O radiotelescópio da cidade de Arecibo, no norte de Porto Rico, poderá deixar de funcionar dentro de cinco anos. Apesar de ele ser um dos instrumentos mais importantes do mundo em sua categoria, a Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos anunciou que vai cortar 25% do orçamento anual do projeto, que hoje é de US$ 10,5 milhões.
Há 40 anos, o equipamento funciona como um autêntico radar planetário. Além de escutar os confins do Universo, ele ajuda no rastreamento de asteróides, descobre novos planetas e envia mensagens ao espaço. Além da redução no orçamento, a fundação anunciou anteontem que vai fechar o radiotelescópio até 2011 caso não consiga outras fontes de financiamento interessadas em ajudar a bancar a continuidade do projeto.
Para José Alonso, diretor do centro de visitantes do observatório, o fechamento do radiotelescópio vai deixar o planeta míope. Uma das funções do equipamento americano é examinar com detalhes asteróides que possam entrar em rota de colisão com a Terra, hipótese remota, mas possível. Ele também tem sido usado pelo projeto Seti, que procura captar sinais de vida inteligente fora da Terra.
A gerente do Seti, Jill Tarter (que inspirou Eleanor Arroway, personagem de Jodie Foster no filme “Contato”, baseado no livro de Carl Sagan), já protestou contra a decisão de fechar o telescópio. O radiotelescópio de Arecibo é uma enorme antena em forma de disco, com 305 m de diâmetro. Ele é formado ainda por um receptor suspenso, de 137 m de altura, e uma plataforma móvel de 900 toneladas. Em sua já longa vida, ele protagonizou descobertas importantes. Até agora, o equipamento não tem um substituto à altura.