Pela primeira vez, astrônomos olharam no interior dos objetos mais brilhantes do Universo os quasares, e o que viram foi evidência de buracos negros. O estudo vem reforçar uma suspeita dos cientistas, de que os quasares são formados por gigantescos buracos negros e pelo disco superaquecido de poeira e gás que os circunda.
O resultado das observações, realizadas por uma equipe encabeçada pela Universidade Estadual de Ohio, foram informados durante reunião da Divisão de Astrofísica de Alta Energia da Sociedade Astronômica Americana.
“Há muitos modelos que tentam descrever o que ocorre dentro de um quasar e, antes, nenhum deles poderia ser descartado. Agora, alguns podem”, disse o pesquisador Xinyu Dai. “Poderemos começar a elaborar modelos mais precisos de quasares, e ganhar uma visão mais completa dos buracos negros”.
Vistos da Terra, os quasares – objetos quase-estelares – parecem-se com estrelas. São extremamente brilhantes, e é por isso que podem ser observados, mesmo estando entre os objetos mais distantes do Universo.
Buracos negros não podem ser observados diretamente, porque são tão maciços que nem mesmo a luz escapa de sua gravidade. O material que mergulha no buraco negro, porém, brilha intensamente. No caso dos quasares, o material emite luz por uma ampla faixa de freqüências, incluindo luz visível, ondas de rádio e raios-X.
Quasares são tão distantes que, mesmo nos telescópios mais avançados, parecem ser meros pontos de luz. A estrutura interior dos dois quasares observados neste estudo só se tornaram visíveis quando uma galáxia alinhou-se entre eles e a Terra. A gravidade dessa galáxia amplificou a luz dos quasares, num efeito conhecido como lente gravitacional.