O avião experimental Solar Impulse, criado pela companhia de mesmo nome fundada pelo aventureiro Bertrand Piccard, realizou um vôo de mais de 24 horas de duração sobre a Suíça, movido apenas pelas células fotovoltaicas que cobrem suas asas. Essas células geram eletricidade que alimentam seus quatro motores elétricos, além de carregar baterias de lítio polímero que pesam 400 kg. A missão comprovou que assim abastecidas, as baterias conseguem manter o avião no ar mesmo durante a noite.
Depois de testado em vôos mais curtos que começaram ainda em abril, o Solar Impulse conseguiu cumprir os objetivos da missão, decolando no dia 7 de julho e aterrissando após transcorridas quase 25 horas. Tanto a decolagem quanto o pouso ocorreram em Payerne, a 50 km de Berna, e o piloto Andre Borschberg, que já foi da Força Aérea Suíça, manteve-se acordado por toda a noite a fim de monitorar a aeronave. O Solar Impulse atingiu uma altitude máxima de 8500 metros, voando a mais de 120 km/h.
Segundo Bertrand Piccard, idealizador do projeto, a idéia partiu quando ele deu a volta ao mundo no balão Breitling Orbiter III em 1999, tendo gasto mais de 3 toneladas de propano líquido na aventura. Convencido que combustíveis fósseis não fazem bem ao planeta, ele propôs a idéia de um avião movido a energia solar.
O avô de Piccard, Auguste, realizou vários vôos de balão pioneiros no começo do século XX, e seu pai, Jacques, visitou a Fossa das Marianas no Pacífico, o lugar mais profundo do oceano, nos anos 1950. Segundo Piccard, as tecnologias que dispensam os combustíveis fósseis se tornam mais práticas a cada dia, e o próximo passo será conceber uma aeronave maior para vôos de longa duração.