Um grupo de astrônomos norte-americanos detectou, pela primeira vez, a presença do gás peróxido de hidrogênio na atmosfera de Marte, uma substância considerada mortal. Além de ajudar a explicar a inexistência de vida no planeta vermelho, a descoberta também possibilita calcular teoricamente a existência de novos elementos químicos na atmosfera marciana, como compostos de nitrogênio. Há 30 anos os especialistas já suspeitavam que o peróxido de hidrogênio compunha a atmosfera marciana, mas somente observações recentes puderam comprovar a hipótese. De acordo com as medições dos astrônomos do Instituto de Ciência Espacial, no Colorado, Estados Unidos, a substância está presente em quantidades pequenas no planeta –aproximadamente 20 moléculas por milhão de moléculas de dióxido de carbono. Entretanto, funcionando como um catalisador, a substância aumenta a quantidade de dióxido de carbono e monóxido de carbono na atmosfera de Marte, ao mesmo tempo que reduz a de oxigênio –substância necessária para o desenvolvimento da vida. Segundo os pesquisadores, caso o ar de Marte estivesse livre do peróxido de hidrogênio, o oxigênio representaria cerca de 10% da composição de sua atmosfera. O pesquisadores conseguiram provar a existência da substância utilizando o telescópio James Clerk Maxwell, localizado no topo de um vulcão inativo do Havaí. O trabalho foi realizado em agosto passado, quando Marte atingiu a menor distância com a Terra que já se teve registro.