O escritor e ufólogo Antonio Ribera, já falecido, ocupou-se pioneiramente com a questão ufológica associada à hidrosfera em 1964, considerando como bem antes de 1947 que observações confiáveis documentem esta persistente atividade. Ribera apurou que, em 08 de junho de 1845, como noticiado pelo Malta Times, o bergantim Vitória encontrava-se a cerca de 1.500 km a leste de Adália, Oriente Médio, quando a tripulação viu três corpos luminosos emergirem das ondas e se elevarem no ar. Ficaram visíveis por 10 minutos enquanto voavam sobre o mar a cerca de 800 m do navio. Outras testemunhas observaram o mesmo espetáculo da costa da Síria. Os corpos luminosos tinham um diâmetro aparente cinco vezes maior do que o da Lua cheia.
Já em águas equatoriais do Oceano Atlântico, em 22 de março de 1870, marinheiros da corveta Lady of the Lake avistaram no céu um curioso objeto semelhante à nuvem de forma lenticular com longa cauda, que seguia inexplicavelmente contra a direção do vento. “O corpo voador permaneceu visível por uma hora”, escreveu no livro de bordo o capitão F. W. Banner. O respectivo desenho deixado pelo mesmo comandante corresponde exatamente à moderna imagem de um disco voador — mas o que fazia um UFO na superfície das águas no meio do Atlântico? Essa região teria, talvez, relação com sua origem ou com seu destino? Em torno da meia-noite de 24 de fevereiro de 1885, ao longo da rota do Yokohama-Victoria, o capitão do bergantim Innerwich foi acordado pelo vice-comandante, o qual havia percebido algo de estranho no céu.
O capitão subiu na ponte e viu a abóbada celeste completamente iluminada. Um instante depois, grande massa luminosa apareceu sobre o navio, cegando os observadores e lançando-se logo depois no mar. O objeto devia ter dimensões consideráveis, pois pouco depois o bergantim foi atropelado por ondas gigantescas. Como salientou o comandante, “não era um espetáculo que podia ser descrito em palavras”. Um bólido caído no mar? Talvez. Mas uma explicação dessas não pode ser absolutamente invocada para o fenômeno observado em 12 de novembro de 1887, pelo navio Siberian — nesse caso, encontrou-se uma grande bola de fogo surgida repentinamente das águas marinhas nas proximidades de Cabo Race, que subiu das ondas de até 15 m do espelho d’água. Depois, o corpo luminoso avançou em direção ao navio e, após ter permanecido visível por cinco minutos, desapareceu no céu. Os detalhes do caso foram mencionados no Meteorological Journal.
“Era um grande objeto no ar”
O que nos deixa mais perplexos é que o comandante do Siberian, capitão Moore, havia precisado que aquela não tinha sido a única aparição do gênero registrada naquela região do mar e que ele próprio, anteriormente, havia sido testemunha do mesmo fenômeno. Mas, o que poderia justificar manifestações semelhantes e repetitivas nessa área do mar? Talvez o fato de que essas águas hospedassem o lugar de origem desses objetos? Enfim, já seria uma base submarina de UFO? Vindo para nosso tempo, um acontecimento parecido foi relatado no decorrer da grande onda ufológica global de 1965. Às 21h52 de 06 de julho, um navio na rota entre Puerto La Cruz, na Venezuela, e Santa Cruz de Tenerife, Ilhas Canárias, encontrava-se no Atlântico a 24° 40’ norte e 41°15’ oeste, com vento noroeste, mar de força 5, temperatura de 20º C e pressão barométrica 1023.
De repente, toda a tripulação viu intensa fogueira azul emergir das ondas e dirigir-se para o navio. “Corri para o telefone e chamei o capitão”, declarou em seguida um membro da tripulação. “Depois, sem esperar instruções, peguei o binóculo e vi, então, grande objeto no ar que passou em frente a nós. O objeto naquele momento encontrava-se na popa, à altura entre 200 e 400 m, e sob as poucas nuvens que havia sobre nós. O céu estava claro, viam-se estrelas e a luz da Lua entre as nuvens. Então, pude perceber perfeitamente a fuselagem e a parte superior: tratava-se de casco em forma de charuto, sem asas ou aletas, com fileira de janelinhas através da qual se entrevia luz amarelo-alaranjada. Era seguido por esteira afogueada azulada. Nela, pouco depois do objeto, notava-se uma série de esferas incandescentes em fila indiana”.
O objeto acelerou rapidamente deixando para trás uma esteira deslumbrante e uma nuvem luminosa que não se dissolveram antes de meia hora. O fenômeno foi observado por milhares de pessoas, e mais de uma conseguiu fotografá-lo
Cada uma das esferas emitia fortes raios de luz azul-claro paralelos à direção de voo do objeto. Primeiro se pensou que tais esferas luminosas fossem um avião que seguia o objeto, mas depois todos compreenderam que não era nada desse gênero. A esteira afogueada devia ter algumas centenas de metros, o objeto, seguramente, era maior do que qualquer avião conhecido. Viajava à altíssima velocidade. Aquilo permaneceu visível por tempo avaliado entre 30 e 40 segundos, com direção norte-sul e inclinação de 100 graus.
Nuvem luminosa que não sumia
Apesar da elevada velocidade e relativa proximidade, não foi percebido nenhum som — segundo o vigilante, marinheiro Ambrosio Hernandez, parecia que o gigantesco objeto emerso da água dirigia-se inicialmente para o norte, exceto depois de mudar a direção para o navio. Outros marinheiros, como Narciso Guillen, Juan Hernandez e Ignacio Suarez, declararam ter observado o objeto da popa do navio. O fato foi observado a bordo do petroleiro norueguês Jawesta no meio do Atlântico e transcrito no livro de bordo pelo oficial Torgrim Lien. Quatorze anos depois, e à distância de menos de 30 km em linha reta do local do avistamento anterior, um evento muito semelhante foi observado na parte meridional da Ilha de Gran Canária, fotografado por Antonio Gonzales Llopis e mais três diferentes testemunhas desconhecidas entre si. Ocorreu na noite de 05 de março de 1979, mas mantido formalmente como segredo pelo governo espanhol por, pelo menos, 10 anos — o mérito de ter tornado o fato conhecido foi, de qualquer modo, do jornalista espanhol Juan José Benítez, que o tornou objeto de livro no início dos anos 80, La Gran Oleada [Editorial Planeta, Barcelona, 1982].
A testemunha deste caso é Antonio Gonzalez Llopis, então com 26 anos, que tinha intenção de tirar fotos panorâmicas da região da baía meridional de Gran Canária, naquela noite. Eram 18h45, quando observou estranho efeito no céu noturno sobre o mar aberto. De repente, um enorme objeto escuro surgiu na superfície da água e sobrevoou a reluzente bola de fogo. O jovem enquadrou tudo e tirou várias fotos durante os três minutos em que o fenômeno se manifestou — a grande luz emitida pela cauda do objeto impedia de distinguir qualquer detalhe. O objeto acelerou rapidamente, deixando para trás esteira deslumbrante e nuvem luminosa que não se dissolveram antes de uma boa meia-hora. O fenômeno foi observado por milhares de pessoas, e mais de uma con
seguiu fotografá-lo. “Graças aos céus pude ser testemunha de tal espetáculo”, declarou Gilberto Naranja, engenheiro em serviço próximo da estação transmissora no Pico do Monte Teide, o vulcão ativo de Tenerife.
Não era fenômeno meteorológico
Naranja também dispunha de máquina e foi capaz de fotografar a desconcertante aparição do Observatório de Izana. Por sua vez, outro fotógrafo, Guillermo N. Lijtmaer, tirava alguns instantâneos de seu apartamento, em Puerto Santiago, localizado em frente à baía meridional e à ilha de Gomera, quando observou repentina mudança no céu devido ao aparecimento de um objeto escuro nas ondas — aquilo subia verticalmente em ângulo obtuso e deixava atrás de si grande esteira flamejante. Lijtmaer tirou uma sequência de fotos, conseguindo algumas fases do fenômeno. Essas imagens correspondem substancialmente às fotografias de Gonzales Llopis, diferindo apenas em alguns detalhes. Mas isso não é tudo.
Os instantâneos referentes ao fenômeno de 05 de março de 1979 apresentam importantes pontos de semelhança com outra excepcional fotografia, feita na noite de 22 de junho de 1976, por Maspalomas, em Gran Canária, que mostra um gigantesco globo luminoso classificado como UFO pelo Estado-Maior da Defesa espanhola. Por dever de crônica, é preciso acrescentar que o episódio das Canárias, de 1979, foi imediatamente atribuído a um provável lançamento de mísseis do tipo Polaris por parte de submarinos nucleares norte-americanos, em curso de missões e testes top secrets. Esta tese, no entanto, não é muito aceitável, consideradas as milhares de testemunhas oculares envolvidas — interpretação que o jornalista Benítez, obviamente, contestou ponto por ponto. De sua parte, o popular meteorologista espanhol Mariano Medina, entrevistado pela imprensa ibérica, declarou: “Não nos encontramos, de fato, diante de um fenômeno meteorológico. Trata-se simplesmente de um UFO”.
A declaração caiu como uma bomba no colo dos céticos. É inevitável, nesse ponto, não evocar o sugestivo cenário de uma possível base submarina de UFOs nas profundezas do Atlântico, nas proximidades das Ilhas Canárias. Coisa que os jornais locais fizeram imediatamente. “Viram subir para o espaço um grande fogo da Ilha de Tenerife, que é altíssima”. Estas palavras não são de um cronista contemporâneo, mas têm mais de meio século e foram escritas no diário de bordo de Cristóvão Colombo, quando as três caravelas atravessaram as águas das Canárias, em 09 de agosto de 1942. Esse “grande fogo” foi produzido pelo vulcão Teide? Talvez sim. Só que, pesquisando nos anais, nenhuma erupção foi relatada próximo dessa data.
Os casos de objetos submarinos não identificados abundam também na Antártida, ainda na América do Sul. Em 16 de março de 1961, no decorrer da conhecida Operation Deep Freeze [Operação Congelamento] da Marinha norte-americana, no Oceano Antártico, o cientista brasileiro, Rubens Junqueira Villela, em missão científica em navio quebra-gelo, ficou transtornado diante da visão de algo misterioso. Com retumbante estrondo, emergiu repentina e violentamente do mar, despedaçando o campo de gelo polar com não menos de 12 m de espessura. Projetou-se para o céu como grande foguete prateado. O navio da Marinha norte-americana encontrava-se, naquele momento, na Baía do Almirantado, que tem o Oceano Atlântico Meridional à frente — como estava muito frio, e grande parte da tripulação protegida, as únicas outras testemunhas do fato foram o oficial de guarda e outro marinheiro em serviço.
Massa definida e compacta
Os três homens observaram o misterioso objeto, em subida vertical, projetar enormes blocos de gelo para o alto, que caíam ao redor do enorme buraco criado no iceberg. Enquanto isso, a oscilação das ondas correspondia à agitação e massas de água derramavam-se tanto do buraco como da queda dos blocos. Um verdadeiro inferno branco! A região antártica, de qualquer modo, parece estreitamente ligada ao já lembrado extremo sul da América Meridional. Na noite de 02 de março de 1975, alguns pescadores argentinos observaram uma luz brilhante que se movia horizontalmente no céu, em velocidade relativamente baixa, proveniente dos planaltos da Patagônia. Encontravam-se no mar em barco de pesca a alguns quilômetros ao norte da Península de Valdéz. Sob o olhar das testemunhas, a luz misteriosa, caracterizada por massa definida e compacta, que emitia zumbido surdo, parou de repente sobre as águas do Atlântico — baixou lentamente sobre a superfície da água até mergulhar nas ondas e desaparecer entre elas.
Os pescadores afirmaram que não se tratava, certamente, nem de aeronave nem de meteorito. É importante lembrar que o mar da Argentina Meridional foi muitas vezes indicado pela população local como extremamente frequentado pelos UFOs, algumas vezes também como possível sede ou instalação submarina. Boatos populares? Talvez sim. Porém, em 29 de agosto de 1964, exatamente ao largo das costas sul-americanas, o navio norte-americano para pesquisas científicas Eltanin estava efetuando uma série de levantamentos. Na ocasião, foram executadas várias fotografias do fundo oceânico através de aparelho apropriado, seguro por longo cabo submarino. Na posição 59º 08’ de latitude sul e 105º de longitude oeste — cerca de 1.650 km a oeste de Cabo Horn — foi constatada desconcertante e insólita presença. À profundidade em torno de 4.500 m, fotos subaquáticas do Eltanin mostram surpreendente estrutura geométrica, semelhante, em tudo e por tudo, a um poste metálico vertical.
Modificações no espaço-tempo
Estava erguido a 90º do fundo, caracterizado por seis nós, com cruzamento de outras tantas estruturas dispostas em X, perpendicularmente ao poste e paralelas entre si. Inútil dizer que essas estruturas, cuja altura parecia não superar um metro, fazem pensar em algo decididamente artificial e, mais, altamente tecnológico. Mas para o pessoal científico do Eltanin, esses objetos não se relacionam a nenhuma estrutura conhecida. Em outros termos, é algo que não pode existir como manufaturado. Portanto, &ea
cute; possível pensar que possa se tratar de alguma forma de base submarina desconhecida. Em outras palavras, de desconhecido organismo subaquático de profundidade. Uma interpretação possível, embora extremamente vaga e genérica, que soa como bastante tranquilizadora — o que seria bem compreensível: ninguém, certamente, se confundiria ao imaginar que esse estranho poste possa ser o indício de atividade tecnológica desconhecida e diferente.
Aparelhos voadores ou submersos, a desenvoltura de movimento dos objetos não identificados coloca importantes questões físicas e tecnológicas em discussão. Indagando sobre o fenômeno, o engenheiro eletrônico italiano Stefano Breccia percebeu perspicazmente, desde os anos 60, como os UFOs parecem capazes de modificar a métrica local do espaço ao seu redor — seja ele vazio ou ocupado por gases ou fluidos mais densos — mediante forma de distorção do próprio espaço. Tal distorção não é limitada à superfície do meio, mas acaba abrangendo parte do espaço nas vizinhanças imediatas. Em outros termos, conseguiria criar verdadeira e própria barreira de separação entre o espaço distorcido e o que permanece inalterado além desse campo de força. Barreira que, em suma, agiria como superfície de separação de potenciais eletromagnetomecânicos.
Haveria, portanto, uma discreta diferença energética entre o interior e o exterior da barreira. Especificamente, a energia de potencial mecânico seria mais intensa na parte interna do que o campo de força gerado pelo meio — o UFO. Em tudo isso, a forma do aparelho assumiria importância fundamental, pois permitiria que o casco se constituísse em superfície equipotencial do grau de intensidade da energia potencial do próprio objeto. Eis, portanto, a necessidade funcional de recorrer a formas puras — retornáveis à classe de superfícies geométricas conhecidas como “quádricas” — capazes de suportar, sem se ressentir, a presença da barreira: formas esféricas, elipsoides, discoides e tubulares. Mas não só. Como no interior do campo de força se encontraria uma zona inercial, qualquer corpo no seu interior não se ressentiria de qualquer aceleração.
Logo, delineando oportunamente a forma da barreira, seria possível produzir no interior do meio uma força de gravidade constante — a curvatura da superfície superior deveria ser maior do que a da superfície inferior. Além disso, agindo com salto de energia entre o interior e o exterior do campo de força, seria possível acelerar o veículo na direção desejada, de modo que ele poderia ser capaz de destruir todo objeto que encontrasse a sua frente. Isto, por um lado, pode explicar porque mesmo o voo ultra-acelerado dos UFOs na atmosfera não gera efeitos aerodinâmicos — disparos supersônicos e similares — porque as consequências do atrito com a atmosfera não existiriam. Analogamente, por outro lado, dariam razão às características particulares dos UFOs anfíbios, ou OSNIs, porque não existiriam, desse modo, problemas de deslocamento nem do vácuo nem em qualquer atmosfera gasosa nem em fluido como a água.
Estudos de magneto-hidrodinâmica
Eis, até aqui, a resumida e plausível argumentação teórica do engenheiro Breccia. Obviamente, deslocando-se no âmbito da realização tecnológica, a ideia de colocar concretamente em pé tal mecanismo resultaria, porém, bem pouco plausível. De qualquer modo, significativo é o fato de que, na discrição típica das pesquisas militares de vanguarda, países como os Estados Unidos, China e França — esta conhecidamente na vanguarda do estudo científico sobre os UFOs com seu órgão de governo Serviço de Investigação dos Fenômenos de Reentrada Atmosférica (SEPRA), próximo ao Centro Espacial de Toulouse — estejam há bastante tempo empenhados em estudos de magnetohidrodinâmica.
Aquilo projetou-se para o céu como um grande foguete prateado. O navio encontrava-se naquela hora na Baía do Almirantado, e como estava muito frio, as únicas testemunhas do fato foram o oficial de guarda e um marinheiro em serviço
Parecem querer fazer o que os norte-americanos chamam de reverse engineering [Retroengenharia ou engenharia reversa] — com base nas características anfíbias dos UFOs até aqui avistados. De qualquer modo, a ideia de que os UFOs utilizem como pontos de apoio logísticos algumas zonas do fundo do mar, realizando assim estratégia subaquática capaz de monitorar a superfície terrestre, não parece nada infundada. Em 1973, os repetidos avistamentos na região do Caribe, compreendida entre Porto Rico, Santo Domingo e Venezuela, falaram muitas vezes de base submarina. Outros, sobre o aeroporto internacional de Maiquetia, destacam UFOs em imersão e decolagem de ondas.
Seja como for, as marcas de descidas de desconhecidas aeronaves nas praias venezuelanas só podiam fazer imaginar tal possibilidade de haver mesmo uma zona de logística. Em especial, os casos ocorridos em La Guaira, Macuto, Naiguata, Carayaca, Catia la Mar, Carenero e Maiquetia justificam a perspectiva em questão. De sua parte, Porto Rico também está muitas vezes no centro de manifestações desse tipo. E as fossas oceânicas nas proximidades da ilha — entre 800 e 12.000 m de profundidade — poderiam ser “esconderijos” ideais.