As teorias dos astrônomos e cientistas sobre a possível procedência de água de cometas e asteróides foi um dos temas em destaque da 39ª Conferência Anual de Ciências Planetárias que terminou neste sábado em Orlando (Flórida).
“Pode ser que a água da terra provenha dos cometas e os asteróides como sugerem os estudos”, disse à agência Efe o professor Humberto Campins, líder e fundador do Grupo de Ciências Planetárias da Universidade da Flórida Central, anfitriã do evento, e diretor da conferência.
Campins destacou que é impactante para a ciência “o uso de técnicas infravermelhas para estudar os cometas e sua possível contribuição para a origem de água e das moléculas orgânicas na Terra”.
Cerca de mil astrônomos dos Estados Unidos, América Latina e Europa assistiram à conferência para trocar impressões e compartilhar os últimos resultados científicos no estudo do sistema planetário.
A conferência serviu também para apresentar planos futuros de pesquisa e buscar estratégias que atraiam mais mulheres e crianças para o campo da astronomia, explicou o professor Campins.
Os astrônomos apresentaram, entre outros, os resultados sobre as investigações das luzes curvas dos cometas, as luas de gelo do planeta Saturno, a composição mineralógica dos meteoritos, o desenvolvimento de novas tecnologias de naves espaciais para explorar o sistema solar no futuro, os asteróides, e a existência de planetas fora do sistema solar.
Os cientistas da Nasa explicaram a contribuição dessa agência espacial para o desenvolvimento da astronomia e suas pesquisas científicas.
Destacaram o trabalho realizado pela Divisão de Ciência Planetária da Nasa e seu desenvolvimento de tecnologias “prontas para voar agora ou nos próximos dois anos e que serão usadas na prospecção do sistema solar em missões futuras”, segundo Dave Lavere, diretor dessa divisão da Nasa.
Embora tenha acontecido grandes avanços na ciência ainda resta muito para ser descoberto em astronomia, assegurou à Efe a astrônoma espanhola Julia de León.”
Avançamos muito, especialmente durante os últimos 50 a 75 anos, que foram os mais importantes, após instalar potentes telescópios que permitem investigações mais profundas do sistema solar”, disse de León.
A ciência planetária é o estudo de todos os objetos e processos planetários de sistemas que não estão relacionados com a estrela central de um sistema solar, e é um conjunto de ciências na qual além da astronomia convergem a química, geofísica, meteorologia e a biologia, explicou o professor Campins.