A vida no espaço aumentou significativamente a virulência de bactérias, revelaram experimentos feitos com colônias de salmonela em um vôo do ônibus espacial americano Atlantis.
Uma pesquisa conduzida pelos microbiólogos Cheryl Nickerson e James Wilson, da Universidade do Arizona (sudoeste) mostrou a importância de um regulador biológico na bactéria que desencadeou uma mudança genética. Essa alteração quase triplicou a virulência da salmonela.
O resultado dos trabalhos, publicados nos anais da Academia Nacional de Ciências de 24 de setembro, podem contribuir para o avanço das pesquisas sobre doenças infecciosas –no espaço e na Terra– e levar ao desenvolvimento de novas terapias, afirmam os autores.
As colônias de salmonela, bactéria causadora de intoxicações alimentares, foram colocadas em recipientes lacrados a bordo do Atlantis em um vôo recente.
Após terem voado milhões de quilômetros ao redor do planeta, as bactérias foram analisadas para determinar o efeito genético molecular de seu organismo, comparando-as com outras bactérias em laboratório que nunca deixaram a Terra.
As bactérias “espaciais” apresentaram mudanças em 167 de seus genes, o que as deixou quase três vezes mais potentes.