A busca por planetas parecidos com o nosso tem sido um grande desafio para as universidades e agências espaciais de todo o planeta. Agora, começamos a colher os frutos de todo esse esforço.
Finalmente avançaram as informações de 2016 sobre o sistema Proxima, com a confirmação da existência do Proxima b, um exoplaneta que orbita a estrela mais próxima do nosso Sol. O Very Large Telescope , o maior conjunto de grandes telescópios do mundo], que está localizado no Chile, possui um espectrógrafo novo e mais poderoso chamado Espresso, e graças a sua precisão os astrônomos tiveram mais detalhes sobre o Proxima b.
Segundo o astrônomo e professor Francesco Pepe da Universidade de Genebra, o ESPRESSO tem uma precisão mais de três vezes maior do que a de HARPS, seu antecessor que ficou famoso por fazer centenas de descobertas de exoplanetas nos últimos 17 anos. Na opinião de Pepe, a descoberta coroa um árduo trabalho de equipe que começou há 10 anos atrás.
Comparativo com a Terra
Comparativo entre a Terra e o Proxima B. Crédito: NASA
Os astrônomos determinaram que Proxima b tem 1,17 vezes a massa da Terra, e completa uma órbita em torno de sua estrela Proxima Centauri a cada 11,2 dias terrestres. Lembrando que a estrela está a apenas 4,2 anos-luz do nosso Sol, o que em termos astronômicos é “na esquina”.
A descoberta acendeu esperança em toda comunidade científica, pois agora já teríamos um alvo plausível para explorar futuramente, só nos falta uma nave com motor suficientemente rápido para nos levar lá. Os resultados do estudo das pesquisas lideradas por Christophe Lovis foram publicados na semana passada na revista Astronomy & Astrophysics.
O planeta Proxima b está 20 vezes mais perto de sua estrela do que a Terra está do Sol, e sua estrela Proxima Centauri é uma anã vermelha de baixa massa. Isso indica que apesar de ser mais próxima de sua estrela do que a Terra, a luz que vem de Proxima Centauri também é menor do que a que recebemos do Sol, e tal fato confirma sua habitabilidade.
É muito promissora essa descoberta, pois mesmo com estrelas fracas com parte de sua luz quase indetectável em espectro vermelho e infravermelho, agora já temos equipamentos que podem nos esclarecer dúvidas vitais à astronomia, e várias pesquisas antes “estacionadas” por falta de dados, finalmente podem conhecer uma luz ao fim do túnel.
Importância da descoberta
O espectógrafo Espresso. Crédito: Universidade de Genebra
O fato de Proxima b esatr dentro da zona habitável de sua estrela aumenta bastante a expectativa de se encontrar água líquida em sua superfície, o que aumentaria drasticamente a probabilidade de vida no planeta.
Segundo declarou Christophe Lovis, um novo instrumento chamado Ristretto, que também será instalado no Very Large Telescope no Chile, nos ajudará a abrir mais ainda as janelas de nosso horizonte cósmico. O equipamento está sendo projetado para detectar diretamente a luz emitida pelo planeta, e nos permitirá descobrir a composição de sua atmosfera e de sua superfície.
“O objetivo final é procurar moléculas na atmosfera que possam sugerir a presença de vida, como oxigênio e vapor de água”, disse Lovis. “A longo prazo, também estamos construindo um espectrógrafo chamado HIRES para o telescópio europeu extremamente grande, cujo principal objetivo será estudar o Proxima b e exoplanetas semelhantes na zona habitável”.
Como se não fosse o bastante, o espectrógrafo Espresso revelou um segundo sinal, que pode ser de um outro planeta próximo que teria 30% da massa da Terra, e que nunca fora descoberto por pesquisasa anteriores.
Será que chegou a nossa vez de sermos os visitantes? Só o tempo vai dizer…
Wagner Soeiro é professor, jornalista, divulgador científico, coordenador do Clube de Astronomia Rio Preto (CARP) e cofundador do Grupo de Estudos e Pesquisas Ufológicas Rio Preto (GEPURP)