Como parte do 10º Encontro Regional do Ensino de Astronomia (X EREA), que acontecerá em Campo Grande (MS) de 13 a 16 de outubro, o professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP), Roberto Boczko, vai ministrar a palestra Astrobobagens, com o objetivo de mostrar os erros cometidos por autores de livros didáticos.
Boczko participou, por muitos anos, da comissão do Ministério da Educação (MEC) responsável pela avaliação dos livros didáticos do ensino fundamental e médio. “Nessa comissão pude perceber a quantidade e o tipo de erros e bobagens cometidos pelos autores. Selecionei aqueles que eram mais representativos e mais recorrentes. Vou mostrar esses erros e, claro, a forma correta em que deveriam estar os conceitos apresentados”, disse.
Ele explica que. ao se olhar para o céu, analisa-se aquilo que se vê, sob a luz do que o bom senso permite. “Acontece que nem sempre o bom senso está correto. Por exemplo, não é o céu que gira, mas sim a Terra. Como não percebemos o movimento de rotação do nosso planeta, é mais razoável supor que é o céu que gira! Apenas com conhecimentos além daqueles que o ‘bom’ senso nos fornece é que podemos verificar a rotação da Terra em lugar da rotação do céu”, discorreu.
Segundo o astrônomo e engenheiro mecânico, erros decorrentes de falta de informação por parte dos autores levam a outras bobagens. “As estações do ano dependem da distância da Terra ao Sol, a Lua Nova ocorre por causa de um eclipse da Lua, o ponto leste é aquele em que o sol nasce etc. O mais grave dessa situação é que os livros são usados tanto pelos alunos como pelos professores, sendo, muitas vezes, a única obra de referência disponível. Assim, o professor aprende errado, ensina errado, o aluno se torna professor, e o ciclo da ignorância se fecha e perpetua. A única maneira de se corrigir esses ensinamentos equivocados é evitando que autores irresponsáveis escrevam livros ‘didáticos’ como aqueles que têm sido escritos”, finaliza.
Nota da redação: Infelizmente, absurdos e engodos existem por toda parte. Por exemplo, a falácia sobre o “ET Brasileiro” ET Bilu – desde o princípio ironizada por 100% dos ufólogos, que nunca sequer cogitaram a possibilidade de algo minimamente sério na história – cada vez mais semelhante com uma personagem conhecida de outros carnavais. Ao contrário de equívocos e erros de interpretação, passíveis, neste tipo de \’ufobobagens\’ só cai quem realmente quer.