Ossos e dentes retirados no complexo de cavernas subterrâneas conhecidas como El Sidron, na região de Astúrias, trazem as marcas do que seria, segundo os pesquisadores, uma difícil luta pela sobrevivência e contra a fome.
Oito esqueletos de exemplares do homem de Neandertal já foram encontrados em El Sidron desde 2000. A análises dos dentes mostraram sinais de fome ou subnutrição na infância. Ossos apresentaram marcas de cortes.
Os detalhes da pesquisa foram publicados na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.
Alguns ossos pareciam ter sido divididos e partidos no meio, possívelmente para permitir acesso ao tutano ou ao cérebro. “Dado ao alto nível de estresse desenvolvido na amostra, algum nível de canibalismo para sobrevivência seria razoável”, afirmaram os cientistas nas pesquisas.
A equipe, liderada pelo cientista Antonio Rosas do Museu Nacional de Ciências Naturais de Madri, também descobriu que os ossos compartilham características físicas com outros homens de Neandertal europeus do mesmo período.
Rosas e sua equipe descobriram uma variação entre os ossos da mandíbula de exemplares do Neandertal, sugerindo que populações das partes mais ao sul da Europa tinham rostos mais achatados e largos.
As descobertas poderão ajudar a esclarecer alguns aspectos da vida e da morte do homem de Neandertal, que foi extinto há cerca de dez mil anos depois da chegada do homem moderno na Europa, já cerca de 40 mil anos.
Muitos especialistas acreditam que o homem de Neandertal não conseguia competir com o homem moderno por alimentos e abrigo.