Em janeiro de 2001, a Administração Bush, em uma de suas mais importantes mudanças políticas após sua subida de George W. Bush ao poder, sinalizou sua intenção de retirar o país do Tratado de Defesa de Mísseis Balísticos (ABM) com a Rússia. O tratado pretendia impedir a implantação e a distribuição de armas no espaço ao redor da Terra e conseguiu apoio internacional desde sua ratificação, em 1972, pela Administração Nixon. No discurso de maio de 2001, o então presidente Bush afirmou que o antigo tratado, de mais de 30 anos, já era obsoleto e que os Estados Unidos deviam voltar formalmente atrás em sua política de fazer novos tratados de segurança.
Discursou desta forma o presidente naquela data: “Necessitamos de uma nova estrutura que nos permita construir defesas antimísseis no espaço para fazermos frente às diferentes ameaças do mundo de hoje. Para alcançarmos isso, devemos ir além do Tratado de Defesa de Mísseis Balísticos, de 30 anos atrás. Esse tratado não reconhece o presente ou nos aponta o futuro. Isso é colocar o passado em um relicário. Nenhum tratado que impeça que enfrentemos as ameaças atuais, que nos proíba de obter tecnologia para nos defender, a nossos amigos e a nossos aliados, estão em nossos interesses ou nos interesses da paz mundial”.
A Administração Bush deu seu aviso formal de que ia se afastar do tratado em 13 de dezembro de 2001, e retirou-se efetivamente seis meses mais Em janeiro de 2001, a Administração Bush, em uma de suas mais importantes mudanças políticas após sua subida de George W. Bush ao poder, sinalizou sua intenção de retirar o país do Tratado de Defesa de Mísseis Balísticos (ABM) com a Rússia. O tratado pretendia impedir a implantação e a distribuição de armas no espaço ao redor da Terra e conseguiu apoio internacional desde sua ratificação, em 1972, pela Administração Nixon. No discurso de maio de 2001, o então presidente Bush afirmou que o antigo tratado, de mais de 30 anos, já era obsoleto e que os Estados Unidos deviam voltar formalmente atrás em sua política de fazer novos tratados de segurança.
Armamento espacial
A Iniciativa de Defesa Estratégica de Reagan, também chamado de programa “Guerra nas Estrelas”, patinou com o fim da Guerra Fria e com o controle do Congresso Norte-Americano pelos democratas, que se focaram em usar o chamado “dividendo da paz” para alavancar programas sociais. Além disso, muitos proeminentes cientistas argumentaram fortemente contra o custo para se desenvolver os sistemas das armas futurísticas planejadas para a Iniciativa de Defesa proposta. Ação seguinte, em julho de 1999, a Administração Clinton assinou o Ato Nacional de Defesa de Mísseis, pedindo um sistema mais limitado de mísseis balísticos.
Disse Clinton na ocasião: “É a política dos Estados Unidos desenvolver, assim que for tecnologicamente possível, um sistema nacional de defesa antimísseis eficaz, capaz de defender nosso território contra um ataque de mísseis balísticos, seja ele acidental, desautorizado ou deliberado”. Em maio de 2005, a Força Aérea Norte-Americana (USAF) solicitou formalmente permissão da Administração Bush para lançar uma diretriz de segurança nacional alegando que “manter seguro o espaço ao redor da Terra com armas estratégicas pode proteger os Estados Unidos de um ataque”. O pedido da Força Aérea levou a Administração Bush para mais perto da aprovação de armamentos espaciais e, por consequência, de espalhar uma corrida armamentista no espaço com os maiores concorrentes estratégicos dos Estados Unidos, que são a Rússia e a China.
Mas a discussão sobre o desenvolvimento de “armas espaciais” — como passaram a ser chamadas desde então — recebeu uma surpreendente objeção quando um quase desconhecido ex-ministro de Defesa do Canadá tomou a palavra em uma conferência ufológica em Toronto. Ele ligou a implantação e distribuição de armas no espaço não a possíveis ataques de mísseis balísticos por parte de nações inimigas ou grupos terroristas contra os Estados Unidos, mas sim como meio de alvejar naves pilotadas por visitantes extraterrestres. Foi uma surpresa total na Comunidade Ufológica Mundial.
Paul Hellyer e sua oposição
Em 25 de setembro de 2005, Paul Hellyer, o citado ex-ministro da Defesa Nacional do Canadá, fez aquele pronunciamento em Toronto sobre armas espaciais, mudando o rumo das discussões drasticamente. Na verdade, Hellyer estava reafirmando sua longa oposição a quaisquer projetos governamentais para se desenvolver e distribuir armas no espaço. Enquanto era ministro do governo de Lester Pearson, entre 1963 e 1967, Hellyer recusou fortemente as ações da Administração Johnson para aprovar um sistema de defesa de mísseis balísticos a ser instalado ao redor do planeta. Em um artigo de 2003, ele escreveu: “Faz quase 40 anos que o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert McNamara, me perguntou se o Canadá estaria interessado em ajudar a desenvolver um sistema de defesa de mísseis balísticos para a América do Norte. E respondi ‘Não, obrigado’, pois essa era a posição do Governo Pearson e eu a endosso completamente”.
Durante seu pronunciamento de 2005, Hellyer revelou que durante seu tempo como ministro alguns relatórios sobre discos voadores passaram por sua mesa. Ele disse que nunca teve tempo para ver com a devida atenção a questão ufológica, que ainda era incipiente em seus dias — mas, não obstante, manteve interesse no distante Fenômeno UFO. Ainda quando ministro, foi convidado de honra na inauguração do primeiro discoporto do mundo, em Alberta, no Canadá, em 1967. Ele achou aquilo uma ideia interessante e inovadora vinda de uma progressiva comunidade new age canadense, mas não deu muita atenção aos UFOs como tendo implicações sérias na política.
Em 25 de setembro de 2005, Paul Hellyer, ex-ministro da Defesa do Canadá, fez um pronunciamento em Toronto sobre armas espaciais, mudando o rumo das discussões. Ele temia que a instalação de armas no espaço desestabilizasse o planeta
A posição de Hellyer sobre o assunto mudou dramaticamente depois que ele assistiu na televisão ao documentário especial de Peter Jennings Seeing is Believing [Ver para Crer], em fevereiro de 2005. Ele decidiu então ler um livro que estava abandonado em sua biblioteca por dois anos. The Day After Roswell [Dossiê Roswell, Educare, 2011], do coronel norte-americano aposentado Philip Corso, despertou grande interesse no ex-ministro por causa de suas implicações políticas — Corso prestou relevante serviço ao Exército dos Estados Unidos e à Administração Eisenhower décadas atrás.
Em seu livro, o militar citou pessoas, instituições
e eventos reais, de forma que tudo poderia ser checado de maneira objetiva. Intrigado com todas aquelas informações, Hellyer decidiu confirmar se o livro de Philip Corso era real ou um trabalho de ficção. Ele contatou um general da reserva da Força Aérea para verificar as alegações do autor e ouviu que cada palavra era verdadeira, “e muitas coisas mais”. Hellyer então começou a discutir as “muitas coisas mais” com o general e alega que foram confirmadas por ele fatos notáveis sobre os UFOs e a hipótese de que visitantes interplanetários têm visitado a Terra desde pelo menos 1947, e possivelmente muito antes disso.
Extraterrestres inimigos?
Paul Hellyer, então, consultou confidencialmente vários funcionários governamentais norte-americanos, alguns ocupando altas posições, e novamente recebeu a confirmação de que as afirmações de Corso em The Day After Roswell eram exatas. Finalmente convencido de que o Fenômeno UFO era real, o ex-ministro decidiu avançar e falou publicamente sobre alguns fatos do que chamou de “as mais profundamente importantes questões políticas que necessitam ser discutidas”. Entre elas estava o dado assombroso de que as Forças Armadas dos Estados Unidos tratavam os visitantes extraterrestres como inimigos e belicamente.
De acordo com Hellyer, isso teria levado ao desenvolvimento de armas secretas à base de poderosos raios laser e de feixes de partículas, a ponto de serem realmente eficientes contra os visitantes extraterrestres, que se supõem serem excepcionalmente mais avançados em relação a nós. É esse “alvo” dos militares que interessava ao ministro e ele questionou se seria “sensato dispender tempo e dinheiro construindo sistemas de armas para livrar os céus da presença de discos voadores”. Indo além, apresentou firmemente a questão política-chave diante desta posição armamentista norte-americana. “Seriam os visitantes extraterrestres realmente inimigos ou meramente legítimos exploradores vindos de longe?”
A pergunta de Paul Hellyer destaca a profunda importância de se compreender a relação que existe entre sermos visitados por civilizações extraterrestres e o esforço recente para se desenvolver armas no espaço por parte das superpotências. Porém, os posicionamentos do ex-ministro sobre o desenvolvimento de armas espaciais e sua forte oposição à visão dos militares de que ETs são alvos estão em total contraste com as opiniões do homem que o convenceu da realidade dos visitantes, justamente o coronel Philip Corso.
Philip Corso e suas falas
Ainda em seu livro The Day After Roswell, coescrito com William Birnes, Corso declarou que os extraterrestres sequestravam civis, violavam o espaço aéreo dos Estados Unidos e destruíam aeronaves enviadas para interceptá-los — o militar, sendo militar, também via os visitantes como uma ameaça direta à segurança nacional do país e chegou a declarar que “há quase 50 anos temos travado uma guerra contra os UFOs, tentando nos defender contra suas intrusões”. Na obra, ele relata porque acredita que discos voadores representam uma ameaça à segurança nacional e insiste na necessidade de haver um programa armamentista para alvejar e derrubar as naves que cometem essas violações, seja no solo ou no espaço.
Philip Corso defendeu especificamente a Iniciativa de Defesa Estratégica (SDI) do presidente Reagan — para ele, a SDI era a resposta apropriada às intrusões extraterrestres e tanto os norte-americanos quanto os então soviéticos sabiam o que estava por trás do programa de Reagan. “Os Estados Unidos e a União Soviética sempre souberam quem eram os reais alvos da SDI. Eram os UFOs, naves espaciais cujos tripulantes se acham invulneráveis e invisíveis porque voam em torno das fronteiras de nossa atmosfera, precipitando-se eventualmente para a superfície no intuito de destruir nossas comunicações com estouros de pulsos eletromagnéticos”. Ele também se referiu aos discos voadores voando próximos a naves espaciais russas e norte-americanas, colonizando nossa superfície lunar, mutilando nosso gado com experiências biológicas e até mesmo sequestrando humanos para testes médicos e hibridização da espécie. “E o que é pior: nós tivemos que permitir que eles fizessem tudo isso porque não tínhamos nenhuma arma para nos defender”, escreveu o coronel.
Alguns pesquisadores alegam que essa belicosidade contra extraterrestres foi introduzida clandestinamente na obra pelo coautor Birnes, e que o militar não era tão extremo como o livro sugere. Isso, porém, não é verdade, pois uma leitura das notas originais do coronel, publicadas na Itália, revela a profundidade da sua animosidade quanto aos visitantes extraterrestres. Apenas como exemplo, Corso, na versão italiana do livro, escreveu que “ETs têm violado nosso espaço aéreo impunemente e até mesmo aterrissado em nosso território. Se intencionalmente ou não, eles têm executado atos hostis. Nossos cidadãos têm sido abduzidos e assassinados por eles”. É algo muito extremo.
Guerra interplanetária
Em seguida, descreveu a natureza da interação entre os visitantes extraterrestres e a população humana da seguinte maneira: “Os aliens têm mostrado uma grande indiferença para com suas vítimas humanas. Seus comportamentos têm sido insidiosos e parece que estão apenas usando a Terra e manipulando a vida em nosso planeta. Alguns pesquisadores alegam que agem em paz, dizendo que são benevolentes e que querem nos ajudar. Entretanto, não há nenhuma evidência de que tenham curado ou aliviado dores humanas — ao contrário, eles têm causado dor, sofrimento e até mesmo a morte”.
No trecho acima, Corso revela a profundidade de sua animosidade quanto aos extraterrestres e também informações que recebera acerca de suas atividades intrusivas — suas declarações indicam claramente que o coronel tinha uma visão cética sobre a benevolência dos visitantes e endossou comentários como o feito pelo general Douglas MacArthur, em 1955, de que “as nações de todo o mundo terão que se unir um dia porque a próxima guerra será interplanetária”. Sobre os termos da cooperação entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética quanto a armar o espaço, o coronel escreveu que “estes países estão alinhando seus programas espaciais contra um inimigo comum, os ETs”.
Por tudo que foi mostrado a
té aqui, e há bem mais, fica claro que o coronel Philip Corso não tinha qualquer ambiguidade em relação aos extraterrestres. Em sua opinião, eles eram uma ameaça genuína à segurança dos Estados Unidos e do mundo e, portanto, instalar armas espaciais ao redor da Terra era uma prioridade. Se fosse vivo hoje, o militar não teria nenhuma dúvida em apoiar os planos atuais da Força Aérea Norte-Americana (USAF) para armar o espaço e construir um protetor global de defesa, que poderia alvejar visitantes extraterrestres. Presidentes norte-americanos mais recentes nunca trataram disso publicamente, como Barack Obama, e não se sabe o que Donald Trump pensa a respeito.
A pergunta que surge naturalmente ao leitor a esta altura é se os extraterrestres representam mesmo ameaça uma genuína à segurança nacional dos Estados Unidos ou do planeta. Esta interrogação é muito complexa devido à quantidade de dados conflitantes provenientes de declarações praticamente impossíveis de se verificar sobre a presença alienígena na Terra. Responder a tal tema requer, primeiramente, que se compreenda a natureza da alegada ameaça à segurança nacional representada pelos extraterrestres. Em segundo lugar há a necessidade de identificar todos os grupos de extraterrestres que executam ou podem vir a executar ações intrusivas que seriam categorizadas como ameaças. Finalmente, é necessário se identificar aqueles que executam atividades não intrusivas e que não parecem ser uma ameaça à segurança de qualquer país.
Há muitos anos correm boatos alegando que os Estados Unidos fizeram acordos com algumas raças extraterrestres e há, quando buscamos, consideráveis evidências circunstanciais e testemunhais indicando que o presidente Dwight Eisenhower de fato se encontrou secretamente com elas. Uma dessas reuniões teria ocorrido na Califórnia, em 1954, quando então teriam sido fechados os tais contratos. Philip Corso, que serviu na Administração Eisenhower, alude a estes acordos em várias passagens de seu livro. Em uma delas, o coronel escreve que “nós negociamos um tipo de rendição com eles, pois sabíamos que não teríamos como enfrentá-los. E eles ditaram os termos do acordo porque sabiam que temíamos que a verdade fosse descoberta”.
“Rendição negociada”
Esses supostos contratos teriam envolvido um intercâmbio de tecnologia ou informação, fornecida pelos alienígenas, em troca do direito de estabelecer bases no território norte-americano — a existência de tais instalações secretas é revelada explicitamente por Corso em suas notas confidenciais. Após descrever as várias atividades intrusivas executadas pelos ETs, ele fez a seguinte afirmação: “O que eles estão mostrando são atos de guerra que não toleraríamos de nenhum país em nosso mundo. Parece, também, que não admitem nenhum ato de nossa parte em suas bases secretas aqui na Terra”. A implicação é que os extraterrestres provavelmente têm bases nos Estados Unidos, como também já alegado por outras testemunhas, e que o governo não teria poderes para monitorar o que acontece ali.
Os alienígenas que participaram dos acordos ou da “rendição negociada”, como preferia Corso, seriam os mesmos envolvidos nos processos de abdução, de experiências genéticas e de atividades aéreas que nos levam a olhar com suspeitas suas intenções finais. Corso indicou repetidamente que suas ações intrusivas eram atos hostis e que justificariam uma resposta militar por parte dos Estados Unidos. Aqui é necessário pontuar que, antes desses alegados contratos, a maioria das interações entre humanos e extraterrestres eram vistas como positivas e que eles se encaixavam na categoria dos “benevolentes irmãos do espaço”, tão em vigor nos anos 50.
Contatados daquela época, que alegavam terem sido expostos a uma variedade de experiências extraterrestres positivas, inspiraram o rápido crescimento do interesse público pelos tais benevolentes “irmãos do espaço”, gerando uma febre sobre o tema. Aqui é importante salientar que há uma razão para acreditar que o fenômeno das abduções alienígenas, que emergiu na consciência pública com o famoso Caso Betty e Barney Hill, em 1961, foi o resultado direto dos alegados acordos feitos pelos norte-americanos com extraterrestres. Isso não quer dizer que os sequestros não acontecessem antes dos contratos, mas que eles permitiram que o procedimento aumentasse em número de forma a extrapolar aquilo que as autoridades governamentais originalmente haviam aprovado.
Governo secreto e MJ-12
A autoridade governamental responsável por fazer os alegados acordos secretos com estas espécies cósmicas é conhecida pelos ufólogos como o grupo Majestic-12, Majic-12 ou MJ-12. A evidência documental sobre a existência dessa organização secreta emergiu em 1987 com a descoberta de um memorando do assistente especial do presidente Eisenhower, Robert Cuttler, endereçado ao general Nathan Twining. O memorando falava sobre uma agenda de encontros sigilosos para 16 de julho de 1954 e fazia menção a um tal Projeto de Estudos Especiais MJ-12. O documento foi encontrado no prédio do Arquivo Nacional, em Washington, e se mostrou genuíno. Em outro arquivo, que ficou conhecido como Documento de Instrução Eisenhower, o Majestic-12 é descrito como tendo o controle operacional do Fenômeno UFO.
Nele lemos que “o Majestic-12 é uma operação de pesquisa ultrassecreta de desenvolvimento e inteligência, sob responsabilidade direta e exclusiva do presidente dos Estados Unidos. As operações do projeto são realizadas sob o controle do grupo Majestic-12, que foi estabelecido por ordem executiva secreta especial do presidente Harry Truman, em 24 setembro de 1947”. O Documento de Instrução permanece controverso, mas exaustivas análises dos arquivos feitas por pesquisadores independentes apontam fortemente para sua autenticidade.
Escreveu Corso: ‘Extraterrestres têm violado nosso espaço aéreo impunemente e até mesmo aterrissado em nosso território. Se intencionalmente ou não, eles têm executado atos hostis. Nossos cidadãos têm sido abduzidos e assassinados por eles’
Este material lista 12 proeminentes militares e peritos em segurança nacional como seus membros, entre os quais estava Gordon Gray, que ocupou altos cargos da Defesa, incluindo a Secretaria do Exército na gestão do presidente Truman, entre 1949 e 1950. O homem também foi assistente especial do presidente Eisenhower para a segurança nacional entre 1958 e 1961. Significativamente, Gray foi apontado por Truman para ser o primeiro diretor do Comitê de Estratégia Psicológica (PSB), estabelecido em 1951, e alegava fazer parte também da Agência Central de Inteligência (CIA). Em 1953, o PSB foi substituído pelo Comitê de Operações Coordenadas (OCB), mais poderoso do que o anterior.
Vale a pena estudarmos detalhadamente a história e as atividades das duas organizações, uma vez que ambas estiveram relacionadas à administração e gerência da manifestação do Fenômeno UFO nos Estados Unidos. Além disso, Philip Corso esteve envolvido nos dois comitês como especialista em inteligência militar e é provável que tenha sido esta a fonte das informações que formaram sua visão sobre os extraterrestres e seu o apoio ao armamento do espaço. Formalmente, segundo o documento, o Comitê de Estratégia Psicológica foi criado “para coordenar a estratégia governamental de guerra psicológica”.
Comitês e mais comitês
A substituição do órgão pelo Comitê de Operações Coordenadas foi determinada pela ordem executiva número 10.483, de 02 de setembro de 1953, com a seguinte redação: “O Comitê de Operações Coordenadas, que daqui por diante o presidente deve dirigir, recomendará às agências interessadas a execução de cada ação ou projeto operacional relativas a fenômeno dos objetos voadores não identificados, dando assim sua plena contribuição ao alcance dos objetivos de segurança nacional e ao clima particular de domínio que os Estados Unidos estão procurando conseguir no mundo”.
Inicialmente, o Comitê funcionou dentro do Departamento de Estado e, embora autorizado a reportar-se ao Conselho Nacional de Segurança (NSC) e a implementar suas decisões, era formalmente independente do Conselho. Em 25 de fevereiro de 1957, uma ordem executiva, esta de número 10.700, incorporou formalmente o Comitê ao Conselho Nacional de Segurança — o que deu a este a oportunidade de supervisionar e controlar do primeiro. Por fim, o Comitê foi oficialmente encerrado pelo presidente John Kennedy, sob a ordem executiva número 10.920, em 18 de fevereiro de 1961, que revogou a ordem anterior.
Tanto o Comitê de Estratégia Psicológica quanto o Comitê de Operações Coordenadas eram responsáveis por operações secretas nas administrações de Truman e de Eisenhower, e respondiam diretamente ao Conselho Nacional de Segurança. Os dois órgãos eram especializados em ações psicológicas usando propaganda em massa, mídia subliminar e a desinformação como ferramentas — justamente os meios mais usados para negar e ridicularizar o Fenômeno UFO nos Estados Unidos. Isso sugere que os comitês desempenharam um papel importante no processo de criar na população norte-americana um sentimento de negação da presença alienígena na Terra. Há especulações apontando também que o Comitê de Operações Coordenadas exerceu uma função crítica no controle do Fenômeno UFO e que, secretamente, continua a exercê-lo, ainda que com outro nome.
Funções de controle
As notas originais de Philip Corso fornecem ainda uma evidência adicional em apoio ao papel de gerenciamento desempenhado pelos dois comitês em relação aos UFOs. Escreveu ele que, “durante minha carreira militar, em uma época ou em outra, eu tive nove níveis de autorizações de segurança acima de ultrassecreto. Elas incluíam criptografia, acesso a satélites, conhecimento de código e interceptação de mensagens cifradas, autorizações operacionais especiais e algumas da categoria mais secretas de acesso à Casa Branca. Por meio destas altas autorizações, pude ver muito material dentro do governo, incluindo informações altamente classificadas sobre os UFOs”.
Portanto, se o serviço de Corso nos citados comitês lhe possibilitou conhecer na intimidade a manifestação no planeta de certas civilizações extraterrestres, isso demonstra que ambos os órgãos desempenharam sérias funções no controle da expansão do conhecimento popular do Fenômeno UFO por meio de operações psicológicas secretas. Além disso, o Comitê de Operações Coordenadas não foi abolido por Kennedy, em 1961, como se imaginava desde a revogação da ordem executiva número 10.700. O documento somente removeu o órgão do controle e do escrutínio da Administração Kennedy, favorável, já naquela época, a uma ampla abertura ufológica. Isso tornou o comitê, mais uma vez, uma organização governamental independente com significativo poder por causa dos programas psicológicos secretos que controlou e um importante mecanismo de implementação para o ainda mais misterioso Majestic-12.
Devido à sua natureza clandestina e inexplicável status, organizações secretas como o Majestic-12 e o Comitê de Operações Coordenadas são chamados de “governo oculto”. O presidente Bill Clinton, quando perguntado pela famosa correspondente do jornal Washington Post, Sarah McClendon, sobre por que não fizera ações mais concretas e significativas para divulgar a verdade sobre os UFOs, teria confidenciado à jornalista: “Sarah, há um governo oculto dentro do governo formal, e eu não o controlo”. Este governo oculto é um governo dentro do outro, que o domina e decide politicamente sobre como tratar com os UFOs e desenvolve acordos com algumas das civilizações extraterrestres que vêm até aqui. Claro, sem conhecimento da sociedade e nem mesmo de altas autoridades.
Ameaças extraterrestres?
Há um intenso debate na Comunidade Ufológica Mundial sobre se os extraterrestres envolvidos em abduções e outras atividades intrusivas teriam uma agenda secreta de controle do planeta ou da humanidade. Pesquisadores como o doutor David Jacobs, Ph.D. [Ver entrevista nesta edição] acreditam que os aliens do tipo grays tenham um plano secreto para controlar a sociedade planetária projetando uma raça híbrida superior para introduzi-la na Terra. Por outro lado, pesquisadores como o doutor John Mack, Ph.D., já falecido, sustentam que os visitantes extraterrestres tenham para o planeta uma agenda transformadora, projetada para misturar as melhores características dos humanos e deles mesmos. Quem está certo?
Embora esse seja um debate importante, ele retira de pauta uma das características principais do debate sobre a presença alienígena na Terra, ou seja, os acordos entre extraterrestre e o mencionado “governo secreto”. Quanto à discussão sobre o objetivo das abduções, se têm finalidades transformadoras ou de controle da humanidade, é vital levar em conta todos os dados e buscar uma resposta que também considere
as atividades executadas por diferentes raças extraterrestres, separando-se aquelas que não fazem parte dos acordos secretos espúrios. O problema político aqui não é resolver diferenças que conduzem a confrontos sobre o número de abduções ou de outras atividades intrusivas, mas a exata natureza dos acordos feitos com estas outras inteligências cósmicas e se eles vêm sendo conduzidos de maneira irresponsável por elas, ainda que secreta e clandestinamente.
Como consequência, a ameaça à segurança nacional representada pelos extraterrestres existe justamente porque existem os tais acordos — mas a motivação dos visitantes é questionável e dá uma considerável margem para suspeitarmos de suas intenções. Além disso, o grande número de abduções realmente aponta para o cenário de controle defendido por Jacobs. Porém, quando consideramos a vasta infraestrutura criada para desenvolver tecnologias extraterrestres e os elevados fundos ilícitos requeridos para torná-la viável e mantê-la funcionando, fica claro que a ameaça à segurança nacional representada pelos visitantes é interna e não externa.
Arrecadação ilegal de fundos
Os extraterrestres que fizeram acordos com as autoridades do alegado governo secreto são cúmplices na criação de um sistema nacional baseado no segredo, irresponsabilidade e arrecadação ilegal de fundos para sua manutenção — isso ameaça diretamente a estabilidade dos Estados Unidos por meio do controle cedido aos extraterrestres e da erosão dos princípios constitucionais nos quais o país está baseado. A real ameaça à segurança nacional é resultado do desejo do governo secreto em adquirir e desenvolver tecnologias extraterrestres a qualquer custo, mesmo que isso signifique permitir abduções e outras práticas intrusivas e danosas à sociedade planetária.
Há um debate na Comunidade Ufológica Mundial sobre se os extraterrestres envolvidos em abduções e outras atividades intrusivas teriam uma agenda secreta de controle do planeta ou da humanidade. Eles estariam aqui para nos ajudar ou apoiar?
Por outro lado, os seres que não se envolveram com as autoridades norte-americanas têm aparentemente se comportado de forma respeitosa quanto à população do planeta. Pelo menos isso é o que vem sendo visto nos milhares de relatos de contatados desde os anos 50 até os dias atuais — extraterrestres de aparência humana mostram grande respeito pelo livre-arbítrio humano e seguem o que parece ser uma clara diretriz de não interferência em nossos assuntos.
Mas as raças extraterrestres que estão tentando ajudar a humanidade, como alegam os contatados, estão sendo alvejadas por armas espaciais com o intuito de capturar suas naves e se apoderar de sua tecnologia. Ainda segundo esses informantes, os grays participam dessa tentativa de captura ao lado dos norte-americanos. Isso faz parecer que o relacionamento entre estes e o governo secreto é muito complexo, e os informantes relatam confrontos entre militares e extraterrestres em momentos em que um ou outro violou os termos do acordo.
Armas espaciais contra ETs
Sobre o desenvolvimento de armas espaciais, além de ser preciso deixar claro que os alvos são nossos visitantes extraterrestres, e não nações inimigas, precisamos também de uma legislação instrutiva oficial dentro e fora dos Estados Unidos, até que uma política mais apropriada possa ser desenvolvida e acolhida pelo resto do planeta. É necessário pôr um ponto final na atual política norte-americana de alvejar veículos extraterrestres no espaço. Como Paul Hellyer tão bem pontuou em seu discurso de setembro de 2005, “eles são realmente inimigos ou meramente legítimos exploradores vindos de longe?”
O que torna tudo mais difícil quanto a esta questão é o fato de que informantes como Corso e outros militares cientes da presença extraterrestre em nosso planeta realmente acreditam que armar o espaço é a solução, e a única solução, a se fazer pelas superpotências. Assim, tudo se justifica devido ao comportamento alegadamente intrusivo dos extraterrestres. Mas é preciso destacar que muitos militares das Forças Armadas de todo o mundo não parecem estar informados suficientemente sobre a presença de extraterrestres amigáveis entre nós e sobre suas atividades pacíficas.
A informação dada a Philip Corso sobre as atividades relacionadas à abdução são do tipo que levam a estrutura psicológica de alguém a criar “imagens inimigas”. Esse processo é descrito pelo filósofo San Keen em seu livro Faces of the Enemy [As Faces do Inimigo, Olympic Marketing Corporation, 1986], que esboça claramente como a criação de imagens inimigas tem sido uma ferramenta vital para se ganhar guerras. Em resumo, o que tem emergido nos últimos 50 anos é a criação da imagem de um “inimigo extraterrestre”, o que justifica o desenvolvimento e a distribuição de armas espaciais, de acordo com Corso e outros militares. Isto nos leva aos avisos da doutora Carol Rosin, ex-porta-voz de Werner Von Braun, sobre uma ameaça extraterrestre projetada ser a base de uma divulgação pública da presença extraterrestre — ela dirigiria a percepção pública dos extraterrestres como hostis e como ameaça à segurança nacional. Uma avaliação mais ampla, baseada em outro princípio, o da “ameaça interna” versus “ameaça externa”, artificialmente representada por extraterrestres, é urgentemente necessária.
Abertura ufológica global
Assim, em resposta à profunda questão política levantada pelo ex-ministro Paul Hellyer, sobre se o estabelecimento de armas no espaço é a resposta política apropriada aos visitantes extraterrestres, a resposta é negativa — não há necessidade de uma ação militar. Está claro que os visitantes extraterrestres que de fato representam uma ameaça à segurança nacional assim o fazem em virtude de seu envolvimento em uma série de acordos secretos, como os descritos. Mas mesmo essa ameaça requer uma solução política e não militar, que pode estar em uma ampla abertura ufológica global.
Transparência e a responsabilidade
Com a divulgação ampla e irrestrita da verdade sobre a ação na Terra de outras espécies cósmicas poderemos ter a transparência e a responsabilidade necessárias para nos assegurarmos de que todos os acordos de intercâmbio de tecnologia sejam conduzidos de maneira responsável, e não tornem a sociedade humana propensa a um controle secreto por extraterrestres nefastos. Se isso acontecer, é bem provável que o fenômeno da abdução deixe de ser um problema e os seres que executam tais atividades poderiam ser estreitamente monitorados e persuadidos a n&a
tilde;o mais violar os direitos humanos individuais.
Sir Paul Hellyer clamou por um debate público urgente sobre a conveniência das políticas militares atuais dirigidas aos visitantes extraterrestres. Como ex-ministro da Defesa, ele está bem familiarizado quanto à importância do uso de armas para resolver problemas políticos internacionais, e deve ser cumprimentado por trazer esses fatos à atenção do público. “A ação de seres extraterrestres em nosso planeta remonta a questões políticas extremamente importantes que devem ser debatidas”, disse, referindo-se ao estabelecimento de um programa de armamento do espaço.