Sou um entusiasta da Revista Ufo desde o primeiro instante em que a conheci, ainda no velho formato. Quero parabenizar sua excelente qualidade atual – não somente gráfica, mas, sobretudo, a seriedade científica e o esforço com que analisa as maravilhas do universo ao qual pertencemos. Sou formado em ciência da educação, com especialização em pedagogia. Sou também teólogo formado no Marianum, de Roma, onde alcancei a média máxima, Summa cum Laudae. Estando em Roma, pude participar de um dia de encontro mundial sobre Ufologia. Já de volta ao Brasil, fui diretor do Colégio Marista de Natal (RN) e também do Colégio Marista de Aracati (CE).
Sempre que abordo o assunto Ufologia, percebo um grande interesse dos alunos a respeito do tema. Mas confesso a minha surpresa ao constatar enorme ignorância sobre os aspectos astronômicos. Não se alcança o sentido de nossa presença no universo, o lugar que ocupamos, as relações humanas desenvolvidas entre nossas civilizações, aonde queremos chegar com o que entendemos por progresso, qual o destino de nossa tecnologia e, por fim, qual o sentido do ser humano. Freqüentemente percebo uma visão simplista, reduzida apenas ao Sistema Solar e a enumeração primária de seus planetas.
Quando se vai mais longe é o zodíaco que entra em evidência e a astrologia campeia na cabeça dos namoricos e na interpretação da realidade. E a riqueza científica passa ao longe, deixando um grande vazio na complexa integridade humana e o sentido de sua existência. Não há uma compreensão clara da galáxia, das estrelas e do que delas depende, assim como uma cosmovisão mais ampla do universo e da vida, base para uma interação com o Fenômeno UFO. A mídia cinematográfica tem dado – não raras vezes – uma contribuição catastrófica da visão extraterrestre, jogando para cima dela a nossa ambição de poder, de poderio militar e de uma pretensa liberdade, que vêm nos escravizar e roubar o nosso “magnífico” progresso.
Bom Senso — E então os Estados Unidos se apresentam como os “libertadores da humanidade”. Com eles agindo, teoricamente, o mundo poderia caminhar em paz e felicidade. Ora, o bom senso nos leva a ver e a crer que não é assim. Estamos atravessando um enorme risco de degradação dos valores humanos, com a agressão das drogas, da violência, das guerras, da máfia dos medicamentos e da exploração econômica do neoliberalismo. Estamos indo ao espaço levando o melhor de nós mesmos, ou estamos mandando exemplares de que não somos inteligentes e muito menos humanos uns com os outros?
É por isso que venho propor que se faça uma cartilha ufológica, como parte integrante do currículo escolar para os adolescentes. Isso seria de enorme valia para substituir os precários capítulos sobre a Terra e o Sistema Solar dados em geografia. Notem que um dos stands mais procurados na Feira da Ciência e Cultura que realizamos em Aracati, no ano 2001, foi justamente o de Ufologia, montado com o apoio de todo o material que o grupo tinha conseguido junto ao Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV), de Campo Grande (MS).
Penso que poderia ser formada uma comissão que estudasse o assunto e apresentasse essa riqueza neste novo milênio, no conteúdo programático das escolas do Brasil, educando jovens para a universalidade da existência humana e o diálogo amadurecido e solidário com as civilizações extraterrestres. Ao CBPDV, meus parabéns pelas excelentes publicações e esforços empregados em eventos e congressos para a formação de uma consciência solidária neste universo maravilhoso no qual estamos inseridos.
José Milson Melo de Souza,
Natal (RN)
Hipóteses e Fantasias
Sou leitor da Revista Ufo desde a edição 72, a qual, confesso, comprei com certa desconfiança. Mas verifiquei que a revista tem conteúdo e cumpre o papel de divulgar tudo relacionado ao tema, como escreveu o ombudsman Carlos Reis na edição 99. Leio a revista toda, embora tenha dificuldadeem digerir as matérias referentes à Ufologia Mística. Tomando como exemplo a já referida Ufo 99, temos a excelente matéria intitulada Mistérios do Céu e da Terra, onde se descreve uma investigação feita realmente a sério e com método científico. Já a matériaTeoria da Terra Oca apenas faz uma resenha de crenças pitorescas relacionadas ao assunto, cuja leitura é interessante – mas nada acrescenta de substancial. O autor termina com a frase “resta-nos ter paciência para saber qual é a verdade nesse emaranhado de fatos e fantasias”. Mas como, se nenhum fato concreto que corroborasse tal teoria foi citado, somente fantasias?
Já a entrevista com Ademar Eugênio de Mello, na seção Diálogo Aberto da referida edição, é espantosa, pois o entrevistado viaja completamente. E contém pérolas como estas: “É como ligar várias memórias de computador num único programa, potencializando muito a capacidade informática dessa operação”. Isso não significa absolutamente nada, e a leitura desta frase provocaria risos ou cólicas em qualquer especialista de informática, dependendo do seu humor no momento. “A partir do advento do computador quântico, que trabalharia com programas tais como teologia quântica, entre outros…” Essa é outra expressão que nada significa. O que é um computador quântico? E o que é teologiaquântica? E como um programa de computador seria escrito para trabalhar com teologia?
A impressão que fica é que pessoas com inclinação para o misticismo, mesmo tendo uma boa base de conhecimentos, tentam, talvez até inconscientemente, embaralhar o mais que puderem o assunto UFO, criando um sistema particular de crenças e idéias, devidamente fora do alcance do crivo da razão e do método científico. Surgem, desse modo, coisas como Ufologia Ultradimensional e outras. Nada tenho contra as religiões e o misticismo, mas cada coisa no seu lugar. Acho que assuntos tais como a existência de vida em outros planetas, UFOs etc, devem ser estudados rigorosamente dentro do âmbito da ciência.
Cyro C. S. F.
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