O Caso Vasp ? Observando-se a noticia de uma ocorrência ufológica datada de 8 de fevereiro de 1982, quando “os mais de 100 passageiros do vôo 169 da VASP (Fortaleza-Rio de Janeiro) receberam, do comandante Gerson Maciel de Britto, a informação de que um estranho foco de luz estaria acompanhando a aeronave”, chega-se à conclusão do quanto é hipócrita a política do ocultamento introduzida pelos diversos governos do mundo. Permanece ininteligível o acúmulo de informações sobre as ocorrências ufológicas partindo da premissa de que, reservados os interesses da segurança nacional, são grandes as vantagens da publicação dos vários casos ufológicos acontecidos em sede de governos ou em seus campos de atuação. Os governos democráticos são os que, eticamente, imprimem a confiança nos seus desígnios, e dos seus pares, o conjunto da população, dependem para resguardarem suas legitimidades. Quando há relatos de prováveis casuísticas é natural que se entregue à figura do Estado a missão principal da investigação, dado o interesse público que o tema Ufologia desperta em todos os meios. Não se pode olvidar, no entanto, que isso não significa terem os governos exclusividade na pesquisa ou na obtenção das informações acerca dos fenômenos, e nem mesmo o direito garantido por norma do ordenamento jurídico, quanto à manipulação ou retenção dos pormenores conclusivos, visto que o princípio da publicidade é um instituidor do direito social. Entraves ? Aprofundando-se a observação do fenômeno no citado caso, o autor Martinho Carlos Rost afirma em seu livro Entraves à Pesquisa Ufológica: “um belo exemplar de objeto voador não identificado ? soube-se depois também que foi observado por dois outros pilotos de linhas aéreas e detectado pelos radares do Cindacta em Brasília ? causou grande euforia entre a quase totalidade das pessoas a bordo: a exceção coube a dom Aloísio Lorchaider, um dos líderes católicos no Brasil, que, desviando o olhar, certamente pretendeu proteger as bases de seu conhecimento teológico e os interesses da instituição da qual faz parte, desprezando um fato para o qual não tinha explicações convincentes. Dom Aloísio, por sua vez, questionado sobre sua atitude, declarou aos repórteres que ?os discos voadores não existem e nós, terráqueos, somos os únicos habitantes do universo’ (entende-se o porquê da condenação de Galileu pelos tribunais da ?Santa’ Inquisição)’, comprovando-se o quão irritante pode ser a cumplicidade da Igreja nos pronunciamentos oficiais acerca dos fenômenos ufológicos. Coadjuvante dos governos onde se posta como religião oficial, a instituição Católica, a exemplo de outras religiões, costuma negar, restringir ou adequar quaisquer informações com vistas a não dar suporte que indique a intensidade de uma casuística e procura, com isso, diminuir as repercussões advindas das várias ocorrências que se noticiam e chegam até nós, sejam pelos ufólogos ou pelos órgãos noticiosos?. Ocultamento ? Observe-se, finalmente, o deslindar da casuística apresentada, prossegue dizendo o autor, que “alguns dias depois da famosa observação ufológica, o Cindacta pronunciou-se oficialmente à imprensa, atribuindo o ocorrido a um defeito no radar (Atenção! O objeto voador não identificado que você pensa ter visto no céu pode ser uma ilusão de ótica, um vaga-lume, o planeta Vênus, um satélite artificial, um balão meteorológico, um fenômeno atmosférico raro ou ? pasme! ? um defeito no radar). A política de ocultamento e sigilo absoluto imposto pelas autoridades, a renitente postura dogmática da Igreja e os decrépitos modelos cartesianos utilizados pela ciência representam um incompreensível entrave à pesquisa ufológica e à evolução humana”. O cotejo entre o cuidado que se faz para a prevenção da especulação popular, proveniente do ser humano em caráter de senso comum, e a manipulação política das informações com finalidades espúrias já se fez necessário. Já se foi o tempo das espionagens dignas de James Bond. Atualmente, juntam-se o que é necessário ao que é útil, leia-se: o prevalente é o interesse público, ainda que se tomem os cuidados para evitar-se o apelo popular e a criação de especulações indesejáveis, próprias dos aproveitadores para a exploração lucrativa dos crédulos existentes no meio da massa. Os formadores de opinião deveriam se pronunciar. Os interesses espúrios não devem prevalecer, assim como os embustes devem ser combatidos por todos que, decentemente, militam na área ufológica, meio único de acesso às informações decorrentes de fatos que escapam à alçada do senso comum e da ciência tradicional. Não aos conchavos, não às ignorâncias, abaixo à manipulação religiosa. São temas de campanhas que deveriam ser colocadas na ordem do dia dos ufólogos brasileiros. * Guilherme Paula de Almeida é estudante de Ufologia e bacharel em Direito.