Assim que foi divulgado o logo da recém-criada Força Espacial dos Estados Unidos, a associação foi imediata com o emblema da Frota Estelar, pertencente à Federação dos Planetas Unidos, da franquia Star Trek [1966]. Mas para muito além disso, há várias considerações a se fazer sobre a criação dessa nova Força, a primeira em mais de 70 anos, e que abrigará a unidade do Pentágono focada em guerras no espaço.
Donald Trump, o presidente norte-amercano, ordenou a criação do comando militar espacial em 2018 — medida que o então secretário de defesa, Jim Mattis, rejeitou por considerar cara e inútil. Em junho daquele ano, o presidente justificou a intenção de criar o novo ramo das Forças Armadas, dizendo que “Nosso destino além da Terra não é apenas uma questão de identidade nacional, mas uma questão de segurança nacional”.
Verdade seja dita, não são apenas os Estados Unidos que deram esse passo, a China, a Rússia e também o Japão trabalham em suas próprias explorações defesas espaciais, por meio da criação da Força Espacial.
O vice-presidente Mike Pence havia dito, anteriormente, que os dois países tinham lasers e mísseis antissatélite que seu país precisa combater. “O ambiente espacial mudou fundamentalmente na última geração. O que antes era pacífico e não disputado agora está lotado e cheio de atrito”, disse ele.
A unidade não pretende colocar tropas em órbita, mas proteger os ativos dos Estados Unidos, como as centenas de satélites usados para comunicação e vigilância. Segundo a secretária da Força Aérea Barbara Barrett, a Força Espacial contará com cerca de 16.000 integrantes, entre membros da Força Aérea e civis, e será liderada pelo general Jay Raymond, que atualmente administra o Comando Espacial dos Estados Unidos (Spacecom).
No início deste mês, o presidente russo Vladimir Putin sugeriu que a expansão americana no espaço representa uma ameaça aos interesses da Rússia e exige uma resposta. “A liderança político-militar dos Estados Unidos considera abertamente o espaço como um teatro militar e planeja realizar operações lá”, disse Putin.
Pois é, estamos muito longe ainda dos grandes ideais da Federação dos Planetas Unidos. Mas talvez, quem sabe, consigamos chegar lá um dia. A data estelar ainda está para ser definida. Vida longa e próspera a todos.
Veja o que a nova Força Espacial poderá trazer em termos de tecnologia