Em 1950, conforme está relatado no livro Os Estranhos Casos dos OVNI [Difusão Editorial, 1980], do ufólogo francês Henry Durrant, um indivíduo chamado Frank Edwards teria tomado parte em uma importante reunião secreta no Pentágono, o centro do poder militar dos Estados Unidos. Motivada pelo fato de que em breve algumas nações da Terra lançariam foguetes e satélites para o espaço, a reunião teria proporcionado discussões para se estabelecer diretrizes para encarar esta nova realidade, e elas dariam origem a um plano composto de sete fases a ser colocado em prática na eventualidade de encontrarmos outros mundos habitados por seres inteligentes quando nossa era espacial tivesse início.
O plano detalhava as providências a serem tomadas caso isso ocorresse. Foi definido que as primeiras investigações dos novos mundos e civilizações que encontrássemos estariam a cargo de sondas não tripuladas, e que a aproximação gradual e cuidadosa de tais espécies se daria lentamente, caso fosse considerado que o risco valesse à pena. De mais importante neste plano é sua fase quatro, que discute que, em resposta ao nosso avanço na direção do espaço exterior, certamente outras inteligências cósmicas iriam passar a visitar a Terra com mais frequência — e presumiu-se que isso envolveria a pesquisa e sobrevoos de centros de energia e unidades militares do planeta por naves alienígenas. Finalmente, o contato final em nível oficial com outra civilização só seria realizado se houvesse plena certeza que não resultaria em prejuízo a qualquer dos dois povos.
Em seu livro, Durrant afirma ainda que Edwards teria questionado os demais presentes à reunião se tal plano não seria na verdade a proposta de um estudo inicial para tentar antecipar as ações dos seres extraterrestres que, na época, já pareciam estar nos visitando, como demonstrava a crescente casuística ufológica. Ou seja, não se falava de algo que ocorreria no futuro, mas que já estaria ocorrendo naquela própria época. O fato é que o plano de sete fases revelava extraordinária semelhança com a evolução do Fenômeno UFO nas últimas seis décadas, e ainda deixava evidente o interesse de nossos visitantes extraterrestres por nossas instalações mais estratégicas, como usinas de produção de energia e, especialmente, bases militares equipadas com armas sofisticadas, mais tarde sendo as baseadas em energia nuclear.
UFOs durante nossas guerras
Avistamentos de objetos estranhos nos céus durante conflitos entre as nações terrestres sempre foram registrados ao longo da história, mas na Segunda Guerra Mundial a situação extrapolou qualquer prognóstico e algo realmente espantoso ocorreu. Pela primeira vez contando com a utilização maciça do poderio aéreo, as inovações tecnológicas introduzidas por Aliados e pelos países do chamado Eixo moldaram o futuro da aviação nos anos seguintes. No processo também aconteceram episódios inusitados em que pilotos aliados relataram terem sido seguidos por luzes brilhantes, mas que jamais adotavam uma atitude agressiva contra elas — tais artefatos também não podiam ser alcançados quando perseguidos, exibindo características de voo muito superiores as dos aviões da época.
Atribuídos a armas secretas nazistas, os objetos voadores não identificados foram logo apelidados de foo fighters [Lutadores brincalhões] pelos Aliados, mas a grande surpresa quanto a eles veio com o final da guerra, quando se puderam investigar os arquivos da Alemanha nazista, derrotada no conflito. Foi então que se descobriu que os pilotos alemães encontraram coisas idênticas nos céus, e que foram consideradas por eles armas secretas dos Aliados. Enfim, os foo fighters não pertenciam a nenhum dos envolvidos na guerra e até hoje não se chegou a uma conclusão definitiva de onde vinham aqueles objetos. Um dos casos mais famosos ocorreu em 25 de fevereiro de 1942, ficando conhecido como Batalha de Los Angeles. Na ocasião, aparelhos desconhecidos foram detectados por radar, avistados e mesmo fotografados.
O caso, que ocorreu sobre solo norte-americano, até então intocado durante a Segunda Guerra Mundial, envolveu a artilharia antiaérea de uma base de Los Angeles, na Califórnia, que disparou pesadamente contra os intrusos — como resultado, cinco pessoas morreram no conflito com as esferas luminosas e não identificadas sobre aquela instalação militar, que nunca revidaram o fogo. Milhares de pessoas avistaram os objetos desconhecidos naquela noite, descritos como seis ou nove luzes brilhantes voando devagar em uma formação triangular. Naquela época, UFOs eram avistados frequentemente sobre fábricas de aviões e, após o incidente acima, as autoridades emitiram um curioso comunicado afirmando que nenhuma aeronave inimiga fora vista na área…
Naves antes da Ufologia surgir
Pouco depois, entre 09 e 10 de abril de 1942, durante a invasão de Guadalcanal, radares da frota norte-americana também detectaram um objeto incomum, observado também por binóculos. Ao chegar a distancia de cerca de 2.700 m do alvo, foi ordenado que os navios abrissem fogo, porém o objeto não reagiu e ainda circulou toda a frota duas vezes, em alta velocidade e a uma altitude entre 900 m a 1.200 m. Foi descrito como um disco com um domo no centro e o que pareciam portinholas ao redor da estrutura. Enfim, uma típica nave alienígena, mas bem antes da Era Moderna dos Discos Voadores, que só teria início cinco anos mais tarde, em 24 de junho de 1947.
Outro caso envolvendo UFOs e tropas militares durante a Segunda Guerra Mundial ocorreu no verão de 1945 nas Filipinas. Radares a bordo de navios norte-americanos detectaram artefatos inexplicáveis a velocidades superiores a 1.600 km/h
Outro caso interessante envolvendo UFOs e tropas militares durante a Segunda Guerra Mundial ocorreu no verão de 1945 em Guam, nas Filipinas. Radares a bordo de navios da Marinha norte-americana detectaram artefatos inexplicáveis — eram grupos de objetos a cerca de 160 km de distância e a velocidades superiores a 1.600 km/h. Os operadores os registraram pelos instrumentos passando exatamente sobre os navios a uma altitude de cerca de 600 m, aparecendo nas telas de radar como aparelhos sólidos. Oficiais nos conveses dos navios não conseguiam observar nada visualmente e houve uma ocasião quando um dos operadores dos radares subiu ao deque da embarcação, também sem nada observar de estranho no céu. Mas os UFOs estavam ali sobre eles. Uma testemunha, que pediu para permanecer anônima, afirmou que não se tratava de nuvens ionizadas, pássaros ou qualquer defeito, pois o
equipamento foi cuidadosamente verificado e operava dentro dos parâmetros normais.
Pouco antes disso, em 1943, já antevendo a progressiva sucessão de ocorrências ufológicas e preocupadas com o acúmulo de relatos de avistamentos por suas tripulações durante as missões na Segunda Guerra Mundial, as autoridades britânicas foram as primeiras a determinar a formação de um pequeno grupo de investigação do assunto. Liderada pelo tenente-general George Massey e conhecida como Projeto Massey, a operação foi classificada como confidencial em 1944.
A primeira perseguição
Um agente duplo foi a inspiração para a criação do grupo, tendo afirmado que os chamados foo fighters não eram fabricados pelos alemães, mas que estes, por sua vez, os consideraram armas secretas dos Aliados — e os ingleses, naturalmente, sabiam muito bem que os objetos tampouco pertenciam a eles. Os alemães, por sua vez, formaram o grupo de investigação Sonderburo, cujo primeiro caso pesquisado foi o protagonizado por Hauptmann Fischer, em 14 de março de 1942. Fischer pousara na base secreta de Banak, na Noruega, quando ao mesmo tempo seu radar de bordo captara algo estranho no ar e seus superiores lhe pediram para que investigasse o fato. Ele decolou novamente, subiu até 3.000 m e pelo rádio descreveu o que vira: uma enorme nave alongada de 90 m por 15 m, chamada por Fischer de “baleia aérea”. Aquilo voava na horizontal antes de se elevar verticalmente e desaparecer a grande velocidade. Em seu relatório, Hauptmann Fischer afirmou que não era algo construído pelo homem, o que provocou a incredulidade de Herman Goering, chefe da Força Aérea Alemã, que disse ter a solidão do norte “mexido” com a cabeça do piloto.
Em 29 de setembro de 1944 ocorreria uma nova perseguição envolvendo os nazistas. Durante um teste com o revolucionário jato germânico Messerschmidt Me 262, o piloto teve sua atenção chamada por luzes misteriosas à sua direita. Ele partiu em sua direção e se viu diante de um objeto cilíndrico de mais de 90 m, com aberturas ao longo de sua lateral e longas antenas na parte frontal e ao longo de sua extensão. O piloto alemão conseguiu levar seu caça até cerca de 500 m do alvo, quando se surpreendeu ao constatar que o UFO se movia a mais de 1.900 km/h.
Na metade de setembro daquele mesmo ano, do outro lado do Oceano Atlântico, a usina de produção de urânio de Oak Ridge, no Tennessee, passou a operar e uma nova arma começou a ser projetada. A usina era uma das que fazia parte do Projeto Manhattan, cuja função era o desenvolvimento da bomba atômica. Isso iria mudar tudo nos cenários mundiais de guerra — até mesmo no que se refere à observação de UFOs. Logo que começou a operar, Oak Ridge passou a ser visitada por estranhos objetos cilíndricos de aparência metálica, pairando sobre as instalações. Em uma ocasião, uma multidão se reuniu para observar aquilo, quando o artefato se afastou. O caso foi relatado ao Bureau Federal de Investigação (FBI) e pesquisadores se esforçam até hoje para conseguir os documentos que descrevem o incidente.
UFOs se aproximam de usinas
Aos poucos, os casos envolvendo discos voadores sobre áreas de produção e manuseio de materiais radioativos, essenciais à construção de bombas atômicas, foram aumentando imensamente. Um dos episódios envolveu Rolan D. Powell, que em julho de 1945 servia na Base Naval de Pasco, no estado de Washington, e seu grupo de aviação se destinava a proteger a usina de produção de plutônio de Hanford, a pouco mais de 96 km de distância. Dado o estado já deteriorado da Força Aérea Japonesa naqueles meses finais da guerra no Pacífico, nenhum militar norte-americano acreditava que haveria um ataque em solo dos Estados Unidos. Contudo, em determinada ocasião os alarmes soaram por volta do meio-dia e os pilotos correram para a sala de briefing, onde foram informados de que um objeto desconhecido voava rapidamente rumo à usina.
No teste de detonação, a explosão resultou em extensa contaminação radioativa de ilhas próximas, onde pessoal norte-americano e a tripulação de um barco pesqueiro japonês estavam estacionados, causando fatalidades e problemas de saúde
Powell e seus companheiros decolaram em seis caças Grumman F6F Hellcat e conseguiram avistar o artefato, que tinha um formato discoide como nada que eles tinham visto antes — e muito menos poderia ser um avião japonês. Os pilotos estavam confusos e Powell chamou por rádio a base para receber instruções, quando lhes foi ordenado que subissem ainda mais. O teto de serviço do F6F era de 11.370 m e, embora o piloto alertasse que os motores não aguentariam uma altitude superior, eles foram instruídos a fazer qualquer coisa necessária para interceptar o intruso. O UFO continuou a pairar sobre o local ignorando os esforços dos caças, e quando os motores destes começaram a falhar e o combustível a ficar perigosamente baixo, tiveram que retornar um a um para a base. O objeto desconhecido desapareceu a seguir tão rápido quanto surgira.
Rolan D. Powell afirmou para Byron D. Varner, autor do livro Living on the Edge: An American War Hero [Vivendo no Limite: Um Herói de Guerra Americano, B. D. Varner Editor, 1996], que o objeto voador não identificado parecia ter o tamanho de três porta-aviões e que pairava sobre Hanford a uma altitude de 19.800 m. Ele e seus companheiros levaram seus Hellcats até 12.800 m, mas nem assim conseguiram se aproximar do UFO, que não emitiu qualquer sinal de hostilidade e permaneceu nessa posição por 20 minutos. Seis meses depois, o plutônio produzido em Hanford era o material físsil utilizado na bomba Fat Man que explodiu em Nagazaki.
Naves nos memorandos do FBI
Em 31 de janeiro de 1949, UFOs foram avistados intensamente em Los Alamos, Novo México, justamente sobre uma das instalações militares de produção de material radioativo mais sensíveis dos Estados Unidos. Um dos casos foi objeto de um relatório especial para o chefe do FBI na época, J. Edgar Hoover, no qual os artefatos eram chamados de “discos voadores” e “bolas de fogo”, deixando claro que àquela altura os norte-americanos já sabiam bem do que se tratavam aqueles aparelhos. Classificado como ultrassecreto e mantido oculto por décadas, o memorando do FBI foi finalmente divulgado recentemente.
Outro memorando do FBI, datado de 23 de agosto de 1950, também descreve o avistamento de “discos”, “bolas de fogo verdes” e “meteoros” nas proximidades de Los Alamos e dos laboratórios at&ocir
c;micos Sandia ao longo de 19 meses — de 150 casos registrados, metade foi descrita como aeronaves desconhecidas. Outro documento descreve o avistamento, novamente em Oak Ridge, de múltiplos avistamentos de UFOs, em outubro e dezembro de 1950. Enfim, os casos se avolumavam à medida que os norte-americanos aumentavam sua produção de material radioativo para a construção de bombas de destruição de massa. Tanto que, de março a maio de 1954, quando a Comissão de Energia Atômica e o Departamento de Defesa dos Estados Unidos conduziram a Operação Castle, uma série de seis detonações de artefatos nucleares no Atol de Bikini no Oceano Pacífico, olhos extraterrestres a tudo observavam.
Como se sabe, no teste de detonação chamado Castle Bravo a explosão resultou em extensa contaminação radioativa de ilhas próximas, onde pessoal norte-americano e a tripulação de um barco pesqueiro japonês estavam estacionados, causando várias fatalidades e problemas de saúde nos sobreviventes — alguns afirmam que nasceu dalí a ideia que daria origem ao Tratado de Banimento Parcial dos Testes Nucleares, de 1963, que permitia somente detonações subterrâneas.
Aumento da atividade ufológica
Em 07 de abril de 1954, um objeto voador não identificado silencioso e de cor laranja sobrevoou o navio operador de hidroaviões USS Curtiss AV-4, nau capitânia da Operação Castle. O UFO fez manobras em zigue-zague antes de desaparecer a grande velocidade. Informações sobre este fato foram obtidas graças a depoimentos de testemunhas e a relatórios da Agência Nuclear de Defesa dos Estados Unidos, mais uma vez comprovando que nossos visitantes extraterrestres a tudo observam quando se trata do uso de energia nuclear, especialmente para fins bélicos.
Em setembro de 1945, a necessidade de suporte aéreo para as atividades dos Laboratórios Nucleares de Los Alamos — o maior produtor de material radioativo daquela época — levou parte daquelas instalações, a Divisão Z, a se transferir para a Sandia Corporation, em Albuquerque, no Novo México. A empresa foi constituída em 1949 e hoje se chama Laboratórios Nacionais Sandia, sendo responsável por avançadas pesquisas com armas estratégicas e produção alternativa de energia. Em 1947, outras unidades ligadas à pesquisa com armamentos nucleares foram estabelecidas nas proximidades, ali na Base Aérea de Kirtland, que mantinha voos de aviões armados com ogivas nucleares. Durante o final dos anos 40 e parte da década de 50, pessoal dessa base, onde se operavam vários esquadrões de defesa, meteorológicos e de testes, participou de experimentos nucleares ocorridos no Pacífico.
Quando o UFO passou sobre um dos mísseis, os consoles na sala de controle indicaram que o projétil estava sendo preparado para lançamento, mas sem autorização. Os disparos só são possíveis após um procedimento severo que envolve até o presidente
Tudo que envolveu Los Alamos, Sandia e Kirtland sempre esteve às voltas com UFOs. Sandia e Kirtland, por exemplo, se tornaram palcos frequentes de avistamentos de discos voadores, começando em Albuquerque, em 24 de fevereiro de 1950, quando um objeto alongado foi visto por alguns minutos sobre aquela unidade. Em 25 de agosto de 1951, um guarda de segurança e sua esposa também viram um objeto similar a uma asa voadora [Como o bombardeiro B-2] sobrevoar Kirtland. A tripulação de um bombardeiro B-25 também viu um artefato alongado em 07 de junho de 1952, assim como um aviador avistou uma formação em V de 8 a 10 objetos esféricos muitos velozes sobre Kirtland, em 26 de julho de 1952.
Mas o mais conhecido incidente sobre a Base Aérea de Kirtland ocorreu na noite de 04 de novembro de 1957, quando um objeto luminoso surgiu à baixa altitude, cruzando as pistas de pouso e taxiamento da base, seguindo o rumo sudoeste bem à vista do pessoal da torre de controle de tráfego aéreo. Observando por binóculos, as testemunhas perceberam que o UFO tinha formato oval, sem asas ou cauda, pairava a cerca de 100 m de altura e estava em posição vertical, com a extremidade mais pontuda voltada para baixo — aparentava medir cerca de 6 m e tinha uma luz na extremidade. R. M. Kaser e E. G. Brink, oficiais da torre de controle com experiência somada de 23 anos de serviço, foram enfáticos ao afirmar que de forma alguma se tratava de uma aeronave terrestre.
Interferência em mísseis
O UFO se deslocou a leste-nordeste da torre e a uma distância de 900 m, daí parou e ficou sobrevoando o local por cerca de um minuto. Então começou a se mover devagar, antes de acelerar subitamente e desaparecer no céu. O que buscava ali? O que há de mais precioso: bombas atômicas. Durante o avistamento, Kaser e Brink ligaram para o controle de aproximação de voos, que por radar detectou o estranho aparelho virando para o sul em alta velocidade e rumando para a Estação de Baixa Frequência de Albuquerque, outra unidade militar na área, circulando-a por alguns minutos. A seguir o UFO retornou para Kirtland e se posicionou atrás de um cargueiro C-46 que acabava de decolar, seguindo o avião até que ambos saíram do alcance do radar.
Um dos casos mais dramáticos a demonstrar o interesse dos UFOs sobre locais de produção, testes e armazenamento de armas nucleares foi o ocorrido em 15 de setembro de 1964. Naquela ocasião um míssil equipado com uma ogiva falsa para testes foi lançado da Base Aérea de Vandenberg, na Califórnia, mas sua carga, após se separar do projétil, foi desativada em pleno voo por um UFO que surgiu subitamente. O intruso disparou quatro raios de luz contra o artefato, que parou de funcionar e ocasionou a queda da falsa ogiva no Oceano Pacífico, a centenas de quilômetros do alvo. As principais testemunhas deste acontecimento são o primeiro-tenente Robert Jacobs, encarregado de filmar o teste, e o oficial chefe de ciências da Base Aérea de Vandenberg, major Florenz Mannsmann.
A gravação obtida por Jacobs, membro do Esquadrão Fotográfico 1369 da Força Aérea Norte-Americana (USAF), foi obtida por ufólogos e está contida nos documentários Destino Terra I e Destino Terra II, ambos da coleção Videoteca UFO [Códigos DVD-024 e DVD-047, respectivamente. Confira na seção Shopping UFO desta edição e
no Portal UFO: ufo.com.br]. Ela mostra o míssil SM-65 Atlas voando quando repentinamente surgiu o UFO, que circulou o artefato emitindo flashes de luz. Mannsmann, que havia convocado Jacobs para comparecer em seu escritório dois dias após o ocorrido para assistir ao filme, confirmou que o formato aparente do objeto era discoide. Jacobs depois confirmaria aos pesquisadores que a ogiva apresentou mau funcionamento e caiu a centenas de quilômetros do alvo. Acompanhando Mannsmann nessa ocasião estavam dois agentes da Agência Central de Inteligência (CIA), que levaram o filme. A gravação nunca mais foi vista até poucos anos atrás.
Desmentidos e ocultamento
Muitos anos depois, Mannsmann confirmou aos pesquisadores que, na verdade, exibiu o filme em outras ocasiões para altos oficiais, cientistas e técnicos do governo. Ele também afirmou que recebera ordens de não comentar o assunto com ninguém e repassou a Jacobs a mesma orientação, após a exibição para os agentes da CIA. Pressionada pelos pesquisadores, a Força Aérea Norte-Americana (USAF) apresentou várias versões para o acontecimento ao longo dos anos, desde alegar que o míssil não apresentou qualquer problema e o teste aconteceu conforme planejado, até mostrar uma correspondência do setor de comunicações da base de Vandenberg, de março de 1987, alegando que em 15 de setembro de 1964 nenhum míssil Atlas fora lançado…
Na década de 60 e 70, discos voadores eram constantemente vistos sobre os silos onde estão mísseis atômicos Minuteman prontos para disparo, apontados desde a Guerra Fria para a extinta União Soviética, mas até hoje mantidos operacionais em estados do norte dos Estados Unidos, como Montana e Dakota do Norte. No verão de 1966, por exemplo, um novo UFO foi visto sobre os silos da instalação Echo Flight, na Base Aérea Minot, na Dakota do Norte. Estes silos são subterrâneos e compostos de área de lançamento, tubular com o míssil dentro, e centro de controle — os disparos, mediante códigos, só são possíveis após um procedimento severo que envolve as altas autoridades e até o presidente do país. Quando o UFO passou sobre um dos mísseis, os consoles na sala de controle indicaram que o projétil Minuteman ali alojado estava sendo preparado para lançamento, mas sem qualquer autorização.
O novo livro de Robert Hastings não é uma mera obra de Ufologia, mas um compêndio de dezenas de casos documentados em que UFOs interferiram em instalações de manuseio de energia nuclear e em lançamentos de mísseis atômicos, inclusive inutilizando-os
“Felizmente, um procedimento de cancelamento encerrou a contagem regressiva”. Caso contrário, teríamos iniciado a Terceira Guerra Nuclear”, desabafou o pesquisador e autor norte-americano Robert Hastings, consultor da Revista UFO, que recentemente teve seu explosivo livro UFOs and Nukes lançado no Brasil pela Revista UFO, com o título Terra Vigiada [Código LIV-025 da coleção Biblioteca UFO. Confira na seção Shopping UFO desta edição e no Portal UFO: ufo.com.br]. A obra, com 522 páginas repletas de informações, é a maior coletânea já produzida de casos em que UFOs interferiram na produção, manutenção ou testes com mísseis nucleares — os nukes, em inglês. É em Terra Vigiada que encontramos o caso ocorrido em 16 de março de 1967, quando vários agentes de segurança da Base Aérea Malmstrom, em Montana, informaram a presença de outro disco voador também sobre silos de mísseis Minuteman — e, em poucos minutos, todos os 10 mísseis da base apresentaram mau funcionamento.
Sem explicações para as falhas
Os oficiais de lançamento receberam ordens de não falar a respeito do incidente, e um membro da equipe de manutenção ouviu que o mau funcionamento fora de fato causado intencionalmente pela tripulação do disco. Uma equipe de investigação da Boeing, empresa que fabricava os Minuteman, foi enviada ao local mas não encontrou qualquer explicação para a falha. Os técnicos receberam ordens da USAF para finalizarem o trabalho de investigação ainda no meio e não produzir nenhum relatório. Entre as testemunhas do caso encontra-se o coronel aposentado Walter Figel, o sargento Henry Barlow, e o engenheiro da Boeing Robert Kaminski, todos entrevistados por Hastings em Destino Terra.
Outro caso aconteceu em Malmstrom em novembro de 1975, quando vários UFOs foram novamente avistados próximos dos silos — um deles foi descrito pelo pessoal de segurança da base como um disco alaranjado. O intruso foi captado pelo radar e caças F-106 tentaram interceptá-lo, sem sucesso. “A Base Aérea de Ellsworth, na Dakota do Sul, também foi palco destes avistamentos incomuns, um deles ocorrido em dezembro de 1978, quando mísseis das instalações Delta e Echo e Flight deixaram de funcionar. Um UFO em formato de diamante e produzindo um zumbido foi visto sobre o local em baixa altitude durante o incidente”, revelou Hastings. Ele acrescenta em seu livro que a base teve outro visitante indesejado em 27 de outubro de 1992, quando um artefato em forma de bumerangue sobrevoou o hangar de manutenção dos mísseis.
Igualmente, bases nucleares da Marinha dos Estados Unidos também foram visitadas por UFOs em incontáveis ocasiões, como as de Bangor, no estado de Washington. Em 22 de abril de 1998, por exemplo, um aparelho em forma de disco voou baixo e prolongadamente sobre a instalação, próximo dos bunkers onde se encontram submarinos atômicos portadores de mísseis Trident. E em 23 de outubro de 2010 a USAF novamente se viu às voltas com intrusos quando um grande objeto em forma de cilindro foi visto por várias equipes de manutenção na Base Aérea de F. E. Warren, pouco antes de ser perdida a capacidade de comunicação com 50 dos 150 mísseis Minuteman ali abrigados. O gravíssimo problema durou 26 horas e todo o esquadrão de manutenção recebeu ordens dos comandantes para não discutir aquilo com ninguém. O caso ficou conhecido graças a dois técnicos de mísseis da USAF aposentados, descobertos por Hastings, mas que preferem permanecer anônimos.
O Caso Roswell inglês
Um dos casos mais bem investigados de todos os tempos envolvendo UFOs e instalações militares onde se armazenam armas atômicas ficou conhecido como o “Caso Roswell Inglês”. O fato teve início em 26 de dezembro de 1980 na Floresta Rendlesham, na Inglaterra, onde se localizam as Bases A&e
acute;reas de Bentwaters e Woodbridge, pertencentes à Real Força Aérea Britânica (RAF) e operadas conjuntamente por ela e pela Força Aérea Norte-Americana (USAF) — é ali que os Estados Unidos estocavam armas nucleares na época da Guerra Fria. Por volta de duas horas da manhã, dois militares que guardavam o portão leste de Woodbridge, John Burroughs e Budd Parker, avistaram um estranho objeto luminoso que a princípio pensaram ser um avião acidentado. Rapidamente perceberam, entretanto, que se tratava de um UFO pairando e descendo em meio às árvores da floresta. As luzes do artefato podiam ser vistas através da mata e Burroughs ligou para a base comunicando o fato.
Em minutos chegaram a bordo de um jipe o sargento Jim Penniston com o soldado Herman Kavanasac. Eles também viram as luzes e Penniston afirmou para Parker e Burroughs que devia ser uma aeronave caída, mas ambos insistiram que o pouso do objeto fora controlado, não acidental. Parker foi ordenado a permanecer de guarda no portão, enquanto os demais entraram na floresta — havia algum tipo de estática no ar, pois seus rádios começaram a falhar e Penniston ordenou que Kavanasac permanecesse próximo da estrada. Os outros dois conseguiram por fim se aproximar do UFO, que se revelou como um objeto cônico ou triangular, de tamanho similar ao de um automóvel. “Parecia flutuar no ar e em suas laterais havia algo como marcações escritas”, disse Penniston. Os militares descreveram que algo parecia retardar seu avanço na direção do objeto, que finalmente emitiu um flash de luz e decolou, desaparecendo nas alturas.
A presença de armas nucleares em Bentwaters foi negada pelo governo britânico na época, mas mais de uma década após o incidente foi reconhecido que de fato elas estavam na base. Certamente, foi isso que atraiu discos voadores para aquele local
Há divergência nas descrições dos militares sobre se o objeto pairava ou ficou assentado em um trem de pouso, mas o fato é que na manhã seguinte foram encontradas marcas circulares dispostas em triângulo e várias árvores do local tinham suas copas danificadas. Na noite seguinte ao avistamento havia uma festa para oficiais em Bentwaters, quando o tenente Bruce Englund entrou e disse ao comandante da base, Ted Conrad, que “a coisa havia retornado”, uma clara referência ao UFO. Conrad iria discursar após o jantar e ordenou a seu subordinado, o depois tenente-coronel Charles Halt, a cuidar daquele assunto. Halt rapidamente formou uma equipe e levou entre seus equipamentos um contador Geiger e um gravador para fazer apontamentos do que encontraria na floresta.
O retorno do UFO
Uma hora antes, uma patrulha havia avistado luzes estranhas na mata e um cordão de isolamento para impedir a aproximação de curiosos foi formado. Halt e seus homens viam luzes em meio à floresta e seus rádios apresentavam os mesmos problemas de estática percebidos na noite anterior. Contudo, os militares nada viram, exceto as luzes do farol de Oxford Ness, na direção sul. Nada parecia fora do normal quando subitamente, a 01h48, o UFO retornou de pronto, sendo primeiro avistado por um grupo que havia entrado mais profundamente na floresta, do qual faziam parte John Burroughs e o sargento Adrian Bustinza — este último disse que a luz brilhante parecia apoiada em uma coluna de névoa amarelada. Halt e sua equipe avistaram o UFO, que a princípio tomaram como resultado de um fenômeno de inversão térmica. Os militares perseguiram o objeto através da mata por mais de uma hora, antes que ele finalmente disparasse para o céu.
As investigações em segredo
Halt liderou seus homens de volta para a base, mas luzes estranhas continuavam à vista lançando raios similares a lasers na área de segurança daquela instalação militar — justamente sobre o galpão onde estavam armazenadas as armas nucleares. Centenas de outros militares e moradores das redondezas também viram as luzes. As leituras de radiação somente foram confirmadas em 1994, quando o ufólogo e autor Nick Pope [Consultor da Revista UFO] apresentou documentos a respeito para especialistas. Pope afirma que estes se mostraram surpresos, já que os níveis estavam 10 vezes acima do normal. “A presença de armas nucleares em Bentwaters foi negada pelo governo britânico na época, mas mais de uma década após o incidente foi reconhecido que de fato elas estavam na base”, declarou Nick, que recentemente participou do V Fórum Mundial de Ufologia, promovido pela Revista UFO em Foz do Iguaçu.
Larry Warren, oficial da Polícia de Segurança da Força Aérea Norte-Americana (USAF), foi transferido para a Inglaterra em 01 de dezembro de 1980. Na noite do incidente, ele foi um dos convocados a investigar o fato e avistou o objeto pousado, descrevendo-o como tendo formato triangular, com 10 metros de tamanho e pouco mais de 6 m de altura. Warren disse que era algo estruturado e que, enquanto alguns dos homens fugiram, outros permaneceram no local. Ele também afirmou que não conseguia se mover e suspeita que a percepção de todos fora afetada pelas inteligências que comandavam o disco voador. Também surgiram informações de que estações de radar nas proximidades captaram objetos desconhecidos naquela noite, como a de Neatishead, onde houve grande agitação ao se constatar que os UFOs demonstravam capacidades muito superiores às das melhores aeronaves da Real Força Aérea Britânica (RAF).
Outros relatos apontam que oficiais da USAF vieram dias depois requisitar as fitas com as gravações do radar, aludindo a um disco voador que havia caído na floresta. As mesmas fontes afirmam que militares norte-americanos igualmente avistaram o objeto e viram seres estranhos flutuando em meio aos raios de luz sob a nave. Com tudo isso no ar, não demorou para que chegassem às bases de Bentwaters e Woodbridge aeronaves trazendo pessoal dos serviços de inteligência dos Estados Unidos — e logo Penniston, Burroughs e mesmo Halt foram deixados de lado, sem poder saber nada a respeito da investigação. “Evidentemente, já havia sido tomada a decisão de não se revelar ao público os impressionantes acontecimentos, especialmente que o UFO disparou raios de luz sobre o depósito das armas nucleares táticas ali estocadas e que duas delas teriam sido levadas por um cargueiro C-5 para a Base Aérea de Kirtland, no Novo México, a fim de serem analisadas”, disse Hastings, dando detalhes deste fantástico caso em seu livro Terra Vigiada.
A mais importante testemunha
Recentemente o Ministério da Defesa britânico (MoD) fechou seu escritório de investig
ação ufológica, o UFO Desk, que era dirigido por Nick Pope, alegando já haver liberado todos os documentos ufológicos que antes estavam classificados como secretos e afirmando que “a pesquisa destes fenômenos não constitui uso adequado para a verba governamental”. Pope acusou o MoD de usar essa desculpa como cortina de fumaça para desviar a atenção do Parlamento e do público inglês para a questão ufológica, e que muita documentação permanece secreta, incluindo papéis relacionados ao Caso Bentwaters.
Nos últimos anos, a pesquisa a respeito da vigilância exercida pelos alienígenas sobre nossas bases militares e arsenais atômicos recebeu um significativo impulso graças ao fato de vários militares já aposentados terem vindo a público contar o que sabem, ou concederem entrevistas para pesquisadores. Um dos mais conhecidos desses ex-militares é o capitão Robert Salas, que nos últimos anos tem se dedicado a denunciar obstinadamente a política de acobertamento ufológico do governo dos Estados Unidos, apesar de todas as promessas de transparência da atual administração. Salas foi outro destacado personagem da Ufologia Mundial a ser convidado pela Revista UFO a comparecer em seus eventos, desta vez o I Fórum Mundial de Contatados, realizado em Florianópolis, em junho deste ano.
A imprensa informou que em diversas ocasiões naves alienígenas foram avistadas após testes nucleares realizados em Semipalatinsk e sobre a ilha Novaya Zemlya. Estariam as inteligências por trás do fenômeno tentando minimizar os danos radioativos?
Durante seu tempo de serviço para o governo norte-americano, de 1964 a 1971, Robert Salas testemunhou UFOs manobrarem ostensivamente sobre instalações militares e unidades de silos de mísseis balísticos intercontinentais [Intercontinental Ballistic Missiles ou ICBMs], chegando a desativar ogivas nucleares daqueles projéteis instalados na base em que ele servia. O ex-militar tem vasta experiência na área e atuou como engenheiro de propulsão do programa Titan II, um míssil que depois foi convertido para foguete de lançamentos espaciais. Ele depois trabalhou por 20 anos na Agência Federal de Aviação (FAA) como engenheiro estrutural de aeronaves. Enfim, dedicou nada menos do que 35 anos de experiência nessas áreas — e confessa que sua vivência mais impactante foi com UFOs sobre as bases de lançamento de mísseis.
Em 1967, Salas era oficial de lançamento de mísseis nucleares, tendo 10 exemplares sob seu controle, uma enorme responsabilidade. “Na noite de 24 de março de 1967 recebi um telefonema dizendo que meus guardas estavam vendo luzes estranhas no céu, voando rápido e fazendo manobras estranhas. Como não havia ruído de motor, não acharam que era uma aeronave”, disse à Revista UFO. O então capitão afirmou que a princípio não deu muita atenção aos relatos, mas que recebeu outro telefonema a seguir, agora com gritos apavorados dos guardas descrevendo um objeto oval vermelho, de cerca de 15 m de comprimento, pairando sobre o portão principal da instalação. Com medo, a equipe estava pronta para usar suas armas contra o intruso, incluindo rifles.
Atirar no UFO, se necessário
A equipe de Robert Salas perguntou o que deveria fazer e ele então ordenou que atirassem no UFO, se fosse necessário, pois nada poderia entrar na área cercada. O oficial desligou o telefone em seguida e pretendia falar imediatamente com seu comandante a respeito, mas se surpreendeu ao observar o painel que controlava as armas nucleares de sua base, que mostrava que estavam desabilitadas, inoperacionais — os 10 mísseis nucleares que deveriam estar em estado de prontidão, mas se encontravam desligados e inutilizados durante a presença do UFO. “Era uma clara demonstração de superioridade daqueles seres sobre nossos sistemas”, disse.
A instalação onde Robert Salas estava era a Oscar Flight da Base Aérea de Malmstrom e ele acompanhava seu comandante na época, o coronel Frederick Meiwald, na observação do desenrolar dos fatos. Dias depois ambos ficaram sabendo que outro incidente similar ocorrera uma semana antes na instalação chamada de Echo Flight, não distante dali. Segundo Salas, a base Malmstrom, palco desses acontecimentos, tinha 15 instalações de silos de mísseis, somando 150 projéteis com ogivas nucleares na faixa de 800 quilotons cada. O ex-militar afirma que, de alguma forma — ele especula que possa ter sido emitido um sinal —, o UFO interferiu nos cabos protegidos por onde circulavam os comandos de controles dos mísseis, desativando nestes o sistema de navegação inercial. Salas é categórico ao afirmar que nenhuma peça do equipamento foi danificada e as armas somente ficaram inoperantes durante o tempo que a nave ali permaneceu, logo sendo novamente colocadas em funcionamento.
Impressionado com os fatos dos quais foi testemunha, Salas passou a colher depoimentos de colegas militares que também tiveram experiências semelhantes, tornando-se ele próprio um dos mais respeitados pesquisadores de avistamentos de UFOs no meio militar. A respeito das razões porque o caso do qual foi protagonista permaneceu tanto tempo em segredo, o ex-militar comenta: “Minha história aconteceu em uma época em que a Força Aérea estava investigando os UFOs e patrocinando um grupo de estudos na Universidade do Colorado, o Comitê Condon, liderado pelo físico nuclear Edward Condon [Que tomou parte do Projeto Manhattan]. O grupo, no entanto, não foi constituído para estudar legitimamente os avistamentos, e sim para abafá-los, como ocorreu com o meu caso”.
O governo sabe
Robert Salas prossegue: “O único motivo dessas investigações era o desejo do governo norte-americano de fazer com que a população parasse de fazer perguntas sobre os UFOs. Então o Comitê Condon não foi uma investigação científica de verdade, mas uma maneira de acobertar a ideia de que os UFOs existiam e estavam afetando nossas armas nucleares”. Como sua história ocorreu naquele período, a USAF a escondeu da sociedade e até do comitê de investigação, inicialmente — os militares não autorizaram que os relatórios fossem vistos por qualquer pessoa, nem que o próprio Salas e outros oficiais fossem entrevistados sobre os fatos. “A Força Aérea quer manter tudo em segredo porque obviamente há aplicações militares quanto à tecnologia desses objetos. Se conseguirem duplicá-la, aprender como voar em altíssimas velocidades e visitar outros lugares do universo, o governo teria um poder imbatível”, adicion
ou o ex-capitão.
Salas diz ainda que essas são algumas das razões para o acobertamento global da realidade ufológica, mas que ainda outras, que dizem respeito à ganância e à manutenção de poder. “Essa informação tem muito impacto e pode ser utilizada para se fazerem acordos com outras nações que também experimentaram casos semelhantes”. Para ele essas naves certamente não foram construídas na Terra e, por meio de ações como a que viveu, os alienígenas estariam demonstrando seu conhecimento sobre nossas armas nucleares e sua capacidade de interferir nelas. O ex-militar acredita que os ETs pretendem com isso mandar uma mensagem para que a sociedade terrestre promova a abolição das armas nucleares, pois, enquanto elas existirem, há a possibilidade de acontecer uma guerra com drásticas consequências para a vida neste planeta.
Robert Salas, agora aposentado, reuniu centenas de testemunhos de militares e suas pesquisas permitem que afirme que “os extraterrestres sabem de nossa capacidade bélica e estão prontos para impedir uma guerra nuclear”. O ex-militar foi visitado em 2012 em sua residência na Califórnia pelo editor A. J. Gevaerd e recentemente entrevistado pelo professor e suplente de deputado federal paranaense Wilson Picler, conselheiro especial da Revista UFO, que há anos tem participado de inúmeras iniciativas de apoio à Ufologia, prestando um inestimável auxílio para o tratamento sério dessa matéria. A entrevista está disponibilizada no site da Revista UFO e no Youtube.
Na atualidade, o mais importante pesquisador de casos de UFOs sobrevoando instalações militares e depósitos de arsenais nucleares é sem dúvida o citado autor de Terra Vigiada, Robert Hastings. Ele se interessou por Ufologia logo que teve seu primeiro avistamento, aos 16 anos. Na época seu pai servia na Base Aérea de Malmstrom e teve experiências com naves detectadas pelos radares da unidade militar. Em 1973, Hastings teve seu grande momento quando encontrou referências a vários incidentes envolvendo o que parecia ser “uma investigação levada a cabo por nossos visitantes extraterrestres sobre o arsenal nuclear norte-americano”, como definiu o interesse destas inteligências.
O estudo dos UFOs e nukes
Entre outras, o autor localizou um artigo do veterano ufólogo J. Allen Hynek, datado de 1966, quando ainda era consultor do Projeto Blue Book, tratando do assunto. Hynek, no texto, descrevia um caso ocorrido na Base Aérea de Minot, na Dakota do Norte, em que um UFO foi visto sobre silos de mísseis Minuteman. Assim, ao longo dos anos, Hastings foi recolhendo depoimentos de diversos ex-militares, tomando sempre o cuidado de não procurar aqueles ainda na ativa — “a revelação de informações consideradas confidenciais ou secretas poderia ser um risco para estes”. Robert Hastings coletou testemunhos militares não somente dos Estados Unidos, mas também de outras nações, e todos coincidem ao comprovar um inegável interesse dos UFOs quanto às nossas instalações militares mais secretas.
O pesquisador conseguiu para compor seu livro até mesmo informações de casos ocorridos na antiga União Soviética, mencionando em Terra Vigiada um importante artigo escrito pelo ufólogo russo Vladimir Lagovsky, publicado na revista Molodaya Gvardia, em 1990. Sob o título de Enigmas das Ilhas Celestiais, o texto menciona que os contatos de pilotos militares soviéticos com discos voadores tornaram-se tão intensos e frequentes que o alto comando do país emitiu ordens para que em hipótese alguma seus caças disparassem contra os UFOs. Eles raciocinaram que, apesar de invadirem o espaço aéreo da União Soviética, os intrusos não tomavam ações hostis, sendo então preferível não provocá-los. Hastings menciona um trecho da ordem: “Nenhuma reação deve ser tomada quanto aos letayuschiye tarelki [Discos voadores em russo]. Deixe-os nos espionarem, se quiserem. Eles não causam nenhum dano, a menos que sejam antagonizados por respostas militares locais”.
Impotente contra os intrusos
Um dos incidentes soviéticos mais impressionantes ocorreu em 1973 e foi descrito pelo pesquisador Vladimir Avinsky. Este informa que em certa noite, por várias horas, um UFO sobrevoou o Instituto de Pesquisa Nuclear de Dubna, uma das instalações mais secretas do país. O comandante da base apavorou-se e exigiu instruções de Moscou, cuja resposta foi de que não se apavorasse porque havia pessoas capacitadas no país a controlar a situação. Entretanto, os cientistas do complexo logo perceberam que o governo central, na verdade, não tinha controle algum do que ocorria, que era impotente para tomar qualquer atitude contra os misteriosos intrusos. O evento gerou fotografias do objeto voador não identificado e uma série de documentos, enviados por mensageiros para a capital — e até hoje não se sabe o que foi feito deles.
Outros casos se deram em várias partes do extenso território soviético. Em 1991, por exemplo, vários UFOs pairaram sobre o Instituto de Pesquisa Científica de Reatores Atômicos em Dimitrovgrad, na região do Volga, quando alguns chegaram inclusive a pousar — moradores da região garantiram aos pesquisadores que ocorrências assim eram muito comuns. A imprensa russa também informou que em diversas ocasiões naves alienígenas foram avistadas após testes nucleares realizados em Semipalatinsk e sobre a ilha Novaya Zemlya. O ufólogo ucraniano Valery Kratokhvil pesquisou inúmeros casos envolvendo manifestações sobre instalações nucleares, que reuniu no livro UFOs: Visitantes do Futuro [Minsk Editorial, 1996]. Um dos que relata na obra ocorreu em setembro de 1988, quando dois UFOs sobrevoaram o reator do Instituto de Pesquisa Nuclear de Kiev.
A exemplo de seu colega norte-americano Robert Hastings, Kratokhvil também realizou uma intensa pesquisa a respeito de avistamentos de UFOs durante e após o desastre na usina nuclear de Chernobyl, de 26 de abril de 1986, o pior da história. Em 1990 ele entrevistou um dos técnicos da instalação destruída, Mikhail Varitzky, que descreveu como, ao lado de seu colega Mikhail Samoilenko, foi até a usina às 04h15, após ouvir os alarmes, e se deparou com o reator 4 em chamas. Como ambos não vestiam roupas protetoras e já sentiam a pele quase queimando, decidiram sair dali. Fazendo a volta no carro que utiliz
avam, observaram subitamente um objeto esférico de cor semelhante a cobre movendo-se lentamente pelo céu. “O UFO emitiu um tipo de raio de cor rósea sobre o reator 4 por três minutos, antes de o objeto rumar para o noroeste, na direção da Bielorrússia”, disse Varitzky.
A energia do cosmos
Estariam estas inteligências extraterrestres tentando evitar uma catástrofe pior? Talvez. Os técnicos resolveram então retornar e examinaram o contador Geiger que carregavam, constando que a medição que fizeram antes que o UFO surgisse fora de 3.000 Roentgens por hora, e que após o estranho objeto emitir seus raios ela havia baixado para 800 Roentgens por hora. Surpreendentemente, aquele artefato voador parece haver prestado um auxílio aos russos, fazendo baixar os níveis de radioatividade após a explosão em Chernobyl por meio de alguma tecnologia que ainda não conhecemos. Hastings comenta que antes de 1986 poucos foram os avistamentos relatados naquela região da Ucrânia, mas após o desastre estes se tornaram frequentes. Contudo, poucas pessoas na atualidade sabem a respeito da presença de UFOs em Chernobyl, e o pesquisador questiona quais fatos as autoridades russas conhecem e que permanecem sonegando ao público.
Enfim, por todo o exposto, seja nos Estados Unidos ou na Rússia, tanto em tempos de guerra quanto de paz, outras espécies cósmicas parecem ter imenso interesse por tudo o que fazemos relativamente ao uso de energia nuclear — especialmente para uso bélico. É sabido que as bombas atômicas atuais são de fusão de átomos de elementos químicos leves, como hidrogênio e hélio, em átomos mais pesados. Com isso, há uma espantosa liberação de energia, exatamente o mesmo processo que mantém as estrelas de todo o universo ativas. “Assim, não é exagero afirmar que a partir de o ser humano ter tido acesso à energia que movimenta o cosmos, e seu potencial destruidor, nossos visitantes extraterrestres passaram a se preocupar ainda mais com nosso destino”, finaliza Robert Hastings.