Surge um novo indício de vida em Marte: o amoníaco. A notícia foi publicada pela rede britânica BBC, atribuída a uma fonte não identificada da NASA. O professor Jorge Alberto Quillfeldt, do Departamento de Biofísica da UFRGS, apesar de esperar outras fontes para a confirmação da informação, diz acreditar na possível presença da molécula de amônia em Marte. A importância da amônia, segundo ele, seria que esta é uma das moléculas mais simples contendo hidrogênio e nitrogênio, junto com o carbono e o oxigênio, dois dos quatro elementos fundamentais para a vida. “Pode ser um indício de atividade biológica atual ou do passado”, avalia. “O fato da presença da amônia seria mais um passo para a confirmação indireta da vida no Planeta Vermelho”. Quillfeldt afirma que existem três alternativas para explicar a presença de amoníaco em Marte. “A primeira hipótese seria a origem biológica, que seria a mais fascinante”, declara. Outra seria a origem vulcânica; no entanto, diz o cientista, em quase 40 anos de estudo da superfície do planeta, nenhuma evidência de atividade vulcânica foi detectada. A terceira explicação, supõe Quillfeldt, seria a amônia presente nos airbags das sondas enviadas ao Planeta Vermelho para que estas resistam a baixas temperaturas. “A NASA diz que a possibilidade dessa última opção é muito remota, mas acho que tudo tem que ser levado em conta”. O amoníaco é um gás que se desintegra rapidamente e por isso estaria sendo reposto na superfície marciana. Na opinião do estudioso, esse é o fato mais importante. “A molécula de amônia dura pouquíssimas horas na superfície de Marte”, confirma Quillfeldt. “A luz do Sol bate ali, e como não há atmosfera, os raios ultravioletas atingem diretamente a superfície e são letais para as moléculas orgânicas”. O jornalista Maurício Tuffani, que cobre a área de ciências e participou da entrevista com o cientista, disse que recebeu a notícia com um certo resguardo.