O desesperado grito de “chega, gente. O bicho está aqui” fez pular das redes os moradores da pequena casa de taipa construída no Sítio Oiti, embrenhado no inóspito sertão cearense, a mais de 75 km de Canindé e a 195 km de Fortaleza. Durante o dia, o insuportável calor chega a 40º na localidade, e as noites são amenizadas por um cálido vento que sopra do leste, fazendo com que nos alpendres dos casebres os moradores se reunam para discutir o assunto do momento: a presença do “bicho cabeludo” que ataca cães, aves e cabras.
A idéia da existência de tal animal advém do testemunho de rurículas que, sem dúvida, viram algo que foge ao normal e que amedrontou aqueles destemidos caboclos acostumados a enfrentar “cobras e lagartos”, desconhecendo o medo. Caso não tivessem presenciado algo, jamais pensariam em monstros, Chupacabras ou noutra coisa qualquer, pois ali não existe rede elétrica e conseqüentemente televisão, jornais ou outro meio de informação que os influenciassem, a não ser a comunicação boca-a-boca sobre o que lhes interessa. Portanto, se alguém diz que viu alguma coisa rara é porque na realidade a testemunhou de verdade.
O ambiente é horrível. Trilhas estreitas com subidas de pequenas serras e galhos secos de caatinga a cortarem nossos braços, enquanto a poeira juntamente com o calor, sufocava a todos nós que, vestidos como pesquisadores, com jalecos, botas, câmeras fotográficas e filmadoras, desafiávamos a tudo e a todos a fim de documentarmos a possível existência de algum animal que, co-mo em outras regiões do Brasil e Amé-rica do Sul, fornecesse manchete aos principais meios de comunicação. Eram três os pesquisadores: eu, Thaynan Melo e Ednaldo Menezes, todos do Centro de Pesquisas Ufo-lógicas (CPU), além de André, funcionário do Banco do Brasil e um dos donos da região. Lá, o clima é perigoso. Os rurículas permanecem devidamente armados com rifles, revólveres e facões, prontos para atirarem em qualquer coisa que se mova mata adentro, e o objetivo é um só: “matar o comedor de bichos que mais parece um lobisomem…”
Penetra do açude – As testemunhas, pessoas idôneas que não admitem que se duvide de suas palavras, fizeram questão de mostrar os mínimos detalhes das ocorrências, e uma delas, Rita Maria Ferreira da Silva, declarou: “Depois da meia-noite ouvi um rebuliço muito grande no terreiro e pensei tratar-se de uma raposa querendo pegar galinhas. Levantei-me e olhei pela fresta da janela do telhado. Apavorada, vi algo desconhecido, um ser com aspecto humanóide, com mais ou menos 1,50 m, andar curvo como de um macaco, ombros largos e peludos. O rosto escuro e cheio de pêlos. Tinha o cabelo apartado no meio, caindo sobre os ombros. Parecia despido, e a sua cor era parda. Levava o cão pendurado. Era um cachorro grande, pesado e muito valente. Não dava para um homem levá-lo sobre os ombros. Não ouvi ganidos ou mesmo latidos de dor. Aliás, o cão não apresentou nenhuma reação de defesa, o que é estranho…
“Gritei por socorro. Meu marido saltou da rede com uma faca na mão. Ao olhar pela fresta do telhado, viu o ser que se distanciava. Correu para a porta e a abriu, mas o ‘animal’ já havia adentrado à mata. Estava escuro. Ele não possuía lanterna e arma de fogo, portanto, em companhia de parentes, esperou que o dia amanhecesse para ir à procura do cão. Pela manhã, encontraram-no morto com três furos no pescoço e rasgões por todo o corpo. Estava sem sangue: parecia que havia sido chupado. Não sabemos o que aconteceu com o cachorro, pois não esboçara reação, apesar de ser valente, agressivo, fazendo com que à noite ninguém se aproximasse do local”.
Numa casa, alguns metros além, outro cão, também corpulento, havia corrido atrás de um animal, pois ouvia-se o latido e a quebradeira de mato na caatinga. Repentinamente tudo silenciou. O cachorro não ladrou mais e nem gritou ao ser atacado e morto. Ao amanhecer encontraram-no com as mesmas características do primeiro, ou seja: sem sangue, com rasgões na pele, queixada quebrada e olhos arrancados. Já num terceiro sítio, o “visitante”, ao atacar um cachorro, levantou-o acima de sua cabeça, jogando-o ao chão com tanta força que os olhos saltaram de sua órbita. O animal também não esboçou reação e nem grunhiu, somente ouviu-se o barulho da pancada, tão forte que chegou a ser ouvida em outro casebre a 35 m de distância.
O indesejável “penetra”, denominado pelos caboclos de “bicho do açude” – pois em todos os casos ele se dirige aos açudes, deixando as vítimas dentro d’água ou às margens –, foi testemunhado por mais de seis pessoas, incluindo dois pescadores que, em atividade no Rio Oiti, viram-no saindo da água e dirigindo-se a eles. Segundo as informações, era um ser corpulento, cabeludo, olhos e boca grandes, que andava com os braços para cima. A noite clara de luar deixava ver muito bem o aspecto do animal, desconhecido naquelas brenhas.
Nas suas declarações, Francisco dos Santos e Augusto Silva demonstraram falar a verdade. O ar de espanto e os detalhes de ambos os entrevistados isoladamente coincidem. Outros cães, num total de cinco, foram aniquilados pelo “bicho do açude”, incluindo galinhas, que tiveram seus corpos abertos, não apresentando sinais de sangue. Também duas cabras foram atacadas. Uma delas, a Mimosa, foi salva milagrosamente, pois quando os cães ladraram agressivamente, os moradores abriram a porta e com uma lamparina iluminaram o ambiente, e o caprino foi abandonado pelo seu predador, que fugiu para a mata depois de espantado a tiros.
Esta cabra leiteira teve a perna ferida com cortes profundos e perfeitos, e a partir daí começou a secar e ficou paralítica. Seus olhos esbugalharam-se e ela não berra mais, apenas geme. Alguns especialistas em Zoologia, depois de a examinarem, não encontraram uma explicação para o caso, pois foge à possível mordida de cobras, guarás e guaxinins [espécie de gato selvagem].
Desconhecemos o que possa ser o fenômeno de Itatira, e o que nos levou a pesquisá-lo foi a grande semelhança com o Chupacabras, como também as dezenas de avistamentos de UFOs pela redondeza. O certo é que existe e está lá, com provas concretas que deixam uma insegurança muito grande junto aos moradores da região, que temem ser atacados ou mesmo mortos pelo estranho “monstro do açude”. A localização dos sítios somente foi possível graças aos repórteres da rádio Jornal de Canindé, a quem agradecemos pela cooperação.
Há quem associe esse fenômeno com as luzes noturnas que aparecem, iluminando as cidades de Canindé e Itatíra, e com as quais centenas de pessoas já mantiveram contatos, entre elas um dos membros do Centro de Pesquisas Ufológicas (CPU), doutor Hélio Vieira. Ele documentou as incríveis manobras aéreas de um objeto ovó
ide, durante 23 minutos, juntamente com mais nove pessoas. O fotógrafo profissional Eraldo Medeiros, também do CPU, documentou uma dessas evoluções.
Porém recentemente, Antônio Carlos Alves, jornalista correspondente do jornal Diário do Nordeste, pesquisou um dos casos mais importantes na região nos últimos meses. Na Fazenda Santa Ana, a alguns quilômetros de Canindé, um estranho objeto discoidal aterrissou nas proximidades das casas, deixando marcas no local de pouso.
Apesar das chuvas e do crescimento de capim e outros arbustos ao redor, a insígnia continua lá, estéril. O CPU apanhou in loco uma porção da terra a fim de fazer análises e tentar esclarecer os motivos pelos quais naquela área não se germina nada. O vendedor ambulante Francisco Eleutério da Silva, por sua vez, conta-nos que passou por sério vexame, quando de bicicleta deslocava-se para o entroncamento e foi perseguido por uma luz que passava de um lado para outro, sempre com foco direcionado a ele.
Quando aparecia um carro na estrada, a claridade se apagava e, por mais que Francisco gritasse e acenasse para o veículo, ninguém parava, até que o aparelho passou para o lado esquerdo e se distanciou, dando-lhe oportunidade de respirar e ver o formato da luz. “Era da cor do cobre, redondo, saía faísca, dançava para cima e para baixo. Às vezes, acendiam-se luzes de várias cores e apagavam, até que não o vi mais, pois foi para trás de um morro de pedras”, caracterizou o ambulante.
Farra dos cachorros – Mais um fenômeno complica a vida daquela gente simples que passa a vida no mato, trabalhando para manter as suas famílias. Nos meses de abril a junho, alguns cães, geralmente liderados pelos mais velhos, juntam-se nas cidades e saem para as fazendas e sítios à procura de ovelhas, matando-as e estraçalhando-as, sem entretanto as devorarem. Estes ataques são direcionados exclusivamente às ovelhas e, em algumas ocasiões, chegam a exterminar rebanho de 40 a 50 cabeças.
Na “farra dos cachorros” – assim é conhecido o fenômeno junto a sitiantes e fazendeiros – os cães não atacam homens, aves, cabras, bodes e outros cães. O fato, que acontece quase todos os anos, deixa os proprietários de terras preparados com armas de fogo e vigias sempre alertas, prontos para a defesa dos lanígeros [Editor: animais cobertos por lã]. O fazendeiro em Solonópoles, Airton César Pinheiro, residente em Fortaleza, confirma a história e declara que em outras propriedades de parentes seus o prejuízo é grande, destacando-se as fazendas Flora e Penedo, cujos proprietários, Ribas Pinho e Justo Pinheiro, também confirmam a ocorrência.
O fenômeno é característico do Estado do Ceará e ninguém sabe explicar os motivos que levam cães dóceis a se tornarem agressivos e, em matilhas, atacarem em especial as ovelhas. Alguns fazendeiros acreditam que quando iniciam-se as primeiras chuvas, os lanígeros, ao se molharem, exalam um odor estranho e muito forte que possivelmente assanhe os cães, tornando-os revoltos, mas infelizmente não existe nenhuma explicação lógica para essa atitude.
Durante esses meses dezenas de cachorros se reúnem nos centros das cidades e saem à procura de ovelhas, e por onde passam, outros cães aderem à “passeata”, acompanhando silenciosamente a matilha. Ao atacarem as suas vítimas eles as estraçalham, mas não as devoram, simplesmente as matam e as deixam para os urubus. Estudos demonstram que na ocasião da “farra dos cachorros” nenhum deles é acometido da raiva, simplesmente mudam o seu comportamento. Passado o período, voltam a se tornar dóceis e amigos das ovelhas, desempenhando o papel de pastores.
Clones atuais de dinossauros
Em Senador Pompeu, assistimos a uma dessas “procissões” – o que nos causou surpresa, porque os animais com a cabeça erguida, sem olhar para os lados, seguiram adiante, parecendo saber o local em que deveriam atacar. Vez por outra param, olham-se, andam entre si como se mantivessem comunicação mútua. Depois o líder reinicia a caminhada, com a mesma arrogância, olhar fixo para frente e cabeças erguidas. Este fenômeno entretanto, nada tem a ver com os acontecimentos de Itatíra e Canindé, onde um possível “monstro” mata cães, cabras e aves.
Em setembro de l994, depois de ter proferido uma palestra sobre Astronomia em uma escola de Americana (SP), fui convidado pelo diretor dessa instituição para uma conversa particular. Na ocasião ele me disse que gostaria de contar um fato ocorrido com ele, muitos anos antes, que qualificava como extra-ordinário e que lhe causa arrepios até hoje.
Tudo começou há mais de trinta anos quando foi destacado para trabalhar numa reserva indígena da Juréia. Disse-me que passou a gostar tanto daquela vida que permaneceu com os índios por vários anos, passando a ter cada vez menos contato com a civilização. Voltava para a cidade apenas uma vez a cada seis meses ou mais. En-quanto andava pela mata, ouviu um barulho na vegetação e um ruído parecido com o de um animal ferido.
Dito e feito. O animal tinha um machucado numa das patas traseiras. Meu interlocutor o levou para a aldeia, tratando dele com ervas, curando o ferimento e alimentado-o, mantendo-o preso numa espécie de gaiola de madeira durante mais ou menos dez dias. Quando o bichinho se recuperou, a testemunha começou a perceber que ele estava ficando amuado, tinha parado de comer e dava sinais de sofrimento, talvez em função de estar preso. Pretendia levá-lo para a cidade, mas com a solicitação dos índios, resolveu soltá-lo para que não morresse.
A descrição do predador era impressionante. Sua altura era de aproximadamente 50 cm, corpo musculoso, quatro patas fortes, semelhantes aos de um elefante, com cinco pequenas unhas, pele grossa, enrugada e semelhante a couro, pescoço fino e longo terminando numa cabeça pequena, desproporcional.
Sua boca tinha pequenos dentes parecidos com os de um herbívoro, dois pequenos olhos laterais na cabeça e duas orelhas bem pequenas. Pasmem! Essa descrição corresponde à de um dinossauro chamado Diplodocus, um animal gigantesco que comia folhas de árvores a 10 m do solo, extinto há 65 milhões de anos. Se o diretor tivesse reconhecido a importância do achado, poderia ter provocado uma revolução científica sem precedentes e ser, hoje, mundialmente famoso.