A passagem do cometa McNaught perto da Terra servirá para estudar sua composição e revelar dados sobre a composição do aglomerado de matéria que existia nesta região do Universo antes de o Sistema Solar se formar. O McNaught é um dos corpos que povoam a chamada Nuvem de Oort, um conjunto de cometas com órbitas longas, que se estendem para muito além de Plutão – cerca de 100 mil vezes além da distância que a Terra está do Sol.
“Se o cometa não sofreu muitas interações com outros objetos, pode conter informações interessantes sobre a origem do Sistema Solar”, diz Francisco Jablonski, astrônomo do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). “A espectroscopia (separação da luz por cores) pode calcular a proporção relativa dos elementos químicos que o compõem”.
Observações estão sendo feitas por grandes telescópios da Terra e pelas sondas Stereo e Soho, mas os melhores dados só devem ser colhidos dentro de algumas semanas, pois agora esses instrumentos sofisticados podem ser ofuscados pela luz do Sol. Alguns astrônomos aventam a possibilidade de o cometa ser aniquilado pelo desgaste que sofre ao passar perto do Sol, mas ninguém se arrisca dar certezas. “Ainda não foi possível determinar nem a massa do cometa nem o período”, diz Jablonski.