Há mais de 50 anos, uma cartilha sobre \”boas maneiras\” e ética espacial era colocada sobre a mesa da elite científica da área
Ainda em 1960, numa sala de conferências do Pentágono, foi divulgado um comunicado especial relativo aos programas de viagens espaciais norte-americanas. Surpresa e curiosidade tomaram conta de muitos presentes, pois, naqueles tempos, ainda não existia um verdadeiro programa espacial – a Agência Espacial Norte-Americana (NASA) tinha sido inaugurada em 1958.
Foi ministrada, então, uma conferência, com instruções dadas por dois oficiais da Marinha e por um do Exército, onde houve a exposição de um programa restrito sobre a conduta a seguir caso encontrássemos outro planeta povoado por seres racionais durante a jornada cósmica humana que estava prestes a se iniciar através dos programas espaciais.
Em nenhum momento da sessão se fez qualquer referência àquilo que chamavam de discos voadores ou o Fenômeno UFO, mas parecia que era justamente a esse respeito que os conferencistas tinham procurado falar, como se tentassem nos preparar para uma exposição futura do problema dos UFOs. Vejamos o programa objeto, com suas etapas:
Fase 1 – Estaria dedicada ao estudo preliminar desse programa, sendo levada a cabo antes de saber se o planeta em questão estava ou não habitado e consistiria numa paciente e prudente observação, feita a uma distância que pudesse ser considerada como fora de qualquer risco. Se o planeta possuísse satélites, seriam conscienciosamente examinados, a fim de estudar a eventualidade de uma possível instalação de bases telescópicas que permitissem estudá-lo e descobrir a existência de qualquer forma de vida organizada.
Fase 2 – Consistiria, em princípio, numa minuciosa observação do planeta a uma distância reduzida, empregando instrumentos do tipo sonda. Faríamos fotografias, recolheríamos amostras atmosféricas e determinaríamos a natureza e importância dos centros de civilização, se fosse encontrado algum.
Fase 3 – Se, com os resultados revelados pelos instrumentos de sondagem utilizados na fase anterior, parecesse justificada a realização de estudos mais profundos, este tipo inicial de equipamento seria substituído por outro de maior capacidade de operação, mais precisão nos informes e, o que é mais importante, tripulado. Deste modo seria possível estudar – sob um método de comparação com as características dos nossos próprios veículos – a capacidade de ação dos veículos utilizados pelos habitantes do planeta, medindo sua velocidade, definindo o tipo de propulsão e a capacidade de manobra e operacionalidade concedida por esses veículos.
Fase 4 – Esta fase do programa já passa a implicar certo risco. Nela, os aparelhos pilotados por homens aproximam-se ainda mais do planeta, para tentar saber se as criaturas que o habitam são hostis e, em caso afirmativo, em que grau e quais os meios disponíveis para manutenção dessa hostilidade. Procurar-se-ia também determinar a localização dos seus radares e centros militares de envergadura.
Fase 5 – Deveria consistir em breves incursões a lugares isolados, com o objetivo de obter espécimes de plantas, de animais e, se possível, até mesmo algumas amostras de seres inteligentes do planeta.
Fase 6 – Nela se efetuariam vôos e aterrissagens sistemáticas, sempre voando a alturas muito baixas, mas procurando manter os aparelhos e respectivas tripulações fora do alcance das armas destrutivas do planeta. Estas manobras de aproximação seriam realizadas naqueles pontos em que fosse possível observar e ser observado pelo maior número de espectadores. Se prosseguisse com êxito, esta fase serviria para demonstrar aos nativos a nossa completa falta de hostilidade.
Fase 7 – Denominada pelos conferencistas de \”fase de plenos contatos\”, seria o ponto final de todo um programa cuidadosamente elaborado, planejado e executado. O contato se efetuaria apenas no caso de já existirem suficientes e fundadas razões para acreditar que não poderia originar um desastre ou prejuízo irreparável para qualquer das duas raças. Uma só razão em contrário seria bastante para a proibição taxativa do empreendimento da fase sete, mesmo quando os resultados de todas as seis etapas anteriores pudessem indicar que a última era materialmente realizável.
Bem mais do que familiar e coincidente
Ora, mas quem se utiliza destas etapas, às vezes todas ao mesmo tempo, não são os UFOs e seus tripulantes? Levam-nas a efeito de forma simultânea, e em determinados momentos parece haver predominância de algumas sobre as outras.
Teria sido apenas mais um deslize por parte dos militares ou realmente estavam tentando transmitir informações de suma importância para uma compreensão inicial do fenômeno?
Se analisarmos as décadas de 50 e 60, veremos que muitos sábios e cientistas de grande prestígio mundial, autoridades em questões de física, astronomia, astronáutica etc, afirmavam que o tema dos UFOs era real e constituía um problema de relevância internacional, sendo, inclusive, citados abertamente como de origem extraterrestre pelas Forças Armadas de inúmeros países.
Apenas para exemplificar, ainda em 1952, anos antes do lançamento do Sputnik, o astrônomo Clyde Tombaugh (descobridor do ex-planeta Plutão) era diretor de um programa cuja finalidade já era seguir e estudar certos objetos desconhecidos que gravitavam em torno da Terra.
Na verdade, parece que a partir de certo momento, alguns indivíduos resolveram implantar o sigilo e o acobertamento, transformando pesquisas e indícios irrefutáveis – assinaladas por alguns dos melhores homens da ciência mundial e até por militares – em brincadeiras de mau gosto de desocupados ou malucos, sem a menor possibilidade de crédito, colocando a Ufologia num divã de psicanálise e sob cuidados psiquiátricos, rapidamente inibindo, amordaçando e afugentando as pessoas sérias de debates abertos sobre o tema.
Estes tipos de atitudes nos impuseram a ignorância e o isolamento cósmico. Imaginem se os governos mundiais desta época tivessem assumido e mantido publicamente a realidade extraterrestre. Faltou coragem.
Quantas excelentes pesquisas, quantas oportunidades de colaboração em trabalhos conjuntos entre civis e militares para desmistificações de nossos reais valores e responsabilidades como integrantes de algo muito maior do que simples fronteiras imaginárias entre países. Fomos privados de tudo isso em nome de uma ideologia falida, que não trouxe respostas a ninguém (nem mesmo aos próprios acobertadores) e hoje permanece pendurada, à beira do precipício, prestes a desabar a qualquer momento, justamente sobre as cabeças daqueles que iniciaram esse marasmo doentio.
Enquanto isso, ficamos nos perguntando quando acontecerá o tão esperado e sonhado contato final com as civilizações extraterrestres, como serão os ensinamentos e a troca de informações. Mas parece que algo não deu certo na Fase 7 [Uma só razão em contrário seria bastante para a proibição taxativa do empreendimento da fase sete, mesmo quando os resultados de todas as seis etapas anteriores pudessem indicar que a última era materialmente realizável] e esse \”algo\” somos nós!
E apenas nós mesmos poderemos aperfeiçoar isso…
Bibliografia:
Os Discos Voadores – Haverá Guerra entre os Mundos? [Editorial de Vecchi, 1979]