Conforme desenvolvemos novas tecnologias, desvendamos os mistérios do universo e conseguimos “ver” aquilo que antes era apenas um resultado lateral. Semana passada vimos nosso primeiro exoplaneta.
Uma equipe de astrônomos do Instituto Max Planck de Astronomia e Física Extraterrestre conseguiu identificar a existência de um exoplaneta por observação direta pela primeira vez em combinação com o método de medição de velocidade radial.
A descoberta foi descrita em um estudo publicado na revista Astronomy & Astrophysics na sexta-feira, dia 02 de outubro.
Geralmente, a revelação de exoplanetas é feita de forma indireta, contemplando-se os efeitos causados por eles nas estrelas que orbitam, sem que sejam vistos nas observações. Mas com o planeta Beta Pictoris c, localizado a 63 anos-luz de distância da Terra, a história foi diferente.
Combinando os poderosos registros dos quatro telescópios do projeto Very Large Telescope (VLT), instalado no Chile, com o novo instrumento Gravity, pesquisadores conseguiram observar diretamente o brilho fraco do corpo celeste, bem próximo da sua estrela-mãe, chamada Beta Pictoris. E, mais do que isso, foi possível até tirar uma foto do novo exoplaneta.
O sistema Beta Pictoris conta com os planetas B e C. Crédito: Phys.org
“É incrível o nível de detalhe e a sensibilidade que podemos alcançar com Gravity”, comentou Frank Eisenhauer, cientista-chefe do Instituto Max Planck, referindo-se ao equipamento do VLT utilizado para a descoberta que promete trazer avanços para a astronomia.
“Estamos apenas começando a explorar novos e impressionantes mundos, desde o buraco negro supermassivo no centro de nossa galáxia até planetas fora do Sistema Solar”, acrescentou o cientista.
Conforme os cálculos dos astrônomos, Beta Pictoris c tem massa nove vezes maior do que Júpiter e gasta em torno de 3,3 anos para completar uma órbita ao redor da sua estrela, cuja massa tem quase o dobro da massa do Sol.
Perto dali fica outro exoplaneta, Beta Pictoris b, que tem brilho seis vezes maior. No entanto, a massa do planeta b ainda deve demorar um bom tempo para ser calculada, pois ele gasta o equivalente a 28 anos terrestres para completar uma órbita.
Assista abaixo um rapido video sobre o sistema Beta Pistoris: