O universo é tão cheio de mistérios e nós sabemos tão pouco sobre ele, que quando conseguimos encaixar uma peça no nesse grande quebra-cabeças cósmico é sempre é um grande feito. é um caminho sem fim em busca de entendermos quem somos e de onde viemos
No final dos anos 90, os cosmólogos fizeram uma previsão sobre quanta matéria deveria haver no universo. Eles estimaram que cerca de 5% deveriam ser de matéria comum e o restante uma mistura de matéria escura e energia escura.
Mas quando juntaram tudo o que podiam ver ou medir na época, a conta estava errada. Muito errada. A soma de toda a matéria comum que os cosmólogos mediram somaram cerca de metade dos 5% do que deveria haver no universo.
Isso é conhecido como o “problema do bárion desaparecido” e, por mais de 20 anos, cientistas buscaram a resposta para essa questão, sem sucesso.
Foi necessária a descoberta de um novo fenômeno celeste e de uma tecnologia de telescópio inteiramente nova, mas no início deste ano, uma equipe finalmente encontrou a matéria que faltava. A resposta estava nas rajadas rápidas de rádio (FRB).
Esperando pela tecnologia
FRBs captados por antenas terrestres. Crédito: Daily Galaxy
Levou 11 anos até que pudéssemos localizar uma primeira FRB. Em agosto de 2018, o projeto colaborativo chamado CRAFT começou a usar o radiotelescópio Australian Square Kilometro Array Pathfinder (ASKAP) no interior da Austrália para procurar FRBs.
O ASKAP capturou sua primeira rajada um mês depois. Quando os cientistas descobriram a parte exata do céu de onde as ondas de rádio vieram, rapidamente usaram o telescópio Keck no Havaí para identificar a galáxia de origem e a que distância ela estava.
A tecnologia e a técnica funcionaram. Tínhamos medido a dispersão de uma FRB e sabíamos de onde ela vinha. Mas precisávamos capturar mais alguns deles para obter uma contagem estatisticamente significativa dos bárions. Então esperamos.
Mapa parcial, mas no caminho certo
Homem observado a Via Láctea. Crédito: Revista UFO
Em meados de julho de 2019, detectou-se mais cinco eventos, o suficiente para realizar a primeira pesquisa do assunto que faltava. Usando as medidas de dispersão dessas seis FRBs, os estudiosos conseguiram fazer um cálculo aproximado da quantidade de matéria que as ondas de rádio atravessavam antes de atingir a Terra.
E eles detectaram os bárions perdidos na íntegra, resolvendo esse enigma cosmológico e pondo de lado duas décadas de pesquisa. Esse resultado, no entanto, é apenas o primeiro passo. Estimar a quantidade de bárions, mas com apenas seis pontos de dados, ainda não constitui um mapa abrangente dos bárions ausentes. Ainda há um caminho a ser percorrido, mas os cientistas aprecem ter encontrado a trilha correta
Fonte: Space. com