Uma antiga escadaria usada num cortejo fúnebre real levou um arqueólogo israelense a desvendar um mistério de 2.000 anos, a localização da tumba de Herodes, o Grande, considerado pelos romanos como “Rei dos Judeus”.
Ehud Netzer, pesquisador da Universidade Hebraica de Jerusalém, disse nesta terça-feira (8) ter encontrado o sarcófago do rei, que governou a Judéia entre cerca de 37 a.C. até sua morte, em 4 d.C. A peça havia sido danificada, provavelmente por judeus que se rebelaram contra Roma entre os anos 66 e 72.
Em entrevista coletiva um dia depois do anúncio da descoberta pela universidade, Netzer disse que os restos do monarca devem ter desaparecido quando os rebeldes invadiram a tumba em Herodium, onde ficava o palácio-fortaleza de Herodes, perto de Jerusalém.
Herodes tem um lugar especial na história bíblica. Ele reconstruiu o templo judaico de Jerusalém, e o Evangelho de Mateus diz que ele ordenou o “Massacre dos Inocentes”, a morte de bebês do sexo masculino em Belém, a cidade natal de Jesus, porque temia perder seu trono para um novo “rei dos judeus”.
Netzer passou cerca de 30 anos procurando a tumba em Herodium. Herodes, nascido por volta de 74 a.C., havia escolhido ser sepultado na fortaleza do deserto, que ele construiu por volta de 23 a.C. e que era usada como seu palácio de verão. O local, na atual Cisjordânia ocupada, foi encontrado graças à antiga escadaria que leva ao topo de uma colina.