Uma equipe de cientistas internacionais acredita ter confirmado a existência de lagos de metano e, talvez, de etano, na superfície de Titã – a maior lua de Saturno -, informa a revista científica “Nature” em sua edição desta quinta-feira.
As imagens capturadas por um radar da sonda Cassini sugerem a presença no hemisfério Norte de Titã de lagos circulares de metano, ou etano, de 3 a 70 km de diâmetro, segundo a equipe dirigida pela professora Ellen Stofan, do Instituto Proxemy Research de Rectortown (Virgínia, Estados Unidos). Os astrônomos defenderam durante muito tempo a existência desses lagos.
Titã é a única lua do Sistema Solar que possui uma atmosfera densa similar à da Terra em suas origens, com finas camadas de nuvens de metano e nitrogênio. A informação recolhida pelo radar da sonda Cassini em 22 de julho passado mostra, segundo os autores do artigo, mais de 75 grandes manchas escuras em torno do pólo.
São superfícies bastante cheias, que contrastam com o terreno circundante, o que faz pensar que se trata de líquido, rochas ou gelo, afirmam os pesquisadores.
Devido a seus traços morfológicos, aos testes radiométricos e à sua situação topográfica, a equipe da professora Stofan chegou à conclusão de que são lagos de hidrocarbonetos em estado líquido, ou seja, de metano.
“Estes lagos do hemisfério Norte constituem o teste mais evidente até o momento da presença na superfície e na atmosfera de Titã de um ciclo hidráulico ativo de líquido que pode se condensar”, concluíram os cientistas.