O telescópio espacial Hubble completa no próximo dia 24 de abril 25 anos em órbita desde o lançamento, em 1990, pelo ônibus espacial Discovery. Após a missão de conserto efetuada pela tripulação do Endeavour, em dezembro de 1993, seus problemas iniciais foram corrigidos e o instrumento foi protagonista de uma revolução sem precedentes na Astronomia. Vários programas estão comemorando a data, como o Fantástico da Rede Globo, em vídeo disponível abaixo. Entretanto, devemos apontar o lamentável equívoco da apresentadora referir-se ao Hubble como “engenhoca”, algo absolutamente inaceitável e deplorável.
Após o resgate pelo Discovery, o Hubble foi visitado pelas missões STS-82 (Discovery, fevereiro de 1997), STS-103 (Discovery, dezembro de 1999), STS-109 (Columbia, março de 2002, sua última missão bem sucedida), e STS-125 (Atlantis, maio de 2009). Devido ao desastre do Columbia em 01 de fevereiro de 2003, a intenção da NASA e do governo norte-americano era abandonar o Hubble, porém uma intensa pressão da comunidade científica e da sociedade os obrigaram a voltar atrás, e a missão do Atlantis o deixou operacional, espera-se, ao menos até 2020. Suas imagens não apenas trazem um conteúdo científico inédito, como maravilham pessoas ao redor do mundo. Conforme disse Mario Livio, astrofísico do Instituto de Ciência do Telescópio Espacial em Baltimore: “Ele realmente permitiu às pessoas participar da excitação da descoberta”.
O telescópio espacial James Webb, apontado como sucessor do Hubble, está programado para ser lançado em 2018. Otimizado para trabalhar em infravermelho, ele será capaz de estudar atmosferas de exoplanetas próximos, que deverão ser encontrados pelo telescópio TESS, sigla para Satélite de Investigação de Exoplanetas em Trânsito, que subirá em 2017. Contudo, A NASA ainda planeja o Telescópio de Campo Amplo Infravermelho – Telescópio Focado em Astrofísica (WFIRST/AFTA). Se for aprovado, deverá ser lançado em 2024, e será capaz de procurar por bioassinaturas, os sinais de elementos associados à existência de vida, em mundos distantes. Livio comenta: Ele nos ensinou que para responder as maiores questões da astrofísica, devemos pensar grande e colocar a ambição científica acima de preocupações orçamentárias”.
PROPOSTA DE TELESCÓPIO PARA PROCURAR VIDA EXTRATERRESTRE
Mario Livio, entretanto, defende um instrumento ainda maior, com um espelho de 12 metros de diâmetro, e visão 25 vezes mais aguçada que a do Hubble. Comparando, o espelho dos dois instrumentos mede 2,4 m, e o do James Webb 6,5 m. Um telescópio com tal capacidade, de acordo com Livio, poderia fasculhar os céus à procura de mundos como a Terra, sendo inclusive capaz de produzir informações que permitiriam a tabulação estatística quanto aos números de planetas habitáveis que existem. A Associação das Universidades para a Pesquisa em Astronomia deverá divulgar um relatório em junho a respeito de um telescópio com essas capacidades, e Livo escreveu para sua comunidade, enfatizando que é urgente a necessidade de uma missão como essa. Ele diz: “A grande questão é se existe vida além do Sistema Solar. Então vamos tentar responder a essa pergunta e fazer o que for necessário para isso, ao invés de dar pequenos passos e empurrar a resposta para o futuro distante”.
Site oficial do Telescópio Hubble
Infográfico do Telescópio Hubble
Artigo sobre o aniversário de 18 anos em órbita do Hubble
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