O mais distante planeta já detectado por telescópio foi descoberto por cientistas na semana passada a uma distância de 17 mil anos-luz da Terra. O planeta, que tem uma vez e meia o tamanho de Júpiter, só pôde ser descoberto por causa de um efeito previsto por Albert Einstein em sua Teoria Geral da Relatividade. Einstein disse que uma estrela ou um planeta que passe exatamente em frente a uma outra estrela serve como uma “lente de ampliação”. Isso porque o campo gravitacional da estrela ou do planeta que passa em frente acaba curvando e concentrando a luz da estrela que está atrás. Assim, ao observarem duas oscilações sucessivas de luz em uma estrela, sendo que, em uma delas, o objeto que passava em frente tinha apenas 0,4% da massa do objeto da outra oscilação, os cientistas concluíram que se tratava de uma estrela e de um planeta (que giraria em torno dela). Sagitário O planeta recém-descoberto fica na constelação de Sagitário e orbita uma estrela anã-vermelha. O planeta provavelmente está a uma distância dessa estrela de apenas três vezes a distância entre o Sol e a Terra. A descoberta só foi possível graças à cooperação entre os astrônomos do projeto Observações de Microlentes na Astrofísica e do Experimento de Lente Óptico Gravitacional. “Estou muito entusiasmado para ver a previsão se tornar realidade com essa primeira detecção de planeta por meio de microlente”, afirmou Bohdan Paczynski, professor da Universidade Princeton e pioneiro na sugestão do uso da teoria para buscar planetas. Ele disse acreditar que, nos próximos anos, mais planetas, até do tamanho da Terra, poderão ser encontrados.