A missão deles: coletar dados concretos sobre Fenômenos Anômalos Não Identificados (FANs), o termo moderno para o que muitos ainda chamam de OVNIs. Liderada pelo físico Matthew Szydagis, a expedição de uma semana teve como objetivo trazer ciência rigorosa a um tópico frequentemente descartado ou sensacionalista.
A equipe implantou uma série de ferramentas avançadas, incluindo um sistema de câmera dupla com panorâmica-inclinação-zoom e uma lente olho de peixe, oito câmeras infravermelhas, óculos de visão noturna e um detector de radiação chamado Cosmic Watch, desenvolvido pelo MIT para medir partículas de alta energia, como múons.
Eles também usaram radar Doppler para rastrear objetos no céu. Essa combinação de equipamentos visava capturar diversos tipos de dados visuais, térmicos e baseados em partículas para detectar qualquer coisa incomum e descartar explicações comuns, como aviões, drones ou fenômenos climáticos.
Por volta das 04 horas da manhã de 14 de julho, câmeras registraram uma mancha escura no céu que desapareceu ao longo de vários quadros de vídeo, seguida pelo aparecimento de pontos brancos. Quase ao mesmo tempo, o Observatório Cósmico detectou partículas de alta energia, e radares próximos captaram sinais que sugeriram algo sólido, possivelmente do tamanho de um pássaro ou de uma pequena aeronave.
A equipe testou explicações como insetos na lente da câmera, nuvens ou raios cósmicos atingindo o sensor da câmera, mas nenhuma teoria única explicou completamente os dados. Por exemplo, os raios cósmicos normalmente afetam todo o campo de visão da câmera, não apenas um ponto, e nenhum meteoro foi registrado naquela noite.
Foi um teste para refinar métodos de estudo de OVNIs. Os pesquisadores aprenderam lições importantes: precisavam de melhor sincronização entre os dispositivos, mais câmeras para capturar ângulos diferentes e gravação contínua para evitar perder momentos críticos.
Trabalhar com uma equipe de filmagem para um documentário adicionou distrações, às vezes desviando o foco da coleta de dados. Em futuras viagens, câmeras infravermelhas menores e mais portáteis e múltiplos detectores de radiação serão usados para identificar eventos incomuns com mais precisão.
Eles observam que a maioria dos avistamentos de OVNIs são objetos identificados incorretamente, como aviões ou satélites, algo entre 60% e 96%, com base em estudos anteriores. Mas uma pequena fração, mostrando velocidades ou manobras extremas como as relatadas pela Marinha dos EUA (superiores a Mach 40, com acelerações milhares de vezes superiores à gravidade da Terra), desafia respostas fáceis. Esses casos impulsionam a necessidade de mais dados, coletados sistematicamente.
A equipe planeja instalar estações de sensores semipermanentes em áreas conhecidas por relatos frequentes de UAPs, como a zona rural de Nova York, para coletar dados de longo prazo. Eles também esperam envolver cientistas cidadãos, como outros projetos como o VASCO fizeram para analisar imagens astronômicas antigas em busca de luzes inexplicáveis.
As descobertas da equipe, publicadas em um artigo acadêmico de 2025, exigem mais pesquisas para separar os fatos da ficção nos céus acima de nós.
Fontes e referências:
arxiv.org/pdf/2312.00558