Um potente buraco negro, localizado por uma parceria entre o telescópio espacial Chandra, da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), e o Observatório Europeu do Sul (ESO), possui os jatos de gás mais poderosos já visualizados. Tais jatos, colidindo com o gás interestelar próximo, ocasionam sua expansão e aquecimento, como se o buraco negro estivesse enchendo uma grande “bexiga”.
Essa bolha possui uma extensão de 1.000 anos-luz, comprovando a potência dos jatos emitidos por ele. Os astrônomos estão considerando esse objeto como um micro-quasar. Um quasar é um objeto cósmico muito distante e, portanto, muito antigo, que se constitui em uma grande fonte emissora de ondas de rádio. Acredita-se que são imensos buracos negros, com milhões de vezes a massa do Sol, que no passado estiveram no centro de galáxias muito antigas. Vale lembrar que são muito massivos e ocupam o centro de quase todas as galáxias, incluindo a nossa Via Láctea.
Esse buraco negro, o mais potente micro-quasar já descoberto, encontra-se na periferia da galáxia espiral NGC 7793, a 12 milhões de anos-luz de distância. Os astrônomos calculam, a partir do tamanho e da velocidade de expansão da bolha, que os jatos emitidos pelo mesmo estão ativos a no mínimo 200.000 anos. Algo que espantou os cientistas foi o fato de esse objeto ter apenas algumas massas solares, pouco para um buraco negro.
Buracos negros liberam imensas quantidades de energia enquanto engolem a matéria circundante. Grande parte dessa energia é emitida na forma de radiação, especialmente raios X. Mas essa nova descoberta comprova que alguns desses objetos podem liberar ainda mais energia na forma de jatos de partículas em alta velocidade. Os astrônomos dizem que se este em NGC 7793 tivesse o tamanho de uma bola de futebol, cada jato se estenderia da Terra até além da órbita de Plutão.
Ainda não existe uma maneira de medir o tamanho dos próprios, sempre localizados devido ao comportamento da matéria ou dos corpos a seu redor. O menor desses objetos até agora conhecidos tem cerca de 15 km de raio. Um de 10 massas solares tem tipicamente um raio de 30 km, e um grande pode ter até 300 km de raio, mas os jatos de partículas e radiação que emitem podem se estender até centenas de anos-luz de cada lado.