A investigação cuidadosa de UFOs em certas regiões, permite-nos ir armando, peça após peça, um quebra-cabeças que acaba permitindo-nos saber até alguns detalhes do seu funcionamento. A investigadora Maria Irene de Melo Neves, artista plástica competente e ufóloga bem experimentada, começou suas atividades no Centro de Investigação Civil dos Objetos Aéreos Não Identificados (Cicoani), em 1969. Pesquisou com bastante cuidado uma série de avistamentos na região da Serra do Cipó, ao norte de Belo Horizonte. São acontecimentos absolutamente inéditos, mas o que os torna interessantes é que um conjunto deles corrobora, com bastante precisão, um tipo particular de UFO – em forma de barril ou misturador de cimento, ou seja, uma betoneira não muito grande, com dois faróis nas extremidades.
Outros detalhes são: voa apagado, como se emitindo luminescência em toda a sua superfície. O UFO ejeta fachos de luz paralelos ou divergentes e finalmente é dotado de uma abertura central, onde é emitido um sistema de ganchos, provavelmente para captura de objetos, animais e até gente. O uso desse processo de captura – os ganchos – já apareceu algumas vezes nos relatos da região. Como o caso de Hermelindo Coelho Silva, um morador da região de Palmital – embora nesse fato o tipo de UFO fosse diferente – e o caso de José Luzia. Este último caso é o que se apresenta a seguir.
Ter acesso aos depoimentos de gente simples do meio rural, que se não sofre os assaltos que sobressaltam os habitantes das grandes metrópoles, acaba levando ao conhecimento de impressionantes casos de contatos com algo bem mais potente, sofisticado e perigoso do que imaginamos. A linguagem original das testemunhas foi conservada no relato adiante, o que prova que nem os UFOs, nem os personagens de Guimarães Rosa são apenas ficção. O fato se deu na Serra do Cipó, em 03 de novembro de 1978, por volta das 18h20, com José Luzia, um ruralista de 64 anos conhecido como “José do Geve”.
Por favor, descreva o que o senhor viu? Aquilo eu vi várias vezes. A primeira vez ia para casa, quando eu vi a luz. Diabo, desde que eu era garoto nunca tinha visto nada. Mas olhei para lá e para cá e o trem “envinha” baixando. Todo mundo aqui viu. E disseram que “luzerna” está vindo? Meu filho estava na minha cunhada, e quando me viu chegar cansado perguntou o que era. Minha nora disse que eu estava tonto, mas disse que não e só mostrei a eles assim [Apontou o dedo]. E disseram: minha nossa senhora! É o disco, o disco! E ele só fez assim [Chiando], tombou para o lado e foi embora. Depois, mais tarde, eu e meu filho subimos, quando ele perguntou: “Pai, olhe lá o disco”. Nós corremos e escondemos em uma gruta. Duas vezes eu corri.
Na primeira vez que o senhor viu, que cor aquela luz tinha? Era mais forte que um carro. Da mesma cor. Eu corri e caiu cigarro, fósforo, tudo no chão. Tinha uns pés de manga, “araticum”, e me escondi lá. Ele foi, e não me viu mais e foi embora.
O senhor chegou a escutar algum barulho junto daquela luz? Não. Ele veio direto até onde eu estava. Só fez o barulho na hora que o pessoal lá da minha nora apareceu. Ele tem um “butijão” escuro. Aquele “trem” escuro. E a luz dele é de “banda”.
Quando o senhor viu aquilo pela primeira vez? Todas as três vezes eu vi este ano de 1978, no mesmo mês.
Que horas eram quando encontrou o primeiro? O primeiro foi às 18h00. Os outros aconteceram, mais ou menos às 19h00. O tempo estava turvo.
No primeiro dia, durante quanto tempo o senhor ficou observado aquele aparelho suspenso no céu? Uns 15 minutos. A primeira vez as minhas duas filhas também viram o “butijão”. A segunda vez eu estava no mato com o meu filho Gerson dos Santos.
Como era a luz que saia do disco? E a que distância ficou do senhor? Era forte e iluminava tudo. Acredito que tinha uns 30 m de altura.
Sempre que o senhor viu os discos, eles possuíam esta mesma cor e forma de butijão, como nesse caso? Sim. É a mesma coisa que entrar debaixo de um forno. As luzes, que eram duas, “é a mesma” coisa de um carro.
O senhor nos confirmou antes que ele veio se aproximando bem baixo. Dá pra dizer qual era o seu tamanho? Quando ele chegou perto de mim, devia ter muitos metros de largura e comprimento. Minha patroa também viu. A minha nora também. Eu fiquei tremendo de medo. Da última vez ele já estava bem alto. Não me lembro dos dias, não. Aquele objeto era igual a uma betoneira, parecido com um butijão de gás, desses que a gente vê por aí.