Uma equipe de astrônomos, liderada por Nikhil Padmanabhan e David Schlegel, publicou o maior mapa tridimensional do Universo, uma fatia do cosmos que cobre 10% do céu do hemisfério Norte, contém 600.000 galáxias vermelhas luminosas e se estende por 5,6 bilhões de anos-luz, ou 40% do caminho, no tempo, até o Big Bang. Os responsáveis pelo mapa são membros da Sloan Digital Sky Survey (Pesquisa Celeste Digital Sloan, ou SSDS).
O principal motivo para a criação desses mapas 3D em larga escala é tentar compreender como a matéria está distribuída no Universo, diz Padmanabhan. “As galáxias mais brilhantes são como faróis – onde há luz, há matéria”. Schlegel afirma que a escala do mapa permite “medir estruturas com até um bilhão de anos-luz de tamanho”.
As variações na distribuição de galáxias que dá forma às estruturas de larga escala visíveis no Universo são descendentes diretas das variações na temperatura do fundo de microondas cósmico, e reflete oscilações na densidade do Universo em seus primeiros momentos.
O resultado é uma “régua” natural, formada pelas variações regulares, que se repetem a cada 450 milhões de anos-luz.
O novo mapa mostra que as estruturas de larga escala realmente acompanham a distribuição prevista pelas teorias atuais sobre a expansão acelerada do Universo. A distribuição de matéria escura implícita no mapa – essa matéria não emite luz, mas sua presença é deduzida pelos efeitos gravitacionais que gera – também conforma-se às idéias correntes.