Em janeiro de 2000 gigantescas bolas de gelo, pesando entre 2 e 3 kg, caíram do céu na Espanha por 10 dias, causando sérios danos materiais e colocando vidas em risco. Desde então, o fenômeno se repetiu comprovadamente mais de 50 vezes em muitos outros países, apresentando bolas ainda maiores que variavam entre 11 e 17 kg. Cientistas espanhóis e norte-americanos estão estudando as ocorrências do que apelidaram de megacriometeoros para entender os mecanismos de sua formação. O Dr. Jesus Martinez Frias, do Centro de Astrobiologia de Madri acredita que blocos enormes de gelo possam estar surgindo em lugares inesperados. Seu colega Dr. David Travis, catedrático de geografia e geologia da Universidade de Wisconsin, em Whitewater, EUA, teme que a assustadora fenomenologia esteja apenas começando já que pode estar relacionada ao crescente aquecimento global. Análises de amostras de gelo de 2000 incidentes afastaram as tradicionais hipóteses da “água despejada dos sanitários dos aviões” e “gelo condensado nas asas das aeronaves”. As bolas são químicas e estruturalmente diferentes do granizo. Freqüentemente são formadas em céu limpo, sem nuvens. O tamanho das bolas e a limpidez do céu faz com que a fenomenologia seja vista com ceticismo por alguns meteorologistas. O Dr. David Travis acha que os megacriometeoros são gerados por condições incomuns na tropopausa, a fina camada de transição entre a troposfera (baixa atmosfera) e a estratosfera, que fica entre 6 e 15 km de altitude.