Espírito aventureiro, senso analítico e crítico, além de muito fôlego, são características fundamentais para qualquer ufólogo, especialmente para o que pretende pesquisar os mistérios da Chapada Diamantina, um santuário ecológico encravado no coração da Bahia, área reconhecida mundialmente como um dos mais ativos hot spots de avistamentos ufológicos no Brasil. Aos visitantes que lá chegam são oferecidas várias opções de lazer, esporte e aventura, entre as quais caminhadas, banhos de cachoeiras, mergulho em lagoas, visitas a cavernas, grutas e cânions etc, que abundam naquele exuberante cenário.
Mas para quem é do meio ufológico, há uma opção a mais na Chapada Diamantina: percorrer locais de ocorrências para analisar vestígios e conversar com testemunhas. A região de rara beleza, rica em flora e fauna, também é palco da constante manifestação de enigmáticas luzes voadoras que, às vezes, serpenteiam no céu e sobrevoam serras, matas e até mesmo os arredores das mais de 50 cidades que compõem a vasta área. O persistente fenômeno colocou o local no roteiro de turismo ufológico nacional, tal como aconteceu com outras localidades de perfil similar, entre elas a Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso, e a Chapada dos Veadeiros, em Goiás.
A Chapada Diamantina começou a ser povoada no século XVII por bandeirantes que lá iam à procura de ouro, descoberto inicialmente na Serra do Tombado. Posteriormente, foram os diamantes que fomentaram a corrida dos que buscavam rápido enriquecimento, fazendo com que milhares de pessoas se fixassem em povoados que mais tarde se tornaram as cidades de Lençóis, Mucugê e outras. Naquela época, histórias e contos ajudaram a formar o folclore da região, sendo que a lenda mais comum era e ainda é a da Mãe do Ouro, uma bola de fogo alaranjada que faz vôos erráticos pelas serras e morros. Paralelamente a ela surgiu nos garimpos a lenda do Diamante Encantado, uma bola de luz azul que aparecia aos garimpeiros, que acreditavam que se transformava em diamante [Veja detalhes no livro UFOs no Brasil, código LIV-010 da coleção Biblioteca UFO. Confira na seção Shopping UFO desta edição e no Portal UFO: ufo.com.br]. Seriam essas duas lendas manifestações ufológicas com uma roupagem folclórica?
Histórias, lendas e UFOs
Como parte dos abundantes relatos folclóricos da Chapada Diamantina está o primeiro caso insólito registrado naquela localidade, um fato ocorrido no ano de 1882, quando o escritor baiano Mário Martins de Freitas relatou ter visto um objeto brilhante e estranho riscando a noite. Seu caso inspirou muitos outros moradores a também narrarem experiências que tiveram, antes e depois de Freitas, tornando o local, há séculos, famoso por sua casuística ufológica.
Também encontramos vestígios que remetem a estranhas presenças na pré-história da localidade, quando os povos indígenas que lá se desenvolveram deixaram suas marcas em milhares de desenhos rupestres espalhados em grutas e cavernas. Como se sabe, tais pinturas milenares registram os hábitos rotineiros daqueles povos, como sua alimentação, suas caçadas, pescarias e atividades cotidianas. Mas os sinais nos sítios arqueológicos também revelam o fascínio que os primitivos indígenas tinham pelos fenômenos celestes e astronômicos, a ponto de pintarem nas paredes de cavernas e grutas eclipses solares e lunares, cometas que viam e outras ocorrências.
Alguns desses sítios estão dentro do Parque Nacional da Chapada Diamantina, criado em 1985 com uma área de quase 40 mil quilômetros quadrados. Destaca-se nesse cenário a Cachoeira da Fumaça, com queda livre de 380 m de altura, o Poço Encantado e outras belezas naturais que causam espanto e admiração às pessoas que as visitam. As figuras rupestres espalhadas pela área registram que nossos ancestrais que lá viviam também tinham seus avistamentos ufológicos, representados de várias formas, como voltaremos a falar mais adiante neste trabalho.
Este autor esteve na Chapada Diamantina pesquisando fatos ufológicos novos e antigos em fevereiro de 2010. A viagem se revestiu de dois propósitos específicos: entrevistar os moradores sobre fenômenos por eles avistados ou registrados e visitar os sítios arqueológicos do local para colher material fotográfico das pinturas rupestres, com o objetivo de compará-las com desenhos existentes em sítios localizados em outros estados brasileiros e também do exterior. A cidade de Lençóis, por ser um dos pontos de entrada para a Chapada, serviu como base de apoio, de onde se partia diariamente para os locais planejados, a fim de se cumprir os objetivos acima.
Imagens surpreendentes
Já era conhecido o volume de observações ufológicas naquela área, testemunhadas por muita gente, mas a viagem revelaria muitos novos casos. Por exemplo, no final de 1994, a Rede Globo produziu uma série de reportagens abordando a área e tratando de Ufologia, registrando imagens surpreendentes de luzes não identificadas em Mucugê e cidades vizinhas. Aquela onda ufológica, que durou quase todo o ano, teve como resultado dezenas de casos de avistamentos, pousos de naves com evidências físicas, perseguições a motoristas de caminhões e até uma tragédia — Júlio Antônio Souza Bastos, o funcionário do Banco do Brasil que fez filmagens de UFOs em VHS, faleceu de infarto devido à forte emoção que sentiu durante uma das aparições na Serra do Capabode [Veja edição UFO 041, agora disponível na íntegra em ufo.com.br].
Os fenômenos de 1994, e de outros anos, atraíram pesquisadores baianos, de várias partes do país e também do exterior, que chegavam em caravanas para realizar vigílias e pesquisas no local. Dois casos acontecidos em Mucugê naquela época, que merecem destaque, foram o pouso de um artefato na fazenda de Jacob Müller — onde a vegetação sofreu um “efeito microondas”, queimando de dentro para fora —, e as impressionantes filmagens realizadas durante vigílias no local pelo cinegrafista Fábio Marconi, do programa Fantástico, acompanhado do repórter Jos&
eacute; Raimundo.
Durante a pesquisa na região, foram entrevistados vários moradores que afirmaram ser comum o aparecimento nos céus do que chamam de “bolas de fogo”. Até mesmo o recepcionista do Hotel Portal, de Lençóis, Ailton Dourado, relatou experiências ufológicas. Dourado contou que, em uma tarde de 1987, às 18h00, estava em uma roça distante 30 km da cidade quando observou um estranho fenômeno. “Era um objeto voador redondo que estava a 15 m de distância. Fiquei com muito medo ao ver aquela bola amarela, sem produzir som. Após 10 minutos de observação, ela desapareceu voando velozmente na direção do horizonte. Foi incrível!”, disse o funcionário do hotel.
Na região, tanto turistas quanto profissionais ligados ao turismo, que atendem os visitantes, têm observado estranhos fenômenos luminosos e às vezes naves metálicas. Este é o caso do guia Allan Viana Rodrigues, que relatou outro episódio envolvendo um UFO multicolor, ocorrido na cidade de Lençóis. “Foi em uma noite de 2002. O objeto tinha o tamanho de uma maçã e mudava de cor do laranja para verde e depois para o vermelho. Ele sobrevoou a cidade e desapareceu. Eu não acreditava em UFOs, mas depois desse fato, passei a acreditar”, contou Rodrigues.
Fato semelhante se passou com o fotógrafo profissional Kalil Neto, também de Lençóis, cidade que parece ser o centro dos avistamentos. Neto informou que viu um objeto branco luminoso em certa noite de 2007. “O artefato fazia movimentos diferentes de um satélite e subitamente mudou de direção”. O episódio se deu sobre o município. O fotógrafo também narrou ocorrências envolvendo outras pessoas, das quais tomou conhecimento. Uma delas se deu com alguns membros da Brigada de Resgate Ambiental de Lençóis (BRAL). Todos os anos a Chapada Diamantina sofre grande risco de queimadas, e incêndios já causaram vasta destruição na flora e fauna. Por sorte, os voluntários brigadistas da BRAL estão atentos, dia e noite.
Luz ofuscante e fotografias
Em uma dessas ocasiões de combate a incêndios na região, entre os anos de 1996 e 1998, uma equipe chefiada por Augusto Maximiliano Galinares observou uma luz ofuscante. O palco do avistamento foi uma serra ao lado do Morro do Pai Inácio. Já era noite quando Galinares, Sérgio Henrique de Matos e outros companheiros observaram o que descreveram como uma “bola de fogo muito veloz, como uma luz ofuscante igual ao flash de máquina fotográfica, sem som”. O aparelho realizou manobras rápidas e chegou a fazer vôos rasantes sobre a casa de uma moradora — local onde todos se refugiaram por ficarem aterrorizados.
Apesar de serem abundantes os relatos de avistamentos, são raros os episódios em que se obtiveram fotografias de objetos voadores não identificados na região. Um deles aconteceu durante uma noite de setembro de 2000 em Riacho do Mel, na localidade de Iraquara. Na ocasião, vários visitantes observaram um misterioso artefato no ar. “Por volta das 20h00, eu e outros turistas vimos um UFO pequeno e na tonalidade alaranjada, que ora ficava com brilho mais intenso, ora esmaecia. Aquilo sobrevoou erraticamente o Riacho do Mel. Tinha duas luzes frontais, parecendo dois olhos, e o fotografei a uma distância de 50 m. Em seguida, ele desapareceu rumo ao espaço”, afirmou Carlos Abreu.
“Vale dos discos voadores”
Outro caso de registro fotográfico na Chapada Diamantina, agora diurno, se deu em 2005 com o turista carioca Ricardo Aparício Silveira. Ele estava próximo do Morro do Pai Inácio quando fotografou um estranho objeto voador prateado e em forma de bacia. Tinha cerca de 8 m de diâmetro e alternava entre voar e parar no ar, depois sumindo na direção das formações rochosas. Apesar do tempo nublado, em alguns momentos foi possível ver o brilho do Sol refletido em sua fuselagem, que não tinha asas e nem hélices. Não foi ouvido nenhum ruído durante a sua passagem.
Situado bem no centro do Parque Nacional da Chapada Diamantina, entre os municípios de Andaraí e Mucugê, o Vale do Paty é uma das principais áreas de trekking da região, recebendo aventureiros do mundo inteiro, todos os anos. O visual que o caminhante encontra ali é indescritível e torna a aventura no local uma experiência rara. A área é totalmente erma e a hospedagem e as refeições dos turistas são realizadas nas casas dos nativos. É nesse cenário fascinante que foram registradas impressionantes ocorrências ufológicas.
O guia turístico Marcos Paulo Magalhães conhece bem o local e contou que durante uma noite de 2008 observou luzes azuladas sobrevoando o Vale do Paty. “Não dou muita importância ao assunto, mas já vi luzes estranhas lá. Eram azuis e aceleravam no ar para depois pararem. Elas velozmente desapareceram na serra”. Ele também relatou que na vizinha cidade de Ibicoara apareceram estranhas marcas circulares nas matas, e que luzes misteriosas também foram avistadas lá. “Já vi fotos e filmes desses objetos voadores, feitos aqui na Chapada Diamantina”, afirmou Magalhães.
Os avistamentos muitas vezes envolvem testemunhas qualificadas, de alta credibilidade. Uma delas é o proprietário do Restaurante Salton, em Lençóis, que também é controlador de tráfego aéreo. Marcos Vinício Alberton descreveu um interessante episódio de avistamento ocorrido no Aeroporto Coronel Horácio de Matos, localizado na altura do km 209 da BR 242, distante 25 km do centro da cidade. O fato se deu em 2009 e foi comunicado ao Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra), em Brasília. Por e-mail, posteriormente, Alberton resolveu revelar mais detalhes da ocorrência a este autor. Ele então disse que a estranha luz sobre o aeródromo foi avistada em meados de novembro daquele ano, aproximadamente às 19h00. “Já estava escuro e era uma forte luz branca pairando a cerca de 3 km da cabeceira da pista 14 do aeroporto. Não tinha barulho algum e o céu estava totalmente claro. As luzes da pista estavam ligadas”, relatou Alberton.
Movimentos lentos e erráticos
Ele complementou dizendo que o objeto estava parado a uma altura de cerca de 150 m do solo, e que fazia movimentos lentos para trás e para frente, às vezes subindo mais um pouco e então descendo. “Aquilo acabou indo na direção do aeroporto, passando por trás dele e ficando com intensidade mais forte, mas ainda sem ruído algum. Ao passar um pouco do aeroporto, começou a subir lentamente. E do branco mudou para vermelho forte e elevou-se a uma incrível velocidade, ficando com uma cor vermelha mais apagada e sumindo no espaço”.
Marcos Vinício Alberton confirmou que o avistamento teve outras testemunhas, entre eles o fiscal de pátio do aeroporto, de nome Alcides. Ele ainda disse que foi feito um relatório do fato para informação aos órgãos superiores e ao Comdabra, mas soube posteriormente que nada foi detectado nos radares. “Particularmente, não senti nada de mais, fiquei apenas preocupado com aquilo, pois estavam chegando duas aeronaves para pouso em Lençóis e havia o tal objeto não identificado no ar, que poderia causar problemas. Felizmente, ele foi embora antes de haver algum incidente”. Alberton concluiu que não foi possível tentar uma melhor identificação do aparelho, pois sua forte luz brancaimpedia.
Outra interessante ocorrência ufológica da Chapada Diamantina se deu justamente no mesmo período em que ocorria, na Região Sudeste, a chamada Noite Oficial dos UFOs no Brasil, quando uma frota de 21 objetos voadores não identificados foi avistada sobre o Rio de Janeiro, São Paulo, Goiânia e São José dos Campos, sendo perseguida por caças Mirage e F-5E da Força Aérea Brasileira (FAB) durante horas naquele que se constituiu um dos mais importantes momentos da Ufologia Brasileira [Veja edições UFO 160 e 170, agora disponíveis na íntegra em ufo.com.br]. Mas o que pouca gente sabe é que parte da esquadrilha sumiu justamente sobre a Chapada.
Segundo detalhes da ocorrência, militares da Aeronáutica acompanharam os artefatos em seus radares e confirmaram que 14 deles, após a perseguição pelos caças, rumaram na direção do Oceano Atlântico, sendo observados até o limite das 200 milhas náuticas de nosso mar territorial. Todavia, os plots restantes detectados nos aparelhos se uniram em um só, que passou a se movimentar em padrão triangular sobre a Chapada Diamantina. Após aproximadamente 10 minutos, o novo artefato desapareceu subitamente das telas do radar, justamente no momento em que foi dada nova ordem para decolagem de um caça Mirage adicional para persegui-los.
UFO ou meteorito?
A guia turística Maria Lúcia Alves Neves, experiente em excursões pela região da Chapada, contou que em 21 de janeiro de 2010, entre às 19h00 e 20h00, escutou um forte estrondo e viu uma estranha luz azul no município de Iraquara, a mesma observada 15 dias antes por várias pessoas, que também ouviram o forte som. “Estava conversando no portão quando vi o aparelho azul piscando. Muitas pessoas de Seabra e também de Iraquara já viram aquilo, mas não sabem explicar o que é. Naquela ocasião, quando escutei o barulho, pensei que o teto de uma caverna tinha vindo abaixo. Mas, na verdade, o som vinha do aparelho”, disse Maria Lúcia.
Também, nos povoados de Campestre, Barro Vermelho, Tenda e Baixio do Angical, vários moradores avistaram o fenômeno. Todavia, cada um dá uma explicação diferente para a bola de fogo azul que surgiu no céu soltando faíscas — alguns dizem ser um UFO, outros que é um diamante mudando de lugar e há até os que acreditam em meteoritos. Entretanto, apesar das buscas no local, até o momento nada foi encontrado.
Em uma noite de janeiro de 2010, às 21h40, outro UFO foi fotografado por Antônio Carlos de Almeida na cidade de Lençóis, com as mesmas características do avistado por Maria Lúcia no dia 21 daquele mês, e em vários municípios da região. Segundo seu relato, também se tratava de uma bola de fogo, mas que passou pelo centro da cidade, fazendo ziguezague e aumentando seu brilho para o vermelho e, em alguns momentos, para o amarelo-alaranjado. Depois de feita a foto, o artefato voador sumiu por trás dos telhados das casas.
Apesar de muita gente acreditar que a presença de discos voadores e seus tripulantes em nosso planeta seja um fato recente, há na Bahia registros pré-históricos que atestam a ação dessas naves e seres há milhares de anos. São as pinturas rupestres, de que já tratamos neste trabalho, que estão espalhadas pela Chapada Diamantina e foram objeto de estudo deste autor, constituindo um dos principais propósitos da excursão à região. Esse é um tema polêmico e abordá-lo é algo difícil, geralmente feito dentro de uma área específica da Ufologia, a Ufoarqueologia ou Paleoufologia.
Pinturas em paredes
Quando se entra nesse campo, é preciso ter o máximo de cuidado para não deixar a emoção e o entusiasmo transporem a linha da razão, prejudicando a pesquisa com conclusões precipitadas. É necessário fazer uma análise mais profunda da questão e tentar pensar um pouco como os povos pré-históricos pensavam quando observavam fenômenos celestes naturais ou até mesmo desconhecidos, e os registravam em suas pinturas em paredes de grutas e rochas. Existem, infelizmente, muitos erros de interpretação e enganos nas comparações desses registros com fatos ufológicos atuais [Veja detalhes no DVD Portal, código DVD-032 da coleção Videoteca UFO. Confira na seção Shopping UFO desta edição e no Portal UFO: ufo.com.br].
A Chapada Diamantina é riquíssima em sítios arqueológicos, contendo milhares de exuberantes pinturas rupestres. Apesar da distância entre as localidades onde foram achadas, em várias delas foram observadas figuras similares entre si desenhadas na rocha, como também figuras antropomórficas que lembram os tripulantes de UFOs descritos na casuística atual. Geralmente, fenômenos celestes ou relacionados com divindades cultuadas pelos povos primitivos do local eram gravadas por eles sempre em lugar de destaque, no teto das grutas e cavernas — é ali que estão as principais evidências.
Explicações astronômicas
Em Iraquara, por exemplo, encontra-se na Gruta Lapa do Sol interessantes representações artísticas feitas pelos habitantes nômades que por lá passaram entre 8 e 12 mil anos atrás, vindos de várias regiões da América do Sul. As pinturas rupestres da área são majoritariamente monocromáticas, em tonalidade vermelha, tendo sido produzidas com pó de óxido de ferro, a hematita. Entretanto, alguns motivos retratados na gruta, como o Sol e certos cometas, são compostos de três e até quatro cores — como o preto, por exemplo, que &eacut
e; produzido com pasta de carvão, ou o amarelo, por limonita, outro óxido de ferro.
Alguns pesquisadores alegam que o desenho principal encontrado na Gruta Lapa do Sol é de um Sol estilizado, tendo ao lado um cometa [Veja imagem nestas páginas]. Porém, outros arqueólogos, como o argentino Carlos Etchevarne, mantém distanciamento prudente das explicações astronômicas para as imagens. Segundo ele, não há como fundamentar a teoria, embora Etchevarne admita que a arqueoastronomia seja uma linha de pesquisa consistente — ela é a disciplina da arqueologia que estuda os fenômenos astronômicos observados pelos povos pré-históricos de várias partes do mundo.
Já outros pesquisadores enxergam nas pinturas da Gruta Lapa do Sol, e de muitas outras localidades, manifestações de discos voadores e seres extraterrestres registradas há milhares de anos por povos primitivos. Apesar de terem sido encontradas algumas imagens de objetos circulares com caudas, semelhantes a cometas, é oportuno dizer que na casuística ufológica mundial também existem descrições, e até fotos e filmes, de objetos voadores com caudas, que não são cometas. Como eles seriam retratados por um povo ancestral? Vale salientar que as formas circulares da gruta são muito semelhantes às encontradas em outros municípios baianos, como Toca do Cosmos, Itaguaçu, Ourolândia e também em cavernas da cidade de Mucugê.
Extraterrestres em Paramirim
Ainda que seja raro o registro de seres estranhos, possivelmente extraterrestres, em pinturas rupestres brasileiras, em uma localidade do Sítio São Mateus, no município baiano de Paramirim, é possível encontrar um humanóide de cabeça avantajada, desproporcional ao corpo, com uma espécie de capacete — uma figura muito similar à registrada em outros desenhos rupestres de várias partes do mundo.
Em um sítio arqueológico da Serra das Paridas, a 36 km de Lençóis — que foi encontrado por acaso nas terras de Evangivaldo Evangelista Matos, em 2005 —, há milhares de pinturas rupestres com diferentes características, entre as quais imagens de mulheres dando à luz, de peixes e animais, de aves, pessoas e até de figuras geométricas. O que tem atraído o turismo para a região e até se tornou sensação no lugar é uma pintura pitoresca semelhante a um extraterrestre com três dedos, tal como o apresentado no filme ET [1982], de Steven Spielberg. Nela se observa, acima da cabeça da figura antropomórfica, uma curiosa esfera com furos. Seria uma nave espacial?
Enquanto pairam discussões sobre o que estaria representado na figura com três dedos, que lembra uma tartaruga, a pintura circular logo acima é uma grande interrogação. Na opinião desse autor, levando-se em consideração o ponto de vista ufoarqueológico daquela manifestação, tratar-se-ia da representação de um disco voador. E mais: com os recursos da Ufoarqueologia, provavelmente teríamos explicações mais convincentes do que a arqueoastronomia oferece para muitos dos desenhos encontrados.
Comparação
É importante fazermos a comparação do material sobre pinturas rupestres colhido na Bahia com o de outros sítios nacionais e internacionais, em especial da Argentina, onde foi encontrado um petroglifo bastante curioso e que remete ao que se encontra na Chapada Diamantina. A imagem foi divulgada primeiramente pelo ufólogo e parapsicólogo Gustavo Fernández, autor de dezenas de livros. O artefato foi descoberto por um grupo de operários da empresa Yacimientos Petrolíferos Fiscales, que realizava prospecções a 10 km da cidade argentina de Tres Arroyos. Ele contém uma cena curiosa: quatro pessoas, dois homens e duas mulheres, aparentemente apavorados observando dois círculos concêntricos que parecem brilhar sobre suas cabeças.
Em e-mail, o pesquisador Gustavo Fernández explicou que o petroglifo é propriedade do Museu de História e Ciências Naturais José A. Mulazzi, do país vizinho, e que teria sido datado em mais de 1.500 anos. Fernández informa que o curador do museu acredita que um dos objetos celestes poderia ser o Sol ou a Lua, porém não soube dizer o que seria o outro objeto circular. De muito curioso nesse petroglifo está o fato de que guarda extrema semelhança com pinturas rupestres da Chapada Diamantina.
Naturalmente, como os povos antigos não conheciam as divisões geográficas de nosso território, eles deixaram suas marcas por vários estados, enquanto migravam de um ponto para outro. No sítio arqueológico da Pedra do Bisnau, distante cerca de 50 km da cidade de Formosa, em Goiás, também há figuras semelhantes às da Chapada. No local existem quase 30 sítios arqueológicos repletos de petroglifos que descrevem o cotidiano dos primitivos habitantes do local — vários que poderiam ser descrições de UFOs. As inscrições rupestres em baixo relevo localizadas na Fazenda Taquari, por exemplo, têm cerca de 11.000 anos e nelas os desenhos de objetos circulares dão a impressão de serem iluminados e conterem rastros luminosos, como esteiras de fumaça ou caudas.
Objetos em formato de disco
Em outros desenhos do sítio arqueológico da Pedra do Bisnau também aparecem nitidamente objetos em formato de disco, inclusive com janelas. Porém, os mais curiosos são circulares e demonstram detalhes de sua parte inferior. Em alguns casos, dão a impressão de ser focos de luz projetados de objetos suspensos no ar, como se pode observar em uma gruta da Fazenda Marilda, entre as cidades de Paraúna e Ivolândia, também em Goiás. Trata-se de um petroglifo com um desenho circular que aparentemente projeta um foco de luz para baixo, semelhante a milhares de descrições atuais de manifestações ufológicas em várias partes do mundo.
Os desenhos encontrados nessa laje de pedra de Goiás são idênticos aos observados nas grutas e cavernas da Bahia. E assim como no estado vizinho, ali também há abundância de ocorrências ufológicas, tal como a descrita por Jorge Tibiriçá de Medeiros, que afirmou ter observado um disco voador
em 2002, nas proximidades da Cachoeira do Itiquira, ainda em Formosa. “Em uma tarde, perto das 15h30. Eu estava caminhando acima da cachoeira quando vi um disco achatado com uma luz amarela muito forte no meio, que parecia um pneu. Na parte inferior dele havia umas ranhuras, como se fossem raios de bicicleta”, disse Medeiros, que confirma que muitos moradores da cidade já viram luzes estranhas.
Pesquisa ufoarqueológica
O aparelho observado por ele tinha uns 20 m de diâmetro e não emitia barulho algum, mas sumiu velozmente no horizonte. O desenho de sua experiência, feito pela testemunha durante a entrevista concedida a este autor, mostra um artefato semelhante ao retratado no petroglifo da Pedra do Bisnau, distante alguns quilômetros do local — e ambos são idênticos a objetos registrados em pinturas rupestres encontradas na Chapada, assim como a outros registros descobertos nos estados de Rondônia e Pernambuco [Veja edição UFO Especial 031, agora disponível na íntegra em ufo.com.br].
O Fenômeno UFO é uma realidade em todo o Brasil, especialmente na Chapada Diamantina, que concentra cerca de 60% dos registros de casos ufológicos de toda a Bahia, segundo estimativas de ufólogos locais. A pesquisa ufoarqueológica dos abundantes vestígios que povos primitivos deixaram na área também é muito promissora como forma de se atestar a antiguidade da presença alienígena na Terra — ainda mais porque regularmente se descobre um novo sítio arqueológico naquela região.
Como explicar desenhos tão semelhantes encontrados em figuras rupestres de lugares tão distantes? Levando em consideração as características dessas inscrições, umas contendo a representação de fenômenos celestes naturais e outras o registro de fenômenos ufológicos, a pergunta que permanece é: o que aqueles povos pré-históricos deixaram para as gerações seguintes? Por que quase todos os sítios arqueológicos hoje conhecidos, justamente onde se encontram tais sugestivos desenhos, estão em locais com elevada incidência de avistamentos ufológicos? Haveria alguma ligação entre os registros primitivos e os atuais da ação de outras espécies cósmicas no planeta?
Infelizmente, entretanto, para essas questões ainda não existem respostas totalmente convincentes — seja para os ufólogos, seja para os cientistas, que também buscam explicações. Mas os fatos apresentados neste artigo devem ser motivo de profunda reflexão, pois precisam de mais análises e estudos. Com isso poderemos chegar a explicações mais concretas para a alta incidência ufológica da Chapada Diamantina, usando metodologia científica e comparando dados — mas, sobretudo, mantendo a mente aberta.