Na ciência, é bem conhecido pelos pesquisadores que duas grandes teorias físicas não casam: a teoria da relatividade geral de Einstein e a mecânica quântica. A teoria da relatividade descreve a gravidade e o comportamento de estrelas, galáxias e do universo. A mecânica quântica, por outro lado, opera em uma escala muito menor: a dos átomos.
O novo estudo, no entanto, tentou misturar as duas coisas e descobriu que ambas causam algumas esquisitices temporais.
Segundo o resumo da pesquisa na revista científica Nature, “o tempo tem um caráter fundamentalmente diferente na mecânica quântica e na relatividade geral. Na teoria quântica, os eventos se desdobram em uma ordem fixa, enquanto na relatividade geral, a ordem temporal é influenciada pela distribuição da matéria. Quando a matéria exige uma descrição quântica, espera-se que a ordem temporal se torne não clássica – um cenário além do escopo das teorias atuais”.
Segundo a teoria da relatividade geral, a presença de um objeto massivo é capaz de “desacelerar” o tempo. “Na teoria de Einstein, um inimigo poderoso poderia usar os princípios da relatividade geral colocando um objeto massivo – como um planeta – mais perto de um navio para retardar a passagem do tempo”, explica a física Dra. Magdalena Zych, da Universidade de Queensland, na Austrália.
“Nossa proposta procurou descobrir: o que acontece quando um objeto massivo o suficiente para influenciar o fluxo do tempo é colocado em um estado quântico?”, resumiu a Dra. Zych “Haverá um novo caminho para a ordem dos eventos, sem que nenhum dos eventos seja o primeiro ou o segundo – mas em um estado quântico genuíno de ser o primeiro e o segundo”.
Tempo quântico
Embora “uma superposição de planetas” seja praticamente impossível, esse exercício mental permite uma simulação de como o tempo funciona no mundo quântico.
“Mesmo que o experimento nunca possa ser feito, o estudo é relevante para tecnologias futuras. Estamos trabalhando atualmente em computadores quânticos que – falando de maneira muito simples – poderiam efetivamente avançar no tempo para realizar suas operações com muito mais eficiência do que os dispositivos que operam em sequência fixa no tempo, como o conhecemos em nosso mundo ‘normal’”, explicou outro pesquisador da Universidade de Queensland, o Dr. Fabio Costa.
Um artigo sobre a pesquisa foi publicado na revista científica Nature Communications.
Fonte: ScienceAlert