Através de recentes pesquisas sobre a Operação Prato diversas novidades foram levantadas nos últimos meses para esclarecimento dos próprios pesquisadores dessa casuística e do público em geral. A Operação Trilha é uma das iniciativas, um trabalho coordenado por este autor, juntamente com os pesquisadores Fábio Bettinassi e Vitório Peret, que iniciou seus estudos sobre a missão militar e os casos amazônicos em maio de 2005. Como já é amplamente sabido, a operação foi a maior investigação ufológica já realizada por órgãos governamentais do Brasil. Durante quase quatro meses, a Força Aérea Brasileira (FAB) através do I Comando Aéreo Regional (COMAR), com sede em Belém (PA), chefiado pelo brigadeiro Protásio Lopes de Oliveira, disponibilizou agentes militares para a investigação de estranhas ocorrências envolvendo objetos voadores não identificados e luzes estranhas que vagavam na região, geralmente à noite, assombrando a população desde a Baixada Maranhense até o Baixo Amazonas, abrangendo os estados do Maranhão, Pará, Amapá e Amazônia.
A operação foi comandada pelo então capitão – posteriormente reformado coronel – Uyrangê Bolívar Soares Nogueira de Hollanda Lima, que conseguiu, juntamente com sua equipe, fotografar e filmar atividades alienígenas em regiões distintas da selva paraense. Grande parte dos casos de ataques das luzes às populações locais se deu em locais bastante próximos às comunidades ribeirinhas. Hollanda colheu centenas de relatos de pescadores, caboclos, mulheres e crianças dando conta das estranhas ocorrências – que, por sinal, até hoje se mostram inexplicáveis e, ainda assim, oficialmente ignoradas por nossas autoridades. Os focos do fenômeno parecem ter se concentrado na região de Belém e arredores da Ilha de Marajó. Casos semelhantes foram também registrados no Nordeste.
Novas investigações — Este é um trabalho que conta, como voluntários, com pessoas residentes em diversos estados brasileiros, sendo alguns informantes anônimos que, por algum motivo, não desejam se identificar. O levantamento de novos dados, somados ao esforço de tantos homens que anteriormente haviam se dedicado a essa tão particular questão, aos poucos parece ir se descerrando o véu mitológico que circunda os fenômenos amazônicos, para que esses possam assumir suas verdadeiras proporções e aparências. Logo que foram anunciados os primeiros passos da Operação Trilha (OT) na Revista UFO, esta comunicou seu apoio ao empreendimento, simultaneamente à retomada das pesquisas que outrora já desenvolvia sobre o assunto. O editor A. J. Gevaerd anunciou também a publicação de um livro especializado sobre o tema, UFOs na Amazônia: A Operação Prato, que será lançado em breve pelo Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV), trazendo novos dados e imagens, grande parte inédita, acerca dos fenômenos amazônicos. Em uma viagem ao Estado do Pará, no mês de agosto de 2005, o editor levantou interessantes detalhes da casuística apontando novas nuances, algumas inesperadas, que agora estão sendo publicadas ao longo das atuais edições de UFO, no espaço Dossiê Amazônia.
Diversos novos fatos estão sendo apresentados. Inclusive, por meio de suas pesquisas, foi revelado o suposto formato do famigerado chupa-chupa, a temida luz que fazia desprender de si um fino feixe luminoso que seguia as pessoas, paralisando-as e “picando” sua pele, deixando impressos pequenos furos. Em 25 de agosto deste ano, surpreendentemente, a Rede Globo exibiu em edição especial do programa Linha Direta uma produção sobre a Operação Prato, reacendendo ainda mais o tema e levando-o ao conhecimento de muita gente que ainda desconhecia as misteriosas ocorrências amazônicas. No documentário da emissora foram reconstituídas cenas aterradoras descritas na histórica entrevista concedida pelo coronel Hollanda à Revista UFO, poucos meses antes de sua morte, em 1997 [Veja edição 54]. Mesmo não trazendo nenhum novo dado significativo aos pesquisadores do assunto, o programa cumpriu uma função importantíssima, que é popularizar essas ocorrências fenomenais – estas, ao nosso ver, deveriam ser matérias incontestáveis na pasta do Ministério da Defesa brasileiro.
Autoridades não se manifestam — Apesar do assunto reacender a pouco e, anteriormente a isso, a Força Aérea Brasileira (FAB) receber uma junta de ufólogos civis no Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra), em Brasília – e, com esse fato inédito, sugerir o aceno para uma possível troca de informações e liberação de documentos –, nada de novo surgiu por parte dessa instituição. A FAB se calou perante o assunto e não prestou nenhum esclarecimento público, seja negando ou afirmando as manobras que envolveram a Operação Prato e outras pesquisas militares, mesmo após a imprensa trazer novos e incontestáveis dados a respeito da situação vivida no Pará e estados vizinhos, naquela época. Nenhuma informação oficial até hoje foi dada, nem pelo Estado Maior das Forças Armadas (EMFA), nem pelo Ministério da Defesa ou qualquer outro órgão implicado na defesa do Território Brasileiro. Esse silêncio seria, ao nosso ver, um dos maiores mistérios da operação militar.
Por que a FAB teima em se calar até hoje, quando já estamos em plena democracia? Por que o presidente do Brasil, que procura imprimir ao mundo uma imagem democrática, finge não ouvir o clamor da comunidade ufológica para que se abram essas questões e se apresentem explicações oficiais? Por que as autoridades não vêm a público, pelo menos para dizer não a esse apelo? Tais questionamentos povoaram a edição passada desta publicação, que não poderia ser mais explícita ao conter em sua capa a grande indagação “Cadê Nossa Resposta, Presidente Lula?” Teria o silêncio oficial a ver com a gravidade dos fatos ocorridos no Pará? Segundo informações fornecidas pelo co-editor de UFO Marco Petit ao pesquisador Vitório Peret, o relatório final da Operação Prato, divulgado através do site da revista e contendo quase 300 páginas de informações sigilosas, veio parar em suas mãos e nas de Gevaerd a partir de um “militar de alta patente da Aeronáutica”. Nesse documento, tido como oficial – sobretudo porque veio de fontes do órgão militar responsável pela Operação Prato e teria “vazado” ao ser rep
assado aos ufólogos –, constam desenhos, mapas e muitos depoimentos, além de entrevistas da população local com datas daquela época. Através dele, grande parte dos pesquisadores e do público em geral pôde ter idéia da dimensão das ocorrências que foram registradas pela expedição no Pará. Vale frisar que o relatório original é acompanhado por mais de 500 fotografias e pelo menos várias filmagens em formatos super-8 e super-16 mm, totalizando cerca de 16 horas de gravação. Todo esse material deveria estar confinado no Comdabra, em Brasília, porém informações de fontes consideradas confiáveis, ainda não confirmadas, dão conta de que tais documentos já não se encontram mais no Brasil e sim nos Estados Unidos.
Assombrações voadoras — A Operação Prato nasceu a partir dos preocupantes ataques desferidos pelo chamado chupa-chupa. De acordo com informações da época, o epicentro das ocorrências teria sido a região do município de Vigia e as ilhas de Colares e Mosqueiro, além da Baía do Sol, todas localidades situadas na Baía de Marajó, próximas do delta do Rio Amazonas. Consta que, aterrorizada pelo fenômeno, a população se trancafiava em suas casas, unindo-se contra o desconhecido que os espreitava. Sem o mínimo recurso, as pessoas faziam barulho, batiam latas e panelas ou soltavam fogos de artifício na esperança de assim afugentar as assombrações que as atacavam na forma de um veículo voador.
O desconhecido aparato fez diversas vítimas na população local, causando queimaduras cutâneas que cicatrizavam rapidamente e deixava em polvorosa a médica da Unidade Sanitária de Colares, a doutora Wellaide Cecim Carvalho, que tinha suporte científico limitado para diagnosticar aqueles casos [Veja entrevista nesta edição]. A médica afirmou que jamais vira algo igual e detalhou o forte terror psicológico sofrido pela população daquela região. Segundo as últimas informações de testemunhas, o chupa-chupa seria uma máquina voadora com as dimensões de um automóvel, porém em formato cilíndrico, lembrando uma lata de óleo de cozinha [Veja capa de UFO 115]. O artefato possuiria uma espécie de janela, através da qual algumas vítimas relataram ter avistado dois vultos de seres semelhantes a humanos. A parte inferior desse objeto seria arredondada e dela emanaria uma forte luz alaranjada.
Ainda conforme alguns relatos, dentro desse raio de luz surgia um outro feixe luminoso, mais fino e de cor azul, que iria em direção das pessoas, atingindo-as geralmente na região do tórax e pescoço. Após os ataques, uma pequena marca com dois ou três furinhos – parecendo terem sido feitos por uma agulha –, ficava impressa na pele. Em seguida, a vítima sentia fraqueza física e desenvolvia sintomas semelhantes aos da anemia. Contudo, não se sabe ao certo se realmente essa máquina colhia amostras de sangue ou tecidos, como pensam alguns, quiçá o chamado “fluído vital humano”, como acreditam outros. Com ataques desferidos geralmente à noite, o verdadeiro formato físico do objeto era ocultado e ofuscado pela intensa luminosidade que saía de sua base. O suposto chupa-chupa aparece em diversas fotografias feitas pela Operação Prato e outros pesquisadores, incluindo membros da imprensa do Pará, como os jornalistas Biamir Siqueira e José Ribamar dos Prazeres, que tiveram uma tenebrosa experiência com esta luz.
Interpretação das imagens — Siqueira e Ribamar puderam fotografar aquilo e muitos acreditam que, depois, venderam os filmes para o exterior. Na realidade, o material fora confiscado e copiado pelo I COMAR. Essas fotografias foram primeiramente divulgadas como sendo de autoria dos militares da Operação Prato. Entretanto, conforme recentemente apurado por Gevaerd, isso não é verdade. Tais imagens, fartamente apresentadas em publicações impressas e sites da internet, mostram apenas um brilho forte e disforme sobre um fundo escuro – nada semelhante ao UFO cilíndrico descrito pelas vítimas. Em algumas cenas, o objeto muda de formato devido ao ângulo com que a foto foi tirada. Essa intensa luminosidade registra, de fato, somente à parte inferior do objeto, sua base iluminada. Ela não representa o formato do artefato, como é erroneamente interpretado.
Os finos raios azulados desferidos pelo chupa-chupa contra as pessoas realmente danificavam o tecido cutâneo, criando queimaduras parecidas com àquelas causadas pela ação de raios lasers de última geração – que, sabidamente, ainda não haviam sido descobertos na década de 70. Como se sabe, a Operação Prato somente foi efetivada graças à insistência do prefeito da cidade de Vigia e do padre de Colares, que pediram socorro à Aeronáutica, ao verem se acumular os ataques de objetos voadores não identificados sobre a população. Antes da missão militar, outro grupo de oficiais da FAB, sob a orientação do sargento Nascimento, foi destacado para a localidade com o objetivo de executar levantamentos e pesquisas junto à população. Muitos moradores de Mosqueiro e Colares foram ouvidos por esse grupo, ao qual narravam aspectos dos avistamentos e ataques desferidos pelas luzes.
A visita desde grupo a Colares culminou na elaboração de um curto relatório que foi entregue ao chefe da Segunda Seção do I COMAR, o coronel Camilo Ferraz de Barros. Ele o repassou ao comandante da unidade, brigadeiro Protásio, já mencionado, que não aprovou seu conteúdo e ainda repeliu os métodos de Nascimento. Insatisfeito com o trabalho pobre e tendencioso, Protásio chamou o capitão Hollanda, então chefe do Departamento de Inteligência (A2) do órgão, escalando-o à condição de comandante de uma nova missão investigativa – aquela que seria denominada pelo próprio Hollanda como Operação Prato. No entanto, a riqueza de formato dos objetos observados era tamanha que o capitão concluiu que grande parte dos objetos em nada lembrava pratos ou os tradicionais discos voadores. “Tinha pelo menos nove formatos diferentes”, declarou Hollanda à Revista UFO. A expedição militar mobilizou mais de 30 pessoas, agentes e colaboradores do A2.
Altas patentes envolvidas
— Ao que sabemos, esteve participando das investigações em campo da Operação Prato pelo menos um civil, o piloto Ubiratan Pinon Frias, que, por sua estreita amizade com os militares, sobretudo por deter experiência e conhecimento aéreo de toda aquela região, fora convidado a participar da missão militar. Homem de confiança de Hollanda e do sargento João Flávio de Freitas Costa, Pinon concedeu uma longa entrevista ao pesquisador Vitório Peret, publicada no portal Ufovia [www.viafanzine.yan.com.br/ufovia.htm], e falou sobre algumas das passagens “que podem ser contadas” sobre seu relacionamento com os membros da missão e os avistamentos de UFOs e até de alienígenas na selva. De acordo com o piloto, ao ser desfeita a operação por ordem do brigadeiro Protásio, diversos de seus membros continuaram pesquisando o assunto por conta própria.
Ele mesmo, por algumas ocasiões, após o término da Operação Prato, conduziu militares de alta patente às regiões atingidas, muitos deles vindo de Brasília (DF). Pinon os levava para observarem as inusitadas ocorrências, que eram noticiadas ao comando do EMFA em tempos de regime militar e repressão. Segundo fontes, o próprio brigadeiro Protásio foi quem ordenou a criação e o encerramento da expedição militar. Além disso, também teria presenciado alguns avistamentos durante as vigílias militares. O oficial seria, a exemplo de Hollanda, uma pessoa fascinada por aquelas ocorrências, inclusive a ponto de ir a locais ermos, em vigílias individuais noturnas, com a esperança de manter algum contato com os prováveis ETs. Também seu subordinado direto, o coronel Camilo – hoje brigadeiro da reserva, que segundo fontes teria comandado a Operação Prato junto de Hollanda – teria interagido diretamente com as atividades ufológicas na Amazônia, chegando a pilotar o helicóptero usado pelo I COMAR nas operações ou seguindo de automóvel aos locais designados para montarem vigílias em regiões pré-estudadas.
“Delírio coletivo” — Além dos militares e do piloto Pinon, outras figuras foram também marcantes e até coadjuvantes da situação vivida na região de Colares. Uma delas é a médica Wellaide, que reclamava do tratamento dado pelas autoridades militares à população. Ela declarou em entrevistas concedidas aos jornalistas Carlos Mendes, de O Liberal, e a Gevaerd, que a FAB a teria obrigado a mentir sobre as ocorrências. Os militares a teriam pressionado a divulgar inverdades, seja afirmando aos seus pacientes que tudo aquilo se tratava de “delírio coletivo” ou censurando-a para não divulgar aos meios de comunicação a envergadura das ocorrências envolvendo vítimas que mal podiam ser diagnosticadas pelas vias conhecidas da medicina. Wellaide assistiu o esvaziamento de Colares no auge das ocorrências, chegando a faltar alimentos para aqueles que permaneceram.
Com intensa experiência junto à patologia dos casos, a doutora Wellaide afirmou em sua entrevista a Gevaerd que acredita na possibilidade de que o chupa-chupa, ao tocar os seres humanos com seu feixe de luz, estivesse “roubando” para si o fluído vital das vítimas. “A vida dessa gente nunca mais foi a mesma”, afirmou. Outro personagem de fundamental importância, sobretudo para o esclarecimento da realidade vivida pelas populações vitimadas, foi o jornalista Mendes, que na época trabalhava no O Estado do Pará, hoje extinto. Ele cobriu grande parte dos acontecimentos e trouxe à tona novos aspectos sobre os casos amazônicos. Em entrevista concedida à Revista UFO [Veja as edições 114 e 115], contou um pouco do seu trabalho jornalístico naquela época. Mendes mostrou outros fatos relativos à Operação Prato, até então desconhecidos. Entre eles, declarou a repressão do I COMAR à imprensa local, especialmente aos repórteres mais ousados e interessados em cobrir os fatos, como era seu caso. Para o jornalista, o então capitão Hollanda seria uma pessoa de aura bem diferente da figura carismática apresentada ao meio ufológico.
Em verdade, segundo ele, o militar seria um dos elementos que mais policiou a divulgação das informações sobre os fenômenos no Pará, impedindo que a mídia local propagasse os fatos. Em sua entrevista ao editor de UFO, Mendes comentou que “fazer a cobertura dos casos do chupa-chupa era arriscado, porque os militares estavam sempre observando para nos reprimir”. Ainda segundo ele, o capitão seria um homem mal-humorado, severo, repressivo e pronto para apreender todo e qualquer material que registrasse UFOs, ou que pudesse comprometer as estratégias de sua operação. Apesar de nunca ter presenciado pessoalmente nenhum avistamento ufológico, Mendes acredita piamente nos casos e é um dos elementos que tratou a casuística paraense com apurada isenção a partir do ponto de vista jornalístico.
Um dos personagens mais carismáticos e sempre lembrado pelos amigos, pesquisadores e simpatizantes do assunto é, sem dúvida, o sargento João Flávio da Costa, que muitos acreditam ser o “espírito” da Operação Prato em pessoa. Ele era dono de habilidades polivalentes, entre elas a do desenho e fotografia. Costa filmou e fotografou inúmeros UFOs e OSNIs [Objetos Subaquáticos Não Identificados], inclusive, em determinada ocasião, ao lado de Vitório Peret, seu amigo dileto. Peret nos contou que ambos estavam na Praia do Machadinho, região oeste da Ilha de Colares, quando surgiu um artefato voador descendo sobre a água. Costa, preparado com uma filmadora super-8, pôde registrar a incrível manobra do objeto. Segundo Peret, aquele avistamento foi uma das passagens mais incríveis que presenciou durante as vigílias que fez ao lado dos integrantes da Operação Prato, no final dos anos 70. Provavelmente, esse filme registrando um autêntico OSNI, feito em plena luz do dia, está hoje nos arquivos do Comdabra, em Brasília – ou, pelo menos, deveria estar.
Escola das Américas — Exímio ilustrador, Costa legou às pesquisas e investigações sobre os UFOs na Amazônia inúmeros desenhos em que aparecem seres alienígenas ou inusitadas máquinas voadoras fora do convencional. Fez de próprio punho diversos mapas das regiões, nos quais eram ou seriam realizadas as vigílias do grupo. Através dos trabalhos de pesquisa da OT, descobriu-se recentemente que o sargento cursou a respeitada Escola das Américas, durante aquele período militarista que atravessava o Brasil. Conforme mostra um documento exposto no site da School of Arts Watching [www.soaw.org], entidade que combate os métodos desumanos e luta para promover o fechamento da Escola das Américas, o sargento Costa e diversos militares brasileiros dos anos 60 cursaram a instituição, acusada de empregar métodos de tortura e humilhação, além de suspeita de estar ligada à CIA e à Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA). Tal prática, pode-se dizer, era natural naquela época, visto que o governo mili
tar brasileiro estava intimamente ligado aos Estados Unidos que, como defendem diversos historiadores, teria sido o elemento insuflador da revolução de 1964.
Mesmo com praticamente todos os pesquisadores da Operação Prato obtendo acesso a esses novos levantamentos, nenhum deles, até o momento, reservada ou publicamente, ousou comentar as possíveis implicações que estão por trás desses dados. O fato de o homem responsável por grande parte da estratégia?empregada na?missão militar na selva ter cursado uma disciplina intitulada “contra-inteligência” na Escola das Américas, no mínimo, sugere que era patente o relacionamento e talvez até o acompanhamento de órgãos ligados ao governo norte-americano?no que diz respeito à Operação Prato. Há rumores de que o sargento Costa, assim como seu colega e amigo Hollanda, teria sido portador de um implante alienígena no braço. Se verdade, o chip certamente teria sido colocado ali em estado inconsciente, pois, ao que se saiba, ele nunca declarou ter sido abduzido ou mantido algum contato com extraterrestres – ao contrário de Hollanda, que afirmava ter o implante.
Sangramentos por causa de implantes — Hollanda teria confidenciado a pessoas próximas que Costa se sentia incomodado com o artefato instalado em seu braço, chegando a mexer nele por diversas vezes e causar sangramentos. Alguns acreditam que o fato de seu organismo ter rejeitado o implante teria sido a causa de sua inexplicável e prematura morte. Segundo Pinon, Costa padeceu de uma morte bastante estranha, aparentemente sofrida e sem explicação plausível. O piloto foi informado pela esposa do sargento que este teria entrado em processo de depressão profunda e alienação. A mulher de Costa contou a Pinon que, pouco tempo antes de falecer, seu marido ficava a chorar constantemente e não se comunicava com ninguém, como se tivesse se desligado do mundo exterior. Os sintomas observados eram semelhantes aos de indivíduos que sofrem algum tipo de derrame cerebral. Porém, neste caso particular, sem manifestação da típica paralisação de quaisquer membros de seu corpo.
Não menos misteriosa e chocante foi a morte de Uyrangê Hollanda, que se tornou motivo de acirradas discussões entre pesquisadores e simpatizantes do assunto. Em 02 de outubro de 1997, o oficial teria se enforcado em seu quarto, num condomínio em Iguaba Grande, pequena cidade do litoral carioca. No momento do suicídio, estavam em casa sua filha e uma enteada. O coronel estava afastado da FAB há sete anos e cerca de dois meses antes de sua morte havia concedido uma bombástica entrevista à Revista UFO [Veja edição 101], narrando detalhes estarrecedores de seus avistamentos e contatos na selva. Recentemente, acessamos informações que asseguram que, para se matar, ele teria usado uma corda e não o cinto do roupão de banho, como fora divulgado anteriormente. Com uma extremidade da corda presa ao pescoço e outra à cabeceira, teria subido nela e saltado no vão ao lado de sua cama.
A trágica morte de Hollanda teria sido causada por asfixia, devido ao fato de ter quebrado o pescoço, e não por enforcamento, como se supõe. Sua filha e a enteada o encontraram já morto ao lado da cama. Inclusive, alguns vizinhos também teriam visto seu corpo ainda no quarto, logo após o fato. Contrariando a versão oficial da morte do já coronel, uma hipótese aventada entre alguns pesquisadores do assunto vem propor a teoria de que Hollanda não teria se suicidado, mas sim sido assassinado. Outra teoria igualmente improvável dá conta de que não houve morte alguma – pelo menos naquela época – e que o militar teria abandonado o país com outra identidade, visando com isso encerrar definitivamente o assunto Operação Prato, uma vez que a FAB já saberia de antemão e não desejaria tornar pública a natureza daqueles fenômenos.
Nada de mistério — Para um dos principais pesquisadores da missão militar na selva, o editor Gevaerd, o falecimento de Hollanda nada teria de misterioso, mas sim de trágico. Gevaerd, que conheceu Hollanda e manteve com o militar uma crescente amizade, interrompida pela morte, afirma que o coronel vivia um péssimo momento e o suicídio foi evidente. “Não há nada de sinistro no falecimento do Hollanda. Tratava-se de um homem que um dia fora muito bem relacionado e que então vivia endividado, longe dos filhos, sem amigos e atacado por uma depressão horrorosa. Tanto é que, entre a data que o entrevistei até dias antes de seu suicídio, ele me ligava quase que diariamente e conversávamos por 30, 40 minutos, senão 2 ou 3 horas”, afirmou o editor. Hollanda já havia tentado o suicídio em outras ocasiões, numa das quais teria contraído uma fratura na perna que o fazia mancar.
Dos detalhes mais reflexivos que cercam a morte do coronel ficaram algumas incógnitas. Há quem afirme que estava sofrendo de alcoolismo e afundado em dívidas. Mas há informações – não confirmadas – de que, poucos meses antes de sua morte, teria vendido um caríssimo apartamento que possuía na orla marítima do Rio de Janeiro e mudado para uma modesta casa em Iguaba Grande, onde faleceu. Sobre a polêmica morte, um dos colaboradores anônimos da OT pesquisou recentemente diversos aspectos acerca do suicídio do oficial, fornecendo informações bastante interessantes e que merecem registro. Tal colaborador, após visitar a cidade carioca e fazer diversas constatações, afirmou: “Agora sim, estou absolutamente convencido da morte do coronel Hollanda. Conversei com inúmeras pessoas nas proximidades da residência dele e pude verificar diversos detalhes”. Dentros novos levantamentos, o militar teria vindo da cidade litorânea de Cabo Frio e mudado para o município de Iguaba Grande, entre agosto e outubro de 1997. Residiu primeiramente no apartamento nº 301 do Condomínio Solar das Rosas, por sete meses.
Segundo nosso informante, trata-se de um bom imóvel, mas Hollanda estava inteiramente endividado, a ponto dos credores baterem à sua porta com freqüência e não serem atendidos. Não tinha nenhum amigo, ninguém o visitava e assim vivia seus dias em profunda depressão. De acordo com o mesmo colaborador, logo depois o militar mudou-se para um condomínio bem mais simples, o Don Vital I, local onde sua depressão se intensificara acentuadamente, levando-o ao suicídio. Se verdad
eiras, jamais foram reveladas as origens dos débitos contraídos pelo coronel.
Vampiros extraterrestres — O biomédico Daniel Rebisso Giese também foi um dos mais destacados pesquisadores dos casos amazônicos. Autor do primeiro livro a abordar os fenômenos, Vampiros Extraterrestres na Amazônia [Publicação Independente, 1991], Giese foi recentemente entrevistado pela Revista UFO e fez mais revelações sobre o seu trabalho em Belém [Veja UFO 114]. Ele pesquisou as notórias ocorrências de um modo executado por poucos pesquisadores brasileiros. Outros estudiosos do chupa-chupa que merecem citação são o amazonense Manoel Gilson Mitoso e o jornalista norte-americano Bob Pratt. Mitoso fez diversas análises das ocorrências na região Norte e percorreu alguns pontos da Amazônia constatando incríveis casos, alguns dos quais publicados em antigos números de UFO [Veja as edições 44 e 51].
O jornalista Pratt também desenvolveu relevantes estudos da casuística nordestina e amazônica, sendo autor do livro Perigo Alienígena no Brasil [Código LV-14 da coleção Biblioteca UFO, no encarte Shopping UFO desta edição], que apresenta inúmeros casos que investigou pessoalmente em lugares remotos e de difícil acesso. Inclusive, Pratt teve a oportunidade de viajar de avião ao lado de Costa, Hollanda e Pinon, visitando com eles localidades distantes situadas à oeste de Belém. Rebisso e Pratt estão convictos – assim como a maioria dos pesquisadores do assunto –, de que a causa dos fenômenos amazônicos é de natureza exógena ou extraterrestre. Todos concordam que as ocorrências da Operação Prato se mostram de forma endêmica, haja vista as atitudes peculiares, abundantes e frias, que demonstram ter as máquinas voadoras em suas ações fortuitas, quando atacam seres humanos em locais economicamente pobres no norte do Brasil.
Justamente por ser o chupa-chupa autor de casos ímpares em todo mundo, torna-se difícil obter uma concepção científica e uma interpretação isenta de acontecimentos tão peculiares. O fato é que populações paupérrimas estiveram às voltas com manifestações de violência, pavor, terror e muito medo. Cidadãos brasileiros sofreram queimaduras desconhecidas, escoriações, contusões e lesões ao tentarem se safar da perseguição das luzes vagantes em locais ermos da selva. Contudo, nada mais foi feito pelas autoridades regionais além do envio de militares – e não de cientistas ou pesquisadores dessa casuística – que percorreram as localidades mais queixosas dos ataques.
Análise da casuística — Considerando alguns fatores numa rápida análise, parece que a Operação Prato teria sido uma espécie de “satisfação social” dada aos moradores das áreas atingidas – que, a bem da verdade, nunca foi efetivamente dada, pois até então nada de oficial foi declarado pelo Governo a respeito –, com militares e seus aparatos tecnológicos, aviões e veículos sendo operados em meio às localidades reclamantes. A censura foi imposta e os casos proibidos de serem divulgados pela mídia local. Assim, com toda a ostentação militar na Ilha de Colares, parecia que a missão militar servia apenas para se criar uma imagem de segurança junto ao povo aterrorizado, já que nenhuma providência de fato foi tomada no sentido de remediar ou sanar o problema. É interessante considerarmos que, somente após certa insistência das autoridades locais, é que a Aeronáutica enviou agentes para sondar as ocorrências, quando de fato isso deveria ter sido feito bem antes de soarem os alarmes. A verdade é que o país foi violado e ainda assim nada foi explicado, mesmo depois de transcorridas quase três décadas.
Conforme descreve Rebisso, naquela época as pessoas cogitavam que os fenômenos poderiam ser de tudo, inclusive experimentos secretos de norte-americanos, russos e até japoneses na Floresta Amazônica. Pinon afirma que os próprios integrantes da Operação Prato, a princípio, levantavam diversas possibilidades sobre a natureza das ocorrências, principalmente que se tratassem de tecnologia extraterrestre, já que eram naves de dimensões variadas, algumas enormes, e faziam manobras fora do convencional. Outros pesquisadores já apontam para a possibilidade de que os fenômenos sejam frutos de uma secreta engenharia terrestre, utilizando tecnologia de ponta e desconhecida dos simples mortais. Sugerem que os veículos não identificados, aéreos e anfíbios – que, na verdade, tinham o poder de operar simultaneamente como aeronaves e submarinos –, seriam aparatos que estariam sendo desenvolvidos por potentes nações terrestres e testados na selva.