No idioma sânscrito, antiqüíssima língua indo-européia do ramo indo-irânico e preferida pelos meios esotéricos, Ashtar Sheran significa “o Sol que mais brilha”. Esse era o dialeto pelos quais os antigos deuses eram conhecidos. Até onde consegui pesquisar, todas as referências a esse suposto significado se repetem em obras escritas e sites espalhados pela internet, porém nenhum demonstra como se chegou a essa interpretação. Nem alguns dos que se dizem contatados por Ashtar souberam explicar a origem de tal interpretação. Isso é algo realmente estranho e surpreendente para quem diz conseguir travar contatos com entidades exógenas a qualquer momento. Passei, então, a pesquisar por conta própria dicionários de sânscrito, textos tântricos, védicos, budistas e ayurvédicos, dos quais consegui extrair muitas informações, que considerei as mais próximas do termo Ashtar Sheran.
Em sânscrito, a expressão ashta significa oito, ha representa Sol, tap expressa a palavra brilhar e hesha quer dizer “a serpente da eternidade que possui mil cabeças”. Asha ainda pode ser entendido como esperança e ashram pode significar “estado ou estágio da vida”. Que o leitor tire suas próprias conclusões. Segundo interpretação de outros movimentos, a denominação Ashtar Sheran seria um nome-código que se referiria àquele que veio a este setor do universo onde está a Terra, para auxiliar no ressurgimento e ascensão da humanidade planetária – que estaria inserida nos involutivos códigos 666, do demônio ou da besta. Também é indiscutível que o nome Ashtar seja similar ao de deuses antigos. A deusa Inanna ou Ishtar foi a mais importante deidade feminina da antiga Mesopotâmia, em todos os tempos. Inanna, nome de origem suméria, é provavelmente derivado do termo nin-ana, que quer dizer dama dos céus.
Movimento dos irmãos cósmicos
Já o nome Ishtar, que seria uma antiga referência ao planeta Vênus – antes considerado uma estrela, devido aos limitados conhecimentos de astronomia da época –, é de origem acádica e sua versão arábica masculina seria Ashtar. Esse termo, por sua vez, denominaria o deus sírio Astarte. Outra referência que encontrei na literatura, vinda de Epiphanius de Salamis, um escritor que teria nascido na Judéia em 310 d.C., identifica o deus Chaabou como sendo a deidade Core ou Kore, que era denominada Ashtar pelos semitas e Ishtar pelos babilônios. De qualquer forma, acreditava-se que a primeira menção a essa entidade teria sido feita pelo médium alemão Herbert Victor Speer, em 1958. Líder de um movimento estabelecido em Berlim, Alemanha, e conhecido por Movimento dos Irmãos Cósmicos, Speer escreveu uma obra supostamente psicografada A Grande Missão Celeste de Ashtar Sheran [Editora Nova Stella, 1965]. No livro consta que Ashtar Sheran seria o comandante da Frota Extraplanetária pertencente à Confederação Intergaláctica da Grande Fraternidade Branca Universal. Porém, uma pesquisa mais atenta mostra que menções a essa entidade foram feitas alguns anos antes pelo suposto contatado norte-americano George W. Van Tassel, que era piloto de testes da companhia Howard Hughes e Douglas Aircraft e inspetor de aeronaves da Lockheed-Martin – uma das maiores empresas de tecnologia aeroespacial do mundo. Van Tassel morava no sul da Califórnia e, já aposentado, começou a fazer canalizações e a difundir o chamado contato psíquico com supostas entidades de origem alienígena.
O que é a canalização?
Canalização é um fenômeno estudado pela parapsicologia e está enquadrada na categoria dos fenômenos theta, ou mais tecnicamente de psi-theta. Ele ocorreria quando alguma forma de manifestação externa – alguns acreditam tratar-se de entidades espirituais – utiliza-se de uma pessoa, sensitiva ou “médium”, como veículo de comunicação com a realidade da qual fazemos parte. O indivíduo ocuparia o papel de intermediário numa conexão entre duas realidades, sendo veículo na troca de informações, podendo ocorrer de forma consciente e voluntária ou inconsciente e involuntária.
A canalização seria então uma forma de mediunidade bem diferente da telepatia, pois envolve a palavra falada e normalmente a inconsciência do receptor, independente de fenômenos ou efeitos físicos externos, de qualquer natureza, ocorrendo no ambiente. Já a psicografia, também conhecida como “escrita automática”, seria quando a pessoa registra a mensagem escrevendo-a, tendo sua mão dirigida pela fonte emissora, com consciência ou não daquilo que está escrevendo. Por pesquisas, nota-se que as pessoas que dizem estar em contato ou canalizando entidades extraterrestres diferem das que afirmam canalizar uma entidade espiritual, pelo fato de não ocorrer nenhuma espécie de “incorporação”, como costuma acontecer em sessões espíritas.