A Antártida, também conhecida como Continente Branco, apesar de ter território desértico e sua população ser composta apenas por cientistas, técnicos e funcionários de bases internacionais de pesquisas lá fixadas, tem um elevado número de ocorrências ufológicas — e justamente pela natureza das testemunhas, são casos de alta credibilidade. Elas são tanto civis quanto militares, e muitas não se incomodam de tratar do assunto abertamente com os pesquisadores. Este é o caso de José Raúl Bortolamedi, que em 1981 esteve na base argentina Almirante Brown, naquela vastidão gelada, e soube de inúmeros acontecimentos relevantes. Eu o entrevistei em Buenos Aires, ouvindo dele um relato fascinante que recebera de um funcionário daquela instalação.
Enquanto bebia sem pressa seu café, Bortolamedi me disse calmo: “O fato aconteceu entre os meses de abril e maio, quando um cozinheiro comentou que, pela tarde, às 17h00, observou um avião em total silêncio que se aproximou do centro da baía onde se localizava a base, fez um giro muito brusco e se foi”. Ele se referia a um dos muitos registros de observação de naves alienígenas no continente. E prosseguiu seu relato de forma solene, ignorando as pessoas que estavam ao nosso lado e o ouviam relatar o contato com um disco voador. “A altitude do objeto era relativamente pequena, entre 100 e 300 m, e ele girou uns 45º graus. Todos se surpreenderam com o silêncio e a brusca manobra do artefato. Naqueles dias não se tinha notícias de vôos para a Antártida, comerciais, científicos ou de qualquer outra natureza, que geralmente eram avisados com muita antecedência”.
Mas este não foi o único avistamento ufológico ocorrido durante sua estada na base Almirante Brown. Depois de terminar seu café, Bortolamedi continuou a descrever novos acontecimentos. “No verão, enquanto químicos e biólogos se preparavam para partir de volta à Argentina, observou-se no porto da base a presença de um objeto de aparência similar a de um feijão, perpendicular à sua base e com movimentos iguais aos de uma folha quando cai da árvore. Ele permaneceu no ar por aproximadamente três minutos”. Por mais inusitados que possam parecer — um artefato com aparência de feijão? —, os casos naquela área do planeta Terra são abundantes [Veja entrevista com o ufólogo brasileiro Rubens Junqueira Villela sobre o assunto, em UFO 144, agora disponível na íntegra em ufo.com.br].
Uma terra pulsante
A Antártida é um continente quase redondo, com cerca de 4.500 km de diâmetro circundando o Pólo Sul. Sua superfície é de 14 milhões de km2, mas, durante o inverno, o mar ao seu redor se congela, podendo fazê-lo chegar a 30 milhões de km2 — por isso, a Antártida também é conhecida como Continente Pulsante. Foi o último do planeta a ser descoberto e povoado, embora seja difícil saber quem foi seu descobridor oficial. Alguns historiadores dizem ter sido o explorador espanhol Gabriel de Castilla, que em 1603 avistara pela primeira vez o continente — embora sua visão pudesse ser apenas das ilhas Shetland do Sul. Outros afirmam que foi o holandês Dirk Gerritsz o primeiro a reconhecer a superfície antártica, em 1599, ao navegar pelo sul do Mar de Hoces — ou Passagem Drake — também na área das Ilhas Shetland do Sul.
Apesar da disputa entre quem descobriu a Antártida, é fácil estabelecer quem foram os primeiros a chegar ao ponto mais ao sul do planeta, o Pólo Sul. Isso ocorreu em 1911, quando duas expedições se dirigiram para lá com o objetivo de explorar o Continente Gelado e atingir a marca. Uma delas, de bandeira norueguesa, era comandada por Roald Amundsen. A outra, britânica, era liderada pelo capitão Robert Falcon Scott. Amundsen utilizou como força motriz cachorros da Groenlândia. Scott, ao contrário, utilizou pôneis na primeira etapa e a própria força humana na segunda. O primeiro alcançou o Pólo Sul em 14 de dezembro de 1911 e, o segundo, em 17 de janeiro de 1912. Enquanto os noruegueses não tiveram maiores complicações, a má planificação dos britânicos e sua falta de sorte fizeram com que os cinco expedicionários que alcançaram o Pólo Sul morressem ao tentarem voltar.
Atualmente, a maioria dos países membros do Tratado Antártico mantém estações de investigação científica no continente. Algumas delas operam durante todo o ano, enquanto outras são de caráter temporário, funcionando somente no verão do continente, quando as temperaturas e condições não são tão inóspitas. A Argentina é um dos países com mais atividades lá. Sua Base Meteorológica Orcadas, ou Destacamento Naval Orcadas, situada na Ilha Laurie, região das Orcadas do Sul, é a mais antiga das bases em funcionamento. Ela opera o ano todo com o apoio estrutural dos militares do país. A estação foi montada originalmente pelo escocês William Speirs Bruce, que em 1903 ofereceu todas as suas instalações ao governo argentino, incluindo o depósito de instrumentos e muitos aparatos de observação. O presidente Julio Argentino Roca, através de decreto datado de janeiro de 1904, determinou que o Departamento de Meteorologia da Argentina se estabelecesse em Orcadas.
O continente das mil e uma histórias
Como ocorre em qualquer outro lugar do planeta, desde que o homem pôs os pés na Antártida começaram a surgir relatos de avistamentos de UFOs no local. Entretanto, aquela terra tão inóspita tem outra fama que a tornou conhecida dos que se dedicam a estudar os fenômenos misteriosos: ela abrigaria a região do globo que teria uma entrada para seu interior. Para alguns autores, estaria na Antártida, mais precisamente no Pólo Sul, uma abertura que levaria ao interior da Terra — onde, para os defensores mais extremos da chamada Teoria da Terra Oca, existiria um sol central e uma avançada população [Veja edição UFO 099, agora disponível na íntegra em ufo.com.br]. Na Antártida estaria uma destas aludidas entradas para o centro da Terra, com vários quilômetros de diâmetro, enquanto a outra ficaria no Pólo Norte. A suposta civilização que alguns acreditam habitar o interior do planeta usaria tais entradas, ou saídas, para comunicar-se com a superfície terrestre — o que se daria, segundo quem acredita nisso, através das naves que chamamos de UFOs.
Apesar de excêntrica, esta teoria tem ampla aceitação em todo o mundo, mesmo sendo frontalmente contrária a tudo o que a ciência já descobriu sobre a Terra. Por exemplo, nenhuma das expedições que cheg
aram ao Pólo Sul descobriu entrada ou qualquer outra coisa estranha. Uma das poucas “evidências” da existência de um grande buraco na Antártida, que uns usam como sustentação da Teoria da Terra Oca, seria uma fotografia obtida pelo satélite norte-americano Essa-7, em 23 de novembro de 1968, em que se vê o que parece ser uma passagem, um enorme vazio de quase 1.000 km de diâmetro. Na verdade, o satélite tinha um sistema de registro de imagens ultrapassado, e em uma de suas fotos apareceu esta distorção. O tal vazio, de cor escura — que indicaria a ausência de nuvens sobre a entrada da Terra —, é apenas uma área que o satélite, em suas diversas voltas ao redor do planeta, não pôde registrar. Ainda assim, mesmo que explicada a confusão, os advogados da hipótese do sol central e uma avançada população no interior do planeta insistem nisso.
Também não se pode culpar o grande escritor Julio Verne, responsável por inspirar muitas soluções tecnológicas e conquistas históricas, como a viagem à Lua, pelo surgimento da teoria. Ele afirmou que o homem nunca poderia chegar ao interior do planeta, e seu livro Viagem ao Centro da Terra trata da hipótese apenas como uma brincadeira destinada a atrair leitores, já que a viagem contida na obra foi somente uma expedição acidental ao interior da crosta terrestre — nela, os heróis da história nunca alcançaram o centro da Terra.
Nazistas constroem UFOs na Antártida?
Igualmente, não se pode falar da Antártida e suas histórias sem fazer uma breve menção aos nazistas, que atingiram impressionante desenvolvimento tecnológico durante a Segunda Guerra Mundial e tinham obsessão por conquistar belicamente o Continente Gelado. Por exemplo, suas bombas voadoras V1 e V2 foram à base para a construção dos foguetes norte-americanos, que culminaram com a chegada do homem à Lua. Também é notória a contribuição alemã na área aeronáutica, levando ao desenvolvimento das chamadas “asas voadoras”. No entanto, apesar destas proezas tecnológicas do exército de Hitler, muitos estudiosos vão além e sustentam a idéia de que os nazistas chegaram a criar verdadeiros UFOs. E afirmam que, para ocultar do mundo estes avançados veículos, instalaram bases secretas na Antártida — para as quais muitos nazistas teriam fugido em submarinos nos últimos meses de guerra, quando a queda do Terceiro Reich era inevitável, trocando a Alemanha pelas instalações geladas.
Segundo muitos estudiosos, os nazistas que chegaram ao Continente Branco não apenas se refugiaram ali como continuaram o desenvolvimento de suas naves, que testavam em vôos em várias partes do mundo. Para os defensores desta hipótese, muitos dos discos voadores observados em todo o globo seriam protótipos nazistas, naves de origem alemã, projetadas e construídas aqui mesmo na Terra. Falta apenas aos advogados desta teoria explicar por que os nazistas, que hoje dominariam tamanha tecnologia, não voltam às suas hostilidades contra o resto da humanidade, agora com maior poderio bélico? Ao contrário, para embelezarem ainda mais a hipótese, alegam ainda que qualquer expedição científica enviada à Antártida, principalmente pelos Estados Unidos, não teria outro objetivo senão encontrar as tais bases nazistas e tomar sua tecnologia. Mas deixemos de lado estas histórias infundadas e voltemos a tratar dos UFOs naquela região do planeta.
Reconhecimento oficial argentino
Seguramente, o caso mais importante envolvendo objetos voadores não identificados na Antártida — principalmente pelas conseqüências que causou — foi o ocorrido em 03 de julho de 1965, no Destacamento Naval da Ilha Decepción. Segundo relatou o então tenente-de-fragata Daniel Perissé, na época chefe do posto militar, o grupo lá instalado observou um artefato que se movimentava silenciosamente pelo céu, causando grande agitação. “Ainda que aparentasse ser sólido, aquilo tinha uma certa imprecisão em sua forma, que ora era lenticular, ora era circular. Claro que seu aspecto visual poderia ser afetado por um fenômeno de distorção atmosférica, podendo produzir uma deformação aparente em suas características”, declarou Perissé. Seu depoimento sobre o avistamento ufológico percorreu o país e o mundo, e as atenções para a ação alienígena no Continente Gelado nunca mais cessaram.
A conseqüência mais importante do fato foi que a Marinha Argentina reconheceu oficialmente o acontecido em dois comunicados emitidos logo em seguida [Veja texto nesta edição]. Os militares destacaram, entre as principais características inusitadas do objeto visto, a ausência de som e a curiosa variação em sua velocidade, além do fato de o aparelho ter permanecido estacionário no ar por alguns instantes. “A observação ocorreu durante a noite, com condições meteorológicas excepcionais para aquela época do ano”, declarou a Marinha em seu primeiro comunicado, como que para afastar qualquer especulação que tirasse o brilho do episódio ou qualquer contestação do mesmo por parte de céticos. Até porque o fenômeno também foi avistado no Destacamento Naval Orcadas.
“No instante em que o objeto passava por um determinado ponto, dois barômetros em pleno funcionamento passaram a acusar perturbações no campo magnético”, segundo consta do segundo comunicado da Marinha, uma nova e importante confirmação. Por sua coragem em assumir o avistamento, o saudoso tenente-de-fragata Daniel Perissé deve ser sempre lembrado pela Ufologia Argentina. Falecido em 2008, após o incidente e até o fim de seus dias ele participou ativamente na investigação do Fenômeno UFO, colaborando com todos os ufólogos que tiveram a sorte de conhecê-lo. Pouco antes de morrer, publicou suas pesquisas na obra Fenómeno OVNI: Reflexiones, Investigaciones y Estudios [Fenômeno UFO: Reflexões, Investigações e Estudos, IPN Editores, 2008].
Também na General San Mart&iacut
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Em agosto de 2008, um suboficial da Força Aérea Argentina (FAA), ainda em atividade, procurou este autor para relatar ocorrências ufológicas na Antártida. Era Miguel Amaya, especialista em meteorologia que trabalha com radiosondas, aparelhos unidos a balões que são lançados ao ar para inúmeras medições atmosféricas. “Posso diferenciar fenômenos atmosféricos e aeronaves de qualquer tipo de objetos voadores não identificados”, declarou. Em 1991, Amaya serviu como meteorologista na Base General San Martín, uma estação científica permanente do Exército Argentino, também às voltas com manifestações ufológicas. “Era abril ou maio, não me recordo ao certo, mas sei que era o começo da noite polar e nossa equipe era composta de 20 homens, dentre cientistas e militares”. Amaya relatou que os principais protagonistas do episódio foram três civis que se encontravam na base. Eles estavam em outra instalação, muito perto da central e onde havia um laboratório. Eram especialistas em física de alta atmosfera e manipulavam instrumentos de medição.
Uma noite, aproximadamente à 01h15, o único telefone que existia na base tocou. Era uma ligação do laboratório onde estavam os três homens à estação meteorológica. Quando Amaya atendeu, era o engenheiro E. G. [Nome omitido a pedido], que perguntava se os operadores de rádio estavam com seus equipamentos conectados e transmitindo ao continente. “Ao comunicar-lhe que neste momento somente eu estava acordado, o engenheiro desligou sem dar nenhuma explicação, e continuei fazendo minhas observações meteorológicas normalmente”. No dia seguinte, quando se encontraram, Amaya questionou E. G. sobre o que desejava com aquela ligação. O engenheiro, usando uma expressão bem argentina, perguntou a Amaya de forma incisiva: “Você vive em outro mundo?” Todos da base silenciaram de forma estranha — aparentemente, o meteorologista era o único que não sabia de nada.
Medições de um fenômeno inusitado
O engenheiro então lhe relatou algo fantástico e inacreditável. Disse que, perto de 01h00 da noite passada, ele e os demais no laboratório já estavam para dormir quando um equipamento soou um alarme, como que captasse um sinal anômalo. O instrumento estava conectado a um amplificador e um aparelho que realiza um registro gráfico de sinais, como um medidor de sismos. “Depois de cinco minutos de duração do alarme, as três agulhas do equipamento começaram a fazer os mesmos traços, uma coisa impossível de ocorrer”, disse-lhe o engenheiro.
Era como se três instrumentos de um carro — como o que marca a temperatura do motor, o que determina a pressão do óleo e o que marca a carga da bateria — dessem todos o mesmo resultado. Algo muito estranho se passava sobre a base, mas ninguém poderia pensar que era um UFO. O alarme e o registro dos sinais ààs vezes cessavam estranhamente para depois voltarem ao normal. “As interrupções se davam por períodos de 10 ou 15 minutos, para depois os instrumentos voltarem a detectar algo inusitado”, disse E. G. a Amaya, completando que havia ocasiões em que as marcações dos gráficos eram extremamente violentas, fora da faixa de funcionamento dos aparelhos. Diante daquela situação, aproximadamente às 03h00, os civis saíram do laboratório com lanternas para ver o que se passava. “Nas quase duas horas de duração dos fatos, até aquele momento, começou a tomar corpo entre eles a suspeita de que poderia ser um UFO o causador do fenômeno”, disse Amaya. Isso não seria incomum na Base General San Martín.
Pela sensibilidade dos equipamentos afetados, o objeto teria que ser muito grande e estar à baixa altitude estacionado bem acima da base. “Registros tão violentos como aqueles só são equivalentes ao que causaria um porta-aviões como o Kitty Hawk, norte-americano, com seus motores nucleares à toda potência, a 100 m de nosso laboratório”, descreveu E. G. Finalmente, por volta das 05h30, já de manhã, os sinais cessaram. Amaya relatou ainda que o fato foi comunicado em seguida ao diretor geral das missões argentinas na Antártida, como parte de suas rotinas diárias. “Mas quando falamos a ele da intensidade dos registros, em valores nunca vistos antes em parte alguma do mundo, o chefe nos interrompeu aos gritos e disse que aquilo era impossível”. O engenheiro E. G. respondeu irritado que tinha pelo menos 40 m de fita gravada com a prova do acontecimento, em meio a mais de quatro horas e meia de tais registros. O diretor então determinou ao grupo silêncio sobre o ocorrido. “Entregue-me esta fita pessoalmente e a partir de hoje encerre o assunto”. Típico.
Muitas surpresas nos aguardam
Com ocorrências como estas, fica claro que o Fenômeno UFO, de alcance global, é uma realidade indiscutível também na Antártida. Simplesmente não existe lugar do planeta onde não haja relatos da presença destas naves. Entretanto, uma coisa é elas serem observadas e relatadas por pessoas civis e de vida corriqueira em qualquer país, e outra bem diferente é serem observadas e relatadas por pessoas servindo no Continente Gelado, simplesmente porque lá não existem testemunhas que não sejam altamente qualificadas, civis ou militares. Ao local, além de poucos turistas em viagens curtas, que passaram a ocorrer apenas de uns anos para cá, só vão cientistas, técnicos e funcionários das bases de pesquisas — e elas estão repletas de detectores de todos os tipos. Portanto, seria muito estranho se o Fenômeno UFO não fosse registrado também naquela parte do mundo.
No entanto, até agora a Antártida é o continente menos explorado do globo, o que significa que ainda há muitas coisas a serem descobertas em sua vastidão desértica. Talvez ela não seja a porta de entrada para o centro da Terra ou o local de instalações ocultas enfeitadas com cruzes suásticas. Mas,
mesmo assim, os fatos que nos chegam de lá — não apenas na área ufológica — são surpreendentes. Isso é até natural. Aliás, teorias excêntricas à parte, a Antártida talvez seja um dos lugares do planeta onde os UFOs melhor poderiam se ocultar durante os longos períodos em que seus ocupantes vasculham a superfície terrestre.
A escassa presença humana no continente faz do local um esconderijo perfeito. Mas nem sempre. Concluindo a experiência vivida pelos membros da Base General San Martín, narrada por Miguel Amaya, outro engenheiro que lá trabalhava resolveu ser mais contundente que E. G. e revelou o que se passou. Este novo protagonista a dar seu depoimento é J. V. [Idem], que contou que, em meio ao soar do alarme e da confusão nos medidores, por volta das 03h00, os três civis saíram do laboratório com lanternas para ver o que se passava, e assistiram a uma cena estarrecedora: a mais ou menos uns 15 m da instalação principal da base passava um enorme UFO. Apesar de estar nevando e das nuvens baixas, eles observaram um círculo de luz circular acima do local e se dirigir para o mar, bem devagar e sem ruído algum. Um típico avistamento, realizado por testemunhas altamente qualificadas e com simultâneo registro de evidências físicas.
Apesar dos testemunhos altamente qualificados de avistamentos ufológicos na Antártida, não existem muitas imagens de discos voadores no Continente Gelado. Uma das poucas de que temos conhecimento foi obtida durante forte vulcanismo. Era 04 de dezembro de 1967 e na citada Ilha Decepción ocorriam erupções vulcânicas que levantavam colunas de fumaça e cinzas a grande altitude, obrigando cientistas argentinos, chilenos e britânicos, lá instalados, a evacuarem suas bases. Estes momentos dramáticos foram registrados em inúmeras fotos, uma das quais, mais tarde, foi cedida para uso em publicações sobre a Antártida. Nela se pode ver nitidamente, no canto esquerdo e ante a uma grande quantidade de fumaça, um objeto escuro em formato de chapéu e ligeiramente inclinado. Os ufólogos argentinos acreditam se tratar de um UFO.
Terra Australis Incognita
Ainda que haja escassez de imagens que corroborem as ocorrências ufológicas na Antártida e que venham a substanciar as observações relatadas por cientistas e militares, o continente suscita debates intermináveis quanto a ser palco de atividades de outras espécies cósmicas na Terra. Pelo menos, sua grande área já era conhecida de personagens do passado da humanidade que, de uma hora para outra, sem qualquer explicação, surgiram com elementos que desafiam a compreensão. Um deles foi o navegador turco Piri Reis, que singrava os mares de todo o planeta — e chegou à Antártida — portando um mapa impossível. Sua carta náutica teria sido elaborada em 1513 e publicada em 1523, como parte de sua obra O Livro de Assuntos Marítimos [Veja edição UFO 075, agora disponível na íntegra em ufo.com.br].
Entre outras coisas, o mapa chamou a atenção pelo fato de que está desenhada no Hemisfério Sul do planeta uma importante massa de terra que coincidiria com o que hoje conhecemos como o continente antártico. Ou seja, várias décadas antes de seu descobrimento oficial, a Antártida já havia sido registrada. Mas por quem? E mais: o mapa de Piri Reis também mostra em detalhes a silhueta da América do Sul, mas de uma forma que somente se poderia ver a grande altitude, através de um trabalho cartográfico especializadíssimo, que certamente não existia na Idade Média. Estudiosos alegam que o espaço que representaria a Antártida na obra de Reis seria a mítica Terra Australis Incognita, que muitos cartógrafos incluíam em seus mapas com base na simetria exigida por Aristóteles e Eratóstenes, ou seja, a massa meridional do mapa de Reis poderia ser uma continuação desta tradição. A outra hipótese para explicar o mapa, bem, não é deste mundo.
Manifestações oficiais da Marinha Argentina sobre UFOs na Antártida
Primeiro comunicado
“Foi observado em 03 de julho [de 1965], às 19h40, no Destacamento Naval Argentino Decepción, na Antártida, um objeto voador de forma lenticular, aspecto sólido e coloração predominante vermelha e verde, que às vezes mudava para o amarelo, azul e branco. O artefato foi registrado seguindo da direção leste para oeste, 45º graus sobre o horizonte, entre 10 e 15 km de altura e sem emitir som algum. Variava sua velocidade conforme evoluía. Segundo meteorologistas, as condições climáticas do local são consideradas excepcionais para esta época do ano”.
Segundo comunicado
“Na Antártida amanhece às 10h30 e a luz do dia se prolonga até às 15h30. Depois disso, são 16 horas de escuridão noturna [Noite polar]. O objeto voador não identificado foi avistado nas primeiras horas do anoitecer, em meio a um breu total e iluminado parcialmente pela luz da Lua. Infelizmente, não foi possível fotografar o artefato, devido à pouca luminosidade. Por outro lado, informações provenientes do Destacamento Naval Orcadas destacaram um feito de grande importância: no instante em que o artefato passava por aquele ponto, dois barômetros acusaram perturbações no campo magnético, registradas pelas fitas do aparelho”.