Questões intrigantes, mas necessárias
Antes de iniciar o artigo, este autor gostaria de deixar bem claro o respeito e admiração pelos profissionais, pesquisadores, cientistas e colaboradores, que lutam bravamente pela continuidade do programa Search for Extraterrestrial Intelligence [Busca por Inteligência Extraterrestre, SETI], entre as dificuldades que vão da falta de verbas, patrocínio até desestimulações por parte de governos.
Compreendo seus valores, reconheço a seriedade e responsabilidade dos grupos espalhados pelo globo, suas ramificações, em atividade ou não, como a Search for Extraterrestrial Radio Emissions from Nearby Developed Intelligent Populations [Busca de Emissões de Rádio Extraterrestre nas Proximidades que Desenvolveu Populações Inteligentes, Serendip], projetos the Million-channel Extraterrestreial Assay [Ensaio dos Milhões de canais Extraterrestres, META] e the Billion-channel Extraterrestrial Assay [Ensaio dos Bilhões de canais Extraterrestres, BETA], Argus, SETI at Home [SETI@home], Projeto Phoenix etc. Também a importância dos milhares de internautas e pesquisadores autônomos amadores voluntários. Peço desculpas antecipadas pelas dúvidas, indagações, críticas e, por gentileza, não generalizar as palavras cientistas e governantes, aos quais são endereçadas as interrogações.
As chamadas \”interferências\”
Estamos habituados em falar na Ufologia, vez por outra, sobre o programa de Busca de Vida Extraterrestre ou Busca por Inteligência Extraterrestre, o SETI. Podemos até fazer parte dele, com nossos micros caseiros, sendo que o computador envolvido em uma detecção positiva de vida extraterrestre terá seu nome listado nos resultados como co-descobridor e seu dono ficará gravado definitivamente na história da humanidade.
Porém, será que esse contato radioastronômico já não pode ter acontecido, mesmo que desapercebidamente? E se a resposta for afirmativa, neste âmbito também existe algum tipo de acobertamento? Muito foi escrito, a literatura especializada é farta [Veja edição UFO Especial 37] e são numerosas as afirmações e teorias, sendo que algumas foram desmentidas ou negadas pela própria realidade posterior. Vamos em busca de fatos e pistas que nos levem a conjecturas:
1889 – O brilhante Nicola Tesla captava sinais sonoros que, segundo sua interpretação, eram emitidos de acordo com um tema ou motivo central, deduzindo que se tratavam de sinais provenientes de inteligências humanas, mas não aqui da Terra;
1932 – Karl G. Jansky, um dos fundadores da radioastronomia e colaborador da poderosa Bell Labs, ouvia emissões radioelétricas procedentes da Via Láctea, aumentando as expectativas;
1956 – John D. Kraus registrou sinais vindos de Vênus, com características parecidas com as emissões feitas pelas estações terrestres de radiodifusão;
1953 – Um acontecimento que ainda não foi possível esclarecer inteiramente: de 14 à 17 de setembro, milhares de telespectadores britânicos viram aparecer sobre suas telas uma seqüência que não estava em qualquer canal e que perturbava as suas programações favoritas. Uma chuva de protestos caiu sobre a BBC, onde todos estavam igualmente surpresos, já que o programa tinha sido transmitido tecnicamente com toda normalidade. Os potentes sinais que apagavam as emissões locais mostraram-se com o indicativo e a sigla do emissor norte-americano de Klee, em Houston (Texas).
A coisa complicou-se quando foi divulgado que a estação transmissora de Klee tinha simplesmente deixado de existir e, portanto, também de emitir, desde 1950. Investigações conjuntas da BBC e da NBC terminaram da mesma forma. Era impossível que as ondas portadoras tivessem voltado à Terra durante apenas três anos (isso demoraria décadas). Não poderiam ter refletido por casualidade sobre um objeto celeste e também não se tratava de uma brincadeira de mau gosto, já que o seu autor, além de arcar com uma multa elevadíssima, necessitaria de um grau de conhecimento científico fora dos padrões existentes na época.
Alguém ou alguma coisa teria captado em algum ponto do espaço as nossas emissões, devolvendo-as com a finalidade de indicar a sua presença? Essa parece ter sido a opinião do matemático e físico australiano Ronald N. Bracewell, que depois de ter examinado detalhadamente o evento e comparando-o com outros de similares conseqüências, publicou uma série de estudos técnicos bastante interessantes, entre os quais figurava um intitulado A Recepção das Comunicações Procedentes de Coletividades Galácticas Superiores [Communications from Superior Galactic Communities, Nature, 1960].
Bracewell era diretor de investigação científica em matéria de radiotécnica do governo australiano. McGowan, que foi responsável técnico pelo arsenal de foguetes e mísseis Redstone, ficou inteiramente convencido de que inteligências externas começavam a se mostrar. O astrônomo britânico Fred Hoyle corroborava essa opinião ao escrever que estava \”convencido de que existe uma compilação de informações recolhidas em algo que eu denominaria de ‘biblioteca galáctica’. Nós terminaremos também contribuindo com a nossa parte para aquilo que me compraz imaginar como a cultura galáctica\”;
1960 – Alguns eruditos soviéticos (atual Rússia) e de vários outros países captaram fragmentos de sinais de rádio de procedência distante, provavelmente da estrela CTA-102 (um quasar). Ficou deduzido que procediam de uma civilização extraterrestre, devido aos fluxos e refluxos totalmente regulares, diferentes de radiações naturais que apresentam ritmo desordenado. Isso num informe do cientista Nicolai Kardashev, publicado em 1964, posteriormente sendo considerada como um dos grandes alarmes falsos na história do SETI. Kardashev é nada menos que o autor da escala de civilizações batizada com seu nome, de 1964;
1964 – A mesma zona cósmica apontou uma elevação sensível e inteiramente anormal de energia radiante, que tornou a se repetir cerca de 100 dias depois, levando os astrônomos Iosif Shklovsky e Scholomitski a compartilharem a opinião emitida pelo ilustre colega. Na mesma época, captaram-se em Princeton mensagens procedentes de Júpiter. Shklovsky foi autor da obra Universe, Life, Intelligence [Universo, Vida, Inteligência, Academia Russa de Ciências, 1962], revisada e ampliada com tradução ao inglês em co-autoria com Carl Sagan, publicada em 1966, sob o nome de Intelligent Life in the Universe [Vida Inteligente no Universo, Holden-Day].