Ao longo dos anos em que temos praticado Ufologia em nosso país, sentimos que o público brasileiro é extremamente receptivo à questão, acompanha com atenção o assunto e não contesta a existência de UFOs e ETs à nossa volta. Verdadeiras hordas de pessoas comparecem a congressos e eventos em todo o Brasil, prestigiando ufólogos de todas as correntes de pensamento e dando sua contribuição ao tema, na forma de relatos de experiências pessoais que cada um tem – que, somados, formam o que chamamos de casuística ufológica. Igualmente, a imprensa nacional tem desempenhado um papel ao mesmo tempo muito responsável e importante para a difusão da Ufologia. Quando alguma coisa sobre o assunto é apresentada na “mídia”, os índices do Ibope vão literalmente às alturas¹.
Enfim, o país reúne condições excepcionais – se comparadas às de outros países – para a propagação de verdades sobre as constantes visitas de extraterrestres ao nosso planeta. Na verdade, pode-se dizer que o Brasil é, de fato, um país até bem preparado para conviver com uma nova e emergente realidade que, fatalmente, nos atingirá em breve: a constatação de que passaremos, num futuro bem próximo, a conviver com civilizações de outros mundos. Não é à toa que, a cada semana, um novo grupo de pesquisas aflora em algum estado do país. Ao mesmo tempo, a cada semana, a imprensa nacional traz reportagens extensas sobre acontecimentos ufológicos – ainda mais de uns meses para cá, desde quando os UFOs não param mais de sobrevoar nossas cidades e perseguir nossos habitantes.
A receptividade que nosso público dá à questão ufológica é, no entanto, extremamente delicada e pode ser perigosa. Elementos ligados ao segmento ufológico encontram-se em condições propícias para usarem a imensa boa fé das pessoas para propagarem fatos que, se não forem grotescas mentiras, pelo menos carecem de um mínimo indispensável de confirmação. São pessoas que, movidas pelas mais variadas razões, encontram na Ufologia um campo fértil para plantarem o que bem entenderem. Nós todos já sabemos – e não precisamos de mais prova alguma – que estamos sendo visitados por inúmeras civilizações extraterrestres, com os mais variados interesses. Sabemos também, e muito bem, que algumas dessas civilizações são extremamente avançadas e raptam seres humanos para exames médicos a bordo de suas naves.
FORA DA TERRA — Igualmente, é notório que humanos terrestres, gente de carne e osso, estão sendo levados a bordo de naves espetaculares a diversos pontos fora da Terra. Essas pessoas, em geral, não se recordam do que passaram nas mãos de ETs, a menos que sejam submetidas a hipnoses regressivas e a outras técnicas, mas passaram por experiências fantásticas e reais, atestadas pelos meios descritos. Para completar o quadro dos legítimos absurdos a que somos submetidos por nossos “visitantes”, também sabemos – e disso já temos provas suficientes – que alguns humanos parecem ser, digamos, especiais, aos olhos de certas civilizações alienígenas, pois estas os contatam com bastante regularidade.
Falar sobre esses assuntos com leigos pode ser difícil. Mas entre nós, ufólogos veteranos ou iniciantes, ou meramente ufófilos (aqueles que têm interesse sério no assunto mas não o pesquisam), esses são temas corriqueiros. Esses fatos não mais surpreendem ou mesmo assustam, de tal maneira que estamos habituados a lidar com essa nova e inusitada realidade. Ufólogos de grosso calibre têm emprestado sua reputação ao longo das últimas décadas para garantir que aspectos sobre esses temas sejam confirmados pelos mais variados meios. Hoje, têm-se como certo que há uma relação estreita entre várias civilizações extraterrestres e a Terra. No Brasil, e no mundo inteiro, evidências para isso não faltam – graças a um verdadeiro batalhão de ufólogos trabalhando dia e noite.
É notório que humanos terrestres, gente de carne e osso, estão sendo levados a bordo de naves espetaculares a diversos pontos fora da Terra. Essas pessoas, em geral, não se recordam do que passaram nas mãos de ETs, a menos que sejam submetidas a hipnoses regressivas e a outras técnicas, mas passaram por experiências fantásticas e reais, atestadas pelos meios descritos
Para se ter uma idéia, a Revista UFO é uma publicação que vive basicamente das contribuições editoriais de centenas de pesquisadores, brasileiros ou estrangeiros, conhecidos ou não. No expediente da revista estão listados os maiores nomes na área em nosso país. Pode-se dizer, sem margens para erro, que cerca de 99% dos ufólogos brasileiros estão ligados à UFO, direta ou indiretamente. São estudiosos que trabalham seriamente na questão, garantindo a veracidade dos fatos, incumbindo-se de sua divulgação e zelando por sua integridade. Esses pesquisadores muitas vezes são também conferencistas, que militam nos inúmeros eventos que se realizam todos os meses no país. Do trabalho desse batalhão de voluntários surgem as edições de UFO (e UFO Especial), que a cada mês veiculam informações recentes e corretas sobre Ufologia.
Mas a questão ufológica pode ser usada com outras finalidades, por quem quer que seja, indiscriminadamente. Como não há necessidade de determinada pessoa ter algum curso ou diploma de ufólogo – já que não existe um curso deste tipo em vigor –, qualquer um pode apresentar-se a uma platéia ou a um veículo de imprensa como tal, falando o que bem entender, o que achar melhor ou o que mais interessar aos seus propósitos. E como não há qualquer associação de classe ufológica² que garanta que apenas elementos reconhecidos apresentem-se ao público na condição de ufólogos, a Ufologia pode ser considerada uma espécie de “terra de ninguém”. Cada ufólogo, seja ele sério ou não, reconhecido ou não, pode falar a qualquer platéia de qualquer congresso o que bem desejar. Ou pode apresentar-se numa emissora de TV ou redação de jornal para emitir as opiniões que mais lhe interessarem. Enfim, não há como policiar isso.
Por outro lado, para complicar ainda mais o quadro, também não há meios de se impedir que pessoas, usando a boa vontade dos outros, apresentem-se em público iludindo-o com estórias de que tiveram extraordinárias experiências ufológicas, que mantêm contatos diários com ETs lindos e maravilhosos, que viajam a outros mundos a hora que bem entendem etc. Esse tipo de alegação tem sido apresentada ao nosso público com espantosa freqüência, por pessoas provenientes dos mais variados segmentos dentro e fora da Ufologia. E quase nunca – ou nunca – provam o que dizem. Como princípio, a Ufologia tende a reconhecer os casos ufológi
cos que são narrados por seus pesquisadores, e não pelas próprias testemunhas, caso estas não tenham sido analisadas. Ou seja: se alguém passa por uma experiência extraordinária, como a viagem num UFO – que é possível e já aconteceu a muita gente –, essa pessoa deve passar pela investigação de um ufólogo reconhecido para ter seu relato atestado.
Experiência é credibilidade em Ufologia
Assim, nessa mesma linha de raciocínio, quanto mais experiente o ufólogo, maior a credibilidade do caso em questão. E há casos espetaculares, em que pessoas de fato foram levadas a outros mundos por ETs, que são devidamente atestados por ufólogos e amplamente reconhecidos pela comunidade ufológica internacional. Ou seja: não há fatos absurdos na Ufologia, desde que alguma pesquisa tenha sido feita para confirmá-los. Assim é que se forma a casuística ufológica. Assim é que chegamos a saber tudo o que sabemos sobre os UFOs. Com o trabalho ininterrupto e diligente de ufólogos que, movidos por uma paixão pela verdade, pela exatidão, vão a campo garimpar os casos e separar a terra do ouro. Há incontáveis exemplos desses abnegados em nosso país. A maioria deles, por imensa felicidade, está ao nosso lado, trabalhando conjuntamente com UFO no desenvolvimento de uma consciência nacional sobre a questão. E qualquer um pode ver o claro resultado disso…
Ao longo dos anos, muitos indivíduos surgiram na Ufologia com alegações extraordinárias, mas inconseqüentes, que jamais puderam ser confirmadas. Essas pessoas usam a ingenuidade ou cordialidade de organizadores de congressos para contarem estórias de que são amigos de ETs, que os recebem para almoços ou jantares, que volta e meia vão a outros planetas etc
No entanto, nem sempre as coisas são assim, claras, transparentes, cristalinas. Há muita gente em nosso meio – no seio da comunidade ufológica nacional – falando coisas fantásticas como se fossem verdades genuínas, sem sequer se darem ao luxo de se submeterem a algum tipo de crivo por parte dos ufólogos que, reconhecidamente, trabalham com imparcialidade pela Ufologia. Há pessoas que literalmente apresentam-se como portadoras de informações exclusivas que teriam recebido diretamente do que chamam de “seus amigos ETs”, que não se importam em apresentar a menor evidência do que estão falando. Esses indivíduos simplesmente abusam da farta credulidade de alguns incautos, especialmente aqueles carentes do conforto espiritual que certas palavras proporcionam, para espalharem fatos que podem até ser verdade, mas que precisam ser, no mínimo, confirmados.
Ao longo dos anos, muitos indivíduos surgiram em nosso meio com alegações extraordinárias, espetaculares e inconseqüentes, que jamais puderam ser confirmadas – e eles próprios tinham o maior interesse em nunca terem sido analisadas. Essas pessoas, usando da ingenuidade ou cordialidade de organizadores de congressos por todo o país, forçam seu convite para apresentarem conferências (ou mesmo se auto convidam), dirigindo-se a platéias interessadas em Ufologia com estórias de que são amigos de ETs, que os recebem para almoços ou jantares, que volta e meia vão a outros planetas, que de vez em quando conhecem outras galáxias, que têm contato com mundos lindos, que sabem tudo sobre hiperfísica etc, etc. Estas são estórias – e não histórias – lindas e maravilhosas que extasiam os ouvintes, mas que carecem de um mínimo imprescindível de confirmação. Algumas dessas pessoas têm grande carisma, desprendimento, excelente oratória e se mostram bem sinceros – cinicamente sinceros – ao darem seus depoimentos. Com isso, conquistam os desavisados com suas magníficas, porém mentirosas, elucubrações.
NATUREZA PACÍFICA — O pior de tudo é que a comunidade ufológica, por sua natureza pacífica – ninguém quer guerra com ninguém – tem sido obrigada a conviver com esses indivíduos. E muitas vezes é até confundida com eles, por pessoas que acompanham a Ufologia mais de longe, que não têm condição de discernir o que é certo do que é errado. Assim, quando esses oportunistas se apresentam num congresso, seus depoimentos alucinados recebem a mesma atenção e o mesmo tratamento que ufólogos renomados e honestos, que para lá levam o resultado de seu trabalho. Não raramente, chamam até muito mais atenção do que o trabalho sério de pesquisa casuística. Como boa parte do público presente a eventos ufológicos não está tão inteirado da questão ao ponto de separar o que pode e o que não pode ser verdade ou confirmado, isso gera um estado de coisas insuportável dentro da Ufologia. E quem sai perdendo são os ufólogos de verdade, cujo trabalho é confundido com as alucinações destes elementos. Estes é que saem ganhando, pois utilizam-se do prestígio dos sérios.
Alguns desses indivíduos são de um cinismo fora do normal. Não vamos citar seus nomes nesse artigo, por questões de ética, mas muitos de nossos leitores evidentemente saberão de quem estamos falando. Para se ter idéia de até onde a hipocrisia dessas pessoas pode chegar, num recente evento ufológico no Rio Grande do Sul, um desses auto intitulados contatados fez alegações fantásticas e, como sempre, sem a menor preocupação em confirmá-las com alguma evidência. Num espasmo de desvario, este contatado simplesmente apresentou-se como estando “…em contato com várias civilizações extraterrestres. Algumas delas com regularidade”. Quando alguém faz uma declaração dessas, arrebata para si a responsabilidade de provar o que diz. Não reconhecer essa responsabilidade é simplesmente zombar da inteligência das pessoas. Ainda sem apresentar o menor sinal de evidência para substanciar o que diz, garantiu à platéia que “…já fui várias vezes a Alfa Centauro e a outras estrelas”. Declarando coisas desse tipo, sem provar, o indivíduo, irresponsável e cinicamente, corrói a Ufologia, embora essa não seja sua preocupação…
ALFA CENTAURO — Abusar da boa fé de incautos e despreparados, zombar da inteligência das pessoas, achincalhar o meio ufológico – é isso o que o indivíduo fez, sem a menor cerimônia. Isso sem falar que desprezou o trabalho suado de seus ‘colegas’ no evento, aqueles ufólogos com quem repartiu o palco, ou mesmo contatados cujas histórias têm – essas sim – confirmação nítida, legítima e aceitável. O indivíduo em questão vai à Alfa Centauro como se vai ao supermercado, no momento que bem entender, mas não é capaz de trazer de lá uma única prova de sua experiência. Aliás, prova não lhe interessa. Esse mesmo contatado teve o disparate de dizer que estava ali, naquele evento, na
condição de convidado, para “…compartilhar essa fantástica experiência com a platéia, não para provar coisa alguma”. Não precisava dar provas, já que não queria provar coisa alguma, mas sim dividir com todos a glória e a êxtase de viver momentos legais noutra constelação… Ou seja: quis parecer estar fazendo um favor a todos, o que é de um cinismo de outro mundo.
Ao contrário do que imagina este indivíduo, precisa dar provas de suas experiências, sim. Ou será que é decente se usar um microfone em público para contar o que lhe vier à mente sem dar-se ao trabalho de respeitar a platéia brindando-lhe com, pelo menos, uma única evidência plausível de sua experiência? O referido orador deve ter, no mínimo, respeito pelos presentes e decência para pronunciar-se com algo que possa ser confirmado. Se tudo o que estiver dizendo for, de fato, verdade, então por que esconder as evidências disso? Se suas afirmações são de fatos reais, por que não mostrar as evidências ao público? Nós não merecemos esse tratamento? Não merecemos respeito? Se a pessoa tem provas de suas viagens interplanetárias, “…mas não acha necessário dá-las por estar apenas querendo repartir a experiência com seus semelhantes”, o que custaria oferecer a estes humildes semelhantes algo que possam tocar, ver ou sentir? É mais honesto, mais decente, menos desrespeitoso.
Centenas, talvez milhares de pessoas já foram levadas desse mundo para conhecerem outros, a bordo de estupendas naves espaciais tripuladas por emissários de avançadíssimas civilizações. Dezenas desses casos são conhecidos da Ufologia, foram intensamente pesquisados, estão exaustivamente registrados e podem ser conferidos por quem quer que seja. Ao mesmo tempo, milhares de alucinados já surgiram na Ufologia dos mais diversos países, ao longo das últimas décadas, com as mais mirabolantes estórias para contar. Enganaram muita gente, publicaram diversos livros, ganharam algum dinheiro e depois desapareceram. Suas estórias simplesmente não tiveram sustentação por muito tempo e eles pereceram, pois a verdade – acima de tudo – é a que sempre vencerá.
Não podemos mais conviver com falsidades de oportunistas que nos desrespeitam. É necessário que se faça uma higiene na Ufologia Brasileira, eliminando-se de nosso meio – gente séria e bem intencionada para quem a pesquisa dos UFOs é uma dedicação responsável – indivíduos que, movidos por interesses inconfessáveis, utilizam-se da boa fé dos incautos para lucrarem alguma coisa. É absolutamente urgente que a comunidade ufológica brasileira adote medidas contra a permanência e a propagação de pessoas inescrupulosas em nosso meio. Se suas estórias tiverem um mínimo de confirmação, que sejam essas evidências então apresentadas. Caso contrário, não podemos mais permitir que um trabalho de 5 décadas seja destruído com atitudes que prejudicam a todos. Se esses indivíduos foram mesmo a Alfa Centauro, a Orion, a Andrômeda e a outros lugares onde alegam ir a todo instante, a exemplo do referido contatado, então que tragam de lá alguma coisa para confirmar o que dizem. Ou parem de inventar estórias. Ou quem sabe algum UFO dessa nova onda ufológica que atinge o Brasil os leve de novo para tais lugares, para que tenham oportunidade de, agora, materializarem alguma prova do que alegam…
RESTRIÇÃO E COMBATE — A Revista UFO, desse momento em diante, adotará uma política de absoluta restrição e combate à propagação de estórias infundadas ou não confirmadas pelos meios usuais da Ufologia. Mais que isso: a partir desse instante, não mais omitirá os nomes desses falsários e passará a identificá-los abertamente, mostrando em público e em profundidade os danos que têm causado à Ufologia Brasileira – e não faltam informações em nossos arquivos para isso! Vamos apresentar estes cidadãos à comunidade, gente que, usando de expedientes mentirosos, denigrem a Ufologia, confundem o público, enganam os meios de comunicação e achincalham o trabalho de ufólogos sérios e respeitados. Fazemos aqui um apelo a todos os nossos leitores, para que tenham bom senso na avaliação das histórias e estórias que ouvirem, separando o fato do lixo. UFO abre suas páginas a denúncias que seus leitores fizerem sobre a proliferação e atuação de mentirosos, expondo aqui seus nomes, endereços e outros dados que poderão identificá-los, para que possam ser expurgados de nosso meio. É desnecessário dizer que, entre todos os membros de seu conselho editorial (listado em nosso expediente) – o que representa 99% da Ufologia Brasileira – essa posição é unânime. Se até agora era velada e discreta, a adoção de medidas contra os fraudadores da Ufologia passará a ser pública e divulgada.
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¹ Para se ter idéia, quando a revista IstoÉ publicou material sobre a autópsia do ET de Roswell, esgotou a edição de forma nunca antes constatada pela editora. Ao mesmo tempo, a apresentação do Caso Varginha pelo Fantástico, em dois domingos sucessivos, gerou índices de Ibope acima de 40 pontos.
² A Associação Nacional dos Ufólogos do Brasil (ANUB), infelizmente, que teria como um de seus principais propósitos garantir a integridade da Ufologia, ainda não atingiu representatividade para tal.