Usando o pseudônimo de Bianca, Maria da Aparecida de Oliveira, nasceu em Ewbank da Câmara, no Estado de Minas Gerais, em 1947. Pessoa simples, de instrução primária, Bianca estava vivendo no Rio de Janeiro com seu companheiro, Hermínio Reis, sua irmã e seus 3 filhos, quando, em 12 de janeiro de 1976, sua vida se transformou com um acontecimento inusitado. Bianca e Hermínio passaram por uma experiência ímpar de contato com alienígenas, que conseguem se recordar e contar com impressionante riqueza de detalhes. Depois de muito pesquisada e apurada, sua história se encontra hoje descrita no livro As Possibilidades do Infinito, es-crito por Walter Marques.
O casal acordou cedo, como de costume, e durante o café da manhã resolveu ir a Belo Horizonte vender seu velho carro aproveitando o fato de um amigo estar trabalhando no ramo. Saíram do Rio por volta das 18:00 h. Logo que passaram por Paraibuna, divisa do Estado do Rio com Minas Gerais, pararam o carro no acostamento porque Hermínio, que estava dirigindo, se queixara de sono e sentia os olhos ardendo por causa de um gás que saía do escapamento. O carro era um Karman Ghia ano 65 e tinha alguns buracos no assoalho, além de outros problemas, por onde passava o gás. Ele adormeceu e Bianca ficou acordada, cuidando para que não fossem surpreendidos por alguém.
Neste momento, acendeu um cigarro e olhou o relógio, constatando que eram 23:30 h. De repente, notou uma luz no céu que se parecia com um balão e ficou observando essa luz movendo-se de um lado para outro, entrando e saindo das nuvens. Imaginou estar bem longe mas, aos poucos, foi-se aproximando lentamente. Ficou olhando aquilo com admiração pois nunca havia visto um balão tão bonito, com uma luz vermelho-alaranjada refletindo um brilho transparente. Repentinamente, enquanto desviou um instante o olhar, o balão desapareceu. Pouco depois, numa baixada, logo à frente, uma luz enorme se acendeu e apagou, gerando um clarão muito forte acompanhado de um zumbido e algo grande e escuro começou a chegar perto do carro.
Bianca começou a gritar a Hermínio, para que acordasse porque um avião estava caindo em cima deles. Não tiveram tempo de reagir e foram sugados com carro e tudo para dentro daquele objeto. Entraram em pânico e, quando o carro parou, perceberam que estavam numa sala estranha porque toda a parede parecia iluminada, ao invés de haverem lâmpadas ou algo conhecido. Dois homens se aproximaram do carro de maneira cordial e, com um sorriso nos lábios e finos gestos, convidaram o casal a lhes seguirem. Foram, então, tremendo de medo, para um outro compartimento que ficava numa espécie de piso inferior, que Bianca notara ser metálico. Tomaram uma espécie de elevador e chegaram a uma outra sala ampla, semelhante a um laboratório. Nesse percurso, perceberam que se tratava de um disco voador.
Olhos arredondados — Bianca foi se acalmando aos poucos e passou a reparar nos detalhes de tudo o que via: aparelhos, pessoas, gestos e conversas. Estes seres extraterrestres eram muito altos, com aproximadamente 2 metros, pelo que pôde estimar, e idênticos como se fossem gêmeos. Mas com feições que permitia distingui-los. Eram totalmente iguais a nós, inclusive nas reações e modo de se expressar, somente com os olhos verdes mais arredondados na parte externa e apertados na parte interna, próximo ao nariz. Pele morena, com pêlos no rosto e braços, mãos iguais às nossas, vestiam macacões muito brancos, onde não se podia observar marcas de costuras ou emendas e sapatos também brancos.
Tiveram longa conversa com Bianca e seu companheiro, através de máquinas decodificadoras compostas por painéis de luzes redondas e quadradas, capacetes, braceletes e muitos fios. Nessa conversa, o seu interlocutor se apresentou como Karran, do planeta Klermer, “…muito longínquo e desconhecido dos terrenos”, segundo explicou. Karran estava interessado especialmente em conhecer a maneira de pensar de Bianca a respeito dos relacionamentos dos homens daqui, os conhecimentos inerentes à espiritualidade e ao Criador e foi respondendo a todas as perguntas formuladas por seus abduzidos terrestres. Vários ensinamentos ou respostas às perguntas do casal foram passados através de um breve discurso, que Karran fez a ambos e que Bianca se recorda plenamente, Veja abaixo:
“Não temos necessidade de religião. O Criador se manifesta pela sua criação. Deus não é espírito: é o criador do espírito e portanto infinitamente superior a isso. Sinto minha terra como minha, tudo lá é partilhado entre todos. Somos governados por um único governante. Temos vários de vocês em meu planeta, e com eles aprendemos as diversas línguas faladas na Terra. Não morremos como vocês, mas perdemos a matéria temporariamente. Quando a recuperamos, não começamos a vida novamente, mas continuamos a viver do ponto em que tínhamos parado. Esta é uma das razões pelas quais o conhecimento não se perde, no meu mundo, com o tempo”.
E Karran vai ainda mais longe, dizendo que, em seu mundo, não há guerra. “Somos irmãos! Não temos conhecimento da existência desse ‘satanás’ em parte alguma do Universo”, disse ele ao casal, e garante que tudo que existe entre céus e terras foi criado por uma só vontade. “Satanás foi criado no seu mundo como o responsável pelo mal. Vocês praticam o lado negativo do espírito. A parte positiva é aceitar o Criador como Ele é”, finalizou. Karran explicou ainda a origem do homem na Terra, dizendo que quando aqui chegaram, já encontraram vida espiritual e condições para haver também vida física. “Somente com a existência do mundo espiritual, o mundo material torna-se possível”, explicou ele.
Soro hospitalar — Dentre muitas experiências vividas por Bianca dentro da nave extraterrestre, ela conta em seu livro que comeu uma espécie de pão muito fofo e sem sabor e bebeu um líquido semelhante a um soro hospitalar. A refeição lhes foi servida por uma mulher, que tinha as mesmas características de Karran, também morena de olhos verdes, muito alta, com traços bem femininos. Por terem uma alimentação totalmente controlada e balanceada, Karran explicou que em sua terra não há doenças e nem envelhecimento. Então foi chegada a hora de voltarem à Terra. Neste momento, Karran ofereceu a eles um outro líquido, dizendo que deveriam beber para esquecer tudo o que haviam visto e ouvido, pois seria melhor para eles, uma vez que ninguém acreditaria nos seus relatos e isso os poderia prejudicar.
Bianca pediu que não lhe obrigasse a tomar o líquido, pois não queria esquecer de maneira alguma o que havia acontecido. O extraterrestre concordou com seu insistente pedido e gravou, através de um outro aparelho, a freqüência cerebral de Bianca para poder entrar em contato com ela, por telepatia, numa próxima visita de seu povo ao nosso planeta. Diante de tantas emoções e conhecimentos novos, ao voltarem para casa, Bianca ficou gaga por um longo período. Desde então, ambos permaneceram calados por algum tempo, começando a contar sua hist&o
acute;ria aos poucos para os amigos mais chegados, e finalmente entraram em contato com grupos ufológicos.
Passaram por várias decepções, pois as pessoas não acreditavam no relato de Bianca e, quando acreditavam, procuravam tirar apenas proveito próprio. Com o tempo, depois de muito investigada sua história, foram lhe dando crédito e o caso passou a ser um dos mais conhecidos nos meios da abrangente Ufologia Mística brasileira. No Congresso Internacional de Ufologia, em 1979, Brasília, o general Alfredo Moacyr de Mendonça Uchôa convidou Bianca para se apresentar. Nessa oportunidade, Bianca contou que, no final do ano de 1976, teve novo contato com seu amigo extraterrestre e assim seguiram-se outros contatos sucessivos, realizados em terra firme, sempre marcados telepaticamente através de um ‘contato terrestre’ que Karran utilizava para localizar Bianca e servir de intérprete durante os encontros.
Bianca e Hermínio aprenderam técnicas de domínio da mente, de abandono do corpo material, viagem astral e hoje se dedicam a passar seus conhecimentos para as pessoas através de cursos e palestras que ministram em várias partes do país. Atualmente, Bianca reside em Brasília e pode ser contatada através da editora de seu livro, pela caixa postal 6658, 05389-970, São Paulo (SP).
Ufologia contada em quadrinhos
Há várias maneiras de se contar uma história. A Ufologia Científica opta por contar as experiências de milhares de contatados através de métodos geralmente rígidos e baseados na conduta utilizada pelas ciências acadêmicas. A Ufologia Mística ou Espiritualista, por sua vez, procura contar os casos de seres extraterrestres no mundo através da interpretação dos atos e comportamento de nossos visitantes. Já para o ufólogo Alberto Romero – que é científico e místico ao mesmo tempo –, um bom meio de contar a Ufologia é através de quadrinhos. E com toda a razão.
Romero é um ufólogo argentino da velha guarda, seguidor de grandes nomes da Ufologia portenha, que se radicou na Bahia (vejam só!) há mais de 20 anos – de onde deriva sua alcunha de “baiantino”, da qual se orgulha visivelmente. No Brasil, Romero ganha a vida como publicitário, ramo que exige conhecimentos nas áreas de ilustração, arte-final, criação etc. Sua paixão por quadrinhos é quase tão antiga quanto seu amor pela Ufologia. E seu esmero em retratar cenas e casos através do recurso de quadrinhos é tão competente quanto suas atividades ufológicas.
Desde que se instalou na Bahia, Romero fundou o Grupo de Pesquisas Aeroespaciais Zenith (G-PAZ), um dos pioneiros no Nordeste e no Brasil. Seu grupo esteve adormecido por alguns anos, até que os UFOs conseguissem colocá-lo de volta na ativa, há uns 3 anos. De lá para cá, voltou a ser um dos expoentes da Ufologia Brasileira. Hoje, além de publicar excelentes matérias na Revista UFO, Alberto Romero dispôs-se a veicular, através dessa publicação, algumas páginas de quadrinhos ufológicos em edições alternadas. “É importante que se tenha opções diferentes de se mostrar a mesma realidade”, costuma dizer. Esse número de UFO traz 4 páginas da história de Hermínio e Bianca, consagrada há mais de uma década como um fantástico caso ufológico. A pena e o nanquim de Romero dão emoção especial à sua narrativa.
As possibilidades do Infinito
No livro As Possibilidades do Infinito (Editora Kópion, São Paulo, 1987, 120 páginas, R$ 22,20 – veja encarte das páginas centrais), a autora faz um relato da incrível experiência ufológica que mudou sua vida. Bianca revela os diversos encontros que teve com seres de outros planetas, principalmente com Karran, habitante do planeta Klermer. Através de suas ex-periências, Bianca levanta importantes reflexões. Um desses pensamentos que transparece nas páginas do livro diz res-peito à velha disputa entre empirismo e racionalismo. “A realidade não pode mais ser vista como objeto, mas como atividade humana sensorial. Karran me ensinou que, se os nossos sensores estiverem atrofiados, a realidade que veremos será empobrecida”, diz a autora.
Bianca teve seu primeiro contato extraterrestre aos 28 anos de idade. Tal acontecimento mudou completamente a vida desta mulher simples, nascida no interior de Minas Gerais, fazendo com que ela passasse a aplicar no quotidiano a chamada técnica física para a conquista da autoconsciência. Bianca tenta transmitir, através de seu livro, os conhecimentos que adquiriu durante experiência com os seres do planeta Klermer e com os ensinamentos de Karran. Hermínio, há muitos anos separado dela, procura também ensinar tais técnicas. Cada um tem uma interpretação para os fatos que viveram e aproveitam como melhor podem a repercussão que sua experiência atingiu em todo o Brasil.
— ACK