o Columbia falou: ?Conversei com os astronautas do Columbia e da estação americana. De 09 para 10 de novembro a estação passa próxima daqui novamente”. Sobre o satélite comentou: ?Estava em Santa Luzia (PB) quando uma colega me mostrou algo no céu. Pela trajetória e o perfil do objeto identifiquei que era um satélite?.