Pesquisadores acreditam que a nova tese pode solucionar alguns dilemas sobre a expansão do universo
Em entrevista à Live Science sobre o estudo, que foi publicado no início de junho na revista Classical and Quantum Gravity, o físico teórico e autor Lucas Lombriser, da Universidade de Genebra, disse que sua nova hipótese lança um novo olhar sobre a teoria há muito estabelecida em torno da aceleração da expansão do universo.
“Neste trabalho, colocamos um novo par de óculos para observar o cosmos e seus quebra-cabeças não resolvidos, realizando uma transformação matemática das leis físicas que o governam. Fiquei surpreso que o problema da constante cosmológica simplesmente parece desaparecer nesta nova perspectiva do cosmos”, disse Lombriser ao Live Science.
Hipóteses de longa data sugerem que o desvio para o vermelho – o alongamento dos comprimentos de onda da luz em direção à extremidade mais vermelha do espectro de cores à medida que um objeto se afasta do observador – é um indicador de um universo em expansão porque as galáxias mais distantes têm um desvio para o vermelho mais alto do que as mais próximas de nós.
Mais recentemente, os astrofísicos levantaram a hipótese de que a taxa de expansão universal está se acelerando – um processo que é conhecido como constante cosmológica ou lambda. Lambda, como observa a Live Science, tem sido um conceito problemático desde que Albert Einstein o descreveu há mais de 100 anos porque as observações não correspondem às previsões dos astrofísicos, levando-os a propor novas partículas ou forças para explicar a discrepância.
Lombriser, no entanto, sugere que Einstein pode ter estado certo na primeira vez antes de apresentar a constante cosmológica quando argumentou que o universo é estático. O astrofísico sugere que as partículas são as que mudam de massa, explicando a diferença no desvio para o vermelho — e não a expansão do universo.
Quando se trata de explicar a matéria escura, que se acredita constituir 80% da massa do universo, mas não pode ser observada diretamente, o estudo de Lombriser sugere que o estranho material poderia funcionar como um campo axiôn, uma partícula hipotética que é considerada um dos principais candidatos à identidade da matéria escura.
As flutuações neste campo podem até significar que não haja, em princípio, necessidade de energia escura, como disse Lombriser, referindo-se à força misteriosa que separa as galáxias em um ritmo acelerado. A teoria pode parecer um tanto estranha, dado o quão bem estabelecida é a teoria do universo em expansão, mas vendo quantos problemas a constante cosmológica causou, provavelmente vale a pena considerá-la.
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