Os astronautas atualmente em missão na Estação Espacial Internacional (ISS) escaparam de uma séria ameaça de colisão com uma nuvem de fragmentos, indo para uma cápsula Soyuz nesta quinta-feira, 12 de março, em um episódio perigoso que alerta para o risco da crescente quantidade de lixo espacial em órbita. “A ameaça de fragmentos contra a ISS passou“, indicou a NASA em um comunicado. Os três astronautas que habitam a estação perceberam que uma nuvem de fragmentos se aproximava perigosamente, tendo tempo apenas para uma ação evasiva. Seria uma colisão catastrófica.
A maior preocupação da NASA é um pedaço de motor de satélite, que estava muito perto da ISS. Laura Rochon, porta-voz da NASA no Kennedy Space Center, na Flórida, disse, no entanto, que o risco de colisão era muito baixo. “O pedaço em si tem menos de um centímetro e estava a cerca de quatro quilômetros e meio de distância“, acrescentou. Mas Mike Fincke, comandante da missão, Yuri Lonchakov, primeiro engenheiro de vôo, e Sandy Magnus, segunda engenheira de vôo, preferiram deixar a ISS e se refugiar na cápsula Soyuz. Fincke e Magnus são americanos, enquanto Lonchakov é russo. A NASA explicou que o movimento foi realizado por precaução, caso os astronautas precisassem se desacoplar da estação espacial. O sinal de que o perigo havia passado veio às 16h45 GMT, cerca de dez minutos depois dos astronautas entrarem na Soyuz, afirmou a agência espacial. O comando estratégico americano informou a NASA sobre a nuvem de fragmentos na noite de quarta-feira, mas a mesma disse que era muito tarde para que os controladores de vôo coordenassem uma manobra para evitar os detritos. “De vez em quando, os astronautas precisam fazer manobras para evitar detritos, mas desta vez eles não o fizeram, porque nós tínhamos um lançamento programado para o domingo, e eles precisavam permanecer na mesma altitude“, explicou Rochon.
O Centro Conjunto de Operações Espaciais dos Estados Unidos monitora cerca de 18 mil objetos em órbita. São tantos que, às vezes, é necessário escolher qual vigiar mais de perto, como os que se aproximam da ISS ou de ônibus espaciais. Especialistas estimam que haja mais de 300 mil fragmentos entre um e 10 centímetros de diâmetro atualmente em órbita, e bilhões de pedaços menores. Viajando a milhares de quilômetros por hora, eles representam uma ameaça potencialmente catastrófica para estações, naves, cápsulas e satélites espaciais. No mês passado, um satélite russo colidiu com um satélite de comunicações da empresa americana Iridium, lançando no espaço ainda mais fragmentos, 436 quilômetros acima da ISS.