A história que remonta à fundação do Centro de Estudos Exobiológicos Ashtar Sheran (CEEAS) é interessante, como a própria história da Ufologia e todas as que se ouve contar sobre os misteriosos casos de aparições de discos voadores em nosso planeta. Mas poucas são tão estranhamente comoventes e marcantes quanto àquela narrada pelo eletrotécnico baiano Paulo Fernandes no livro O jovem que se encontrava com extraterrestres. De um jeito muito simples, direto e sem qualquer afetação. Paulo conta como, morrendo de medo, foi encontrar-se com este mítico e controverso personagem da Ufologia. Ashtar Sheran, entidade que, em seus contatos, se apresenta como comandante de frotas intergaláticas em missão na Terra e outros mundos em semelhante estágio evolutivo. “Sou um homem de paz”, autodefiniu-se a Paulo neste contato, pedindo-lhe que fundasse um centro de estudos de Ufologia.
Desse fato surgiu o CEEAS, há precisos 20 anos, com nome sugerido pelo próprio Paulo Fernandes para prestar uma homenagem aquele ser de porte altivo e voz penetrante. Sempre em contato e seguindo as orientações de Ashtar Sheran, Paulo fundou a entidade em 17 de setembro de 1973, a princípio um centro voltado para o estudo de conhecimentos universalistas de caráter científico-filosófico-espiritualista, uma entidade que se preocupasse com valores humanitários como a fraternidade, o altruísmo e a verdade.
A partir daí, o CEEAS expandiu-se para falar da existência de homens de outras instâncias do Cosmo, que vem ao nosso “belo planeta azul”, como costumam se referir à Terra, falar de paz sem fronteiras e lembrar-nos, segundo eles próprios, de que sua missão é restabelecer o cio entre a Humanidade e a grande família universal. O CEEAS expandiu-se ainda mais de uns anos para cá, montando filiais (que são chamadas de “lojas”, como as maçônicas ou rosacruzes) em São Paulo e Curitiba, totalizando hoje cerca de 50 membros. A entidade realiza um programa que inclui reuniões abertas ao público, com palestras e painéis sobre temas variados, e oferece uma programação especial para crianças. Há 3 anos vem fazendo também, com muito sucesso, exposições educativas sobre os discos voadores e sua enigmática tripulação em shopping centers de Salvador.
Mensagens Cósmicas – Quase sempre estas exposições culminam com grandes eventos na cidade, como ocorreu agora com o 2º Congresso Nacional de Exobiologia. Durante esse evento foi relançado o livro de Paulo Fernandes, mas outras obras também foram publicadas pelo CEEAS, que é presidido pela pedagoga Ana Santos desde 1987, entre elas a Mensagens Cósmicas, onde estão compiladas muitas mensagens de Ashtar Sheran.
Paulo Antônio Landulfo Fernandes era um reconhecido ufólogo baiano mesmo antes de se encontrar com ETs. Dominava eletrônica e se dedicava à música quando fundou o grupo por influência de seus repetidos contatos com o ser, experiências que ainda dividem a opinião dos ufólogos brasileiros mais ortodoxos. Faleceu precocemente ainda jovem, em março de 81, deixando a entidade expandir-se sem parar. “Foi um verdadeiro missionário das coisas do espírito” costumava dizer o general Alfredo Moacyr Uchôa. Foi do CEEAS, através de Paulo, quando ainda vivia, a iniciativa de promover em Salvador o 1º Simpósio de Parapsicologia Aplicada ao Campo Ufológico, juntamente com o general.
Enfim, a entidade queria achar uma fórmula de dizer ao mundo que os tripulantes dos objetos voadores não identificados que há milênios cruzam os nossos céus não são invasores, tal como a ficção científica e setores da imprensa ainda insiste em pregar. Hoje ainda quer encontrar um meio de conscientizar a Humanidade para o fato de que estes homens que vêm das estrelas mais distantes trabalham com dedicação em favor da evolução de seres mais atrasados, inclusive nós. E o CEEAS tem conseguido isso com grande êxito, como se pôde ver durante o último evento de Salvador. O Centro acredita que um trabalho sério, fiel e desinteressado, mas realizado pela coletividade dos ufólogos nacionais, pode acabar com os dogmas e mistérios em torno da questão ufológica. “A entidade tem uma proposta de união”, explica Ana Santos, “E o próprio fato de todas as correntes ufológicas trabalharem juntas, visando esta meta, já seria uma forma dos pesquisadores demonstrarem a capacidade de formar uma consciência cósmica sem fronteiras”, completa.
Se Ashtar Sheran é um enigma, se existe ou não, isso é um fato secundário, se pairam dúvidas sobre sua existência, por outro lado sobram certezas de que entidades como o CEEAS realizam um trabalho sério, honesto e eficiente de divulgação da Ufologia. Isso é o que importa. A Revista UFO, que sempre manteve uma postura tendente ao ortodoxismo dentro da Ufologia, que sempre publicou matérias de cunho mais técnico sobre o assunto, passa a reconhecer, dessa data em diante, a necessidade de abrir suas páginas para outras formas de tratamento do Fenômeno UFO. A Ufologia Mística. Esotérica ou Espiritualista terá, a partir de agora, espaço nesta publicação. Nossa decisão foi tomada como forma de aderirmos ao “pacto informal” representado pela Carta de Salvador, em que se propõe a união de todas as linhas de pesquisa.
Aproveitamos a oportunidade para solicitar aos grupos brasileiros de Ufologia (e ufólogos individuais), de todas e quaisquer tendências, a comunicarem sua existência e atividade ao CBPDV, para que seus endereços sejam publicados em UFO e conhecidos de nossos leitores.