Como bem disse uma vez o filósofo Blaise Pascal, “tudo o que é incompreensível, nem por isso deixa de existir”. Embora a frase não tenha sido cunhada pensando-se no assunto, ela cabe como uma luva para o fenômeno dos agroglifos. Eles são reais. Os desenhos nas plantações surgem ano após ano e ainda assim não conseguimos compreendê-los. E como acontece com quase tudo o que é incompreensível, muitas pessoas tendem a descartar os agroglifos alegando serem fraudes e brincadeiras. Será?
Entre os dias 26 e 27 de setembro de 2016, repetindo os acontecimentos do ano anterior, a cidade de Prudentópolis, no estado do Paraná, viu surgir do dia para noite mais uma figura incomum estampada em uma lavoura de trigo, a aproximadamente 6 km do centro do município. Em 2015, outra figura surgira a 1,2 km da cidade e bem ao lado da rodovia que liga Prudentópolis à movimentada BR-277.
A formação de 2016 trouxe, também, outra novidade. Em 2015, a pesquisa foi feita apenas por ufólogos, que estiveram no local investigando, medindo e analisando a imagem. Já em 2016, outros estudiosos com formação em várias áreas do conhecimento também foram à cidade e desenvolveram de forma independente seus trabalhos de avaliação da figura. Ao saber disso, o editor da Revista UFO A. J. Gevaerd e o perito criminal Toni Inajar Kurowski, coeditor da publicação — os primeiros ufólogos a chegarem ao local —, decidiram concentrar as atividades em um único grupo, dando a oportunidade para que todos pudessem expor seus achados e conclusões. Foi assim formada uma força-tarefa da Equipe UFO para tratar dos agroglifos.
Dúvidas e as evidências
Com o decorrer dos dias, os dados das pesquisas de cada membro da força-tarefa foram sendo divulgados e, é claro, muitas perguntas foram feitas. Uma delas, apresentada diretamente a este autor, foi a seguinte: Qual é a evidência encontrada nas pesquisas que prova que o fenômeno dos agroglifos tem relação com o Fenômeno UFO? Esse tipo de interrogação necessita, antes de tudo, de uma gradação, de algum nível de profundidade, para que possa ser respondida. E antes também é preciso estabelecer-se um nível de aceitação de evidências necessário para que a pergunta possa ser atendida no devido contexto. Isso sem falar que a resposta vai depender do tipo de evidências que a pessoa procura.
Essa é uma questão recorrente na Ufologia e normalmente quem a faz não diz o que quer ou entende por evidência. Até mesmo o capitão da Força Aérea Norte-Americana (USAF) Edward Ruppelt, falecido em 1960, criador da sigla UFO e primeiro chefe do Projeto Blue Book [Livro Azul], foi alvo desse tipo de questionamento. No livro UFO: Fenômeno de Contato [Lúmen, 2005], do autor Pedro de Campos, consultor da Revista UFO, sob instruções de Yehoshua Ben Nun, encontramos a resposta do capitão ao questionamento, mostrando a importância de se saber que nível de evidência busca o questionador.
Se a evidência for um UFO descendo próximo ao Pentágono e seus ocupantes entrando pela porta da frente do prédio em direção ao balcão de informações, perguntando pelos oficiais de alta patente para marcarem uma reunião, essa prova realmente nós não temos. Porém, se evidência for o testemunho de milhares de pessoas, dentre elas militares honestos, competentes e em pleno gozo de suas plenas faculdades mentais, então essa evidência nós temos — e a temos com fartura. O projeto chefiado por Ruppelt registrou, durante dois anos, 12 mil casos ufológicos, que passaram pelo crivo das Forças Armadas dos Estados Unidos.
Radiação
Mas, o leitor pode perguntar, que evidências temos em relação ao agroglifo de Prudentópolis? Bem, se a evidência demandada for um vídeo mostrando um UFO pairando sobre a lavoura enquanto seus tripulantes confeccionam a figura, a resposta é não, essa evidência nós não temos. Mas, se evidência for encontrar um padrão químico no solo, diferente do resto da lavoura, justamente onde a figura surgiu, ou encontrar variações de grande amplitude na radiação eletromagnética apenas dentro da figura, então sim, essas evidências nós encontramos no agroglifo em questão.
Também foi medido o nível de infectação de microrganismos naturais do solo, dentro e fora da figura e à temperatura de 37 °C, e foi encontrada uma diferença de crescimento da ordem de –23,46%, para o solo dentro da figura em relação ao solo externo, mesmo sabendo-se que a alta infecção por diversos microrganismos da fauna edáfica é comum em uma lavoura. Também se encontrou uma incidência de microrganismos no quinto nó do caule — sendo de 16,20% a 28 °C e 25,07% a 37 °C — diferente da incidência no ponto da dobra das plantas — de 0% a 28 °C e 0% a 37 °C.
Isso ocorreu mesmo sendo a dobra dos pés de trigo próxima ao solo, ou seja, mais susceptível à infectação natural por fungos e bactérias — e como sabemos, próximo ao solo a umidade é maior, a temperatura varia menos e a radiação solar é menor. Sim, essa evidência foi encontrada em Prudentópolis no ano de 2016. Desta forma, é hora de refletirmos mais um pouco sobre o grande conjunto de dados obtido com o estudo feito pela força-tarefa da Revista UFO no Paraná e buscar padrões entre os resultados químicos do solo, as leituras de radiação e as avaliações microbiológicas.
Estudo das amostras
Durante as análises dos resultados químicos do solo, pôde ser constatado por meio dos laudos algo que também é possível observar nas várias imagens e fotos aéreas da formação — havia ali uma anomalia no que diz respeito à presença de uma “mancha de alumínio” como é chamado um efeito produzido pelo processo de tratamento do solo para receber a plantação. O trigo é uma das melhores plantas para indicar locais na lavoura com a presença da substância porque, diferente de outras espécies exploradas agronomicamente, é muito sensível à presença desse metal, que na sua forma tóxica, trivalente (Al+3), provoca a redução do crescimento radicular de forma direta, diminuindo assim a absorção dos outros nutrientes. Isso faz com que as plantas apresentem um padrão de crescimento diferente daquelas em solos sem o metal — e essas análises são muito representativas.
ultados inusitados entre si, que estão bem aima dos encontrados fora do perímetro da figura
Quando um produtor procura um agrônomo em busca de uma análise de solo, este deve fazer a mais ampla possível amostragem do local, escolhendo frações de parcelas que representem o todo da área. A razão desse procedimento reside principalmente no custo da análise, que gira em torno de R$ 40,00 a R$ 50,00 por amostra. Para que o leitor tenha uma ideia do impacto que isso causa no bolso do proprietário da terra, em uma área de 10 hectares ou 10.000 m2, se o profissional recolhecesse uma amostra por m2, isso geraria 10.000 amostras e, portanto, um custo entre R$ 400.000 e R$ 500.000, o que arruinaria o produtor.
Na realidade, o que o profissional faz é coletar subamostras que vão compor uma amostra final, que será encaminhada para o laboratório. Dessa forma, se a área tiver a topografia homogênea, apenas uma amostra será enviada ao laboratório, embora ela possa ser composta por 10 a 20 subamostras. Assim, digamos que o profissional resolveu que duas amostras são o suficiente para representar a parcela de 10.000 m2, isso dá um fator de representatividade da ordem de 0,1 ou 10%.
“Pétalas” da figura
No estudo feito no solo do agroglifo de 2016 em Prudentópolis foram coletadas amostras de dentro das seis chamadas “pétalas” da figura e das três circunferências ao seu redor. Seguindo o mesmo rito recomendado pela técnica agronômica, buscou-se colher subamostras dentro da área de cada um destes elementos, o que gerou uma amostra de solo por pétala — a área individual de cada pétala compreendia exatos 74 m ou 0,0074 hectares.
Assim, ficou fácil calcular e comparar o fator de representatividade usado no estudo do agroglifo e comparar com o que é recomendado e usado por qualquer agrônomo no mundo. O fator de representatividade das análises do solo das pétalas é de 135, ou seja, estamos falando de um fator 1.350 vezes maior do que o convencional. O mesmo ocorreu com a amostra coletada fora do agroglifo, também composta por várias subamostras ao redor de um ponto balizador, a aproximadamente 130 m da figura.
Nesse caso, buscou-se coletar amostras de manchas de alta fertilidade, ou seja, em locais de crescimento normal do trigo. Isso ocorreu porque, ao se chegar na área, foi possível perceber que o local da figura apresentava essa característica, o que não ocorria no restante da parcela. Imagens aéreas também evidenciam a presença de faixas de coloração diferente ao longo dos caminhos do trator, sendo que justamente na posição da figura essa faixa era mais larga do que as demais na lavoura [Veja figura].
Diante disso, nos parece evidente que o local foi “escolhido” por apresentar essas características químicas diferenciadas em relação ao restante da área — isso é um fato, gostem ou não os céticos. Mas por que escolher um local que contém alumínio no solo? Porque o alumínio é um metal paramagnético, que na presença de uma fonte magnética se torna parcialmente magnetizado — e quando a fonte é afastada ou desligada, o elemento perde as propriedades magnetizantes adquiridas com o contato.
Uma antena gigantesca?
Aqui é necessária uma reflexão importante. Segundo o pesquisador Alcides Côres, também consultor da Revista UFO e especialista em telecomunicações que esteve no local para fazer medições eletromagnéticas no dia 01 de outubro de 2016 — portanto, quatro dias após o aparecimento da figura —, as medições não apresentavam leituras no aparelho, mas, segundo afirmou, “tão logo iniciaram-se as medidas a partir do centro da figura, o aparelho detectou a presença de um fervilhante campo eletromagnético, com rápidas oscilações e variações de intensidade”. Seu relatório a respeito foi, recentemente publicado pela Revista UFO [Veja edição 240, agora disponível na íntegra em ufo.com.br].
Poderia a presença de alumínio no solo ter contribuído para essa anomalia eletromagnética? A condutividade dos elétrons dos átomos de alumínio é excelente e o mesmo pode ser dito em relação à sua captação ou transmissão de ondas eletromagnéticas, quando acoplado a um emissor. Assim, o “fervilhante campo eletromagnético” descrito por Côres se refere às abruptas flutuações registradas em seu aparelho, que variaram entre 2,36 vezes na primeira medição e 1,41 vezes em uma segunda medição.
Parece evidente que o local foi ‘escolhido’ por apresentar essas características químicas diferenciadas em relação ao restante da área da colheita. Isso é um fato, gostem ou não os céticos. Mas por que escolher um local que contém alumínio no solo?
Outra importante contribuição de Côres foi identificar a densidade de potência dentro da figura, que chegou a patamares da ordem de 141,8 mW/m2. Segundo o pesquisador, o índice encontrado em um apartamento em uma cidade, por exemplo, é da ordem de 40 mW/m2, considerando a medição feita em um imóvel no centro de Curitiba. Ou seja, a densidade de potência registrada no agroglifo era 3,54 vezes maior — e isso em um local onde a antena de celular mais próxima está a 4,2 km de distância.
Diante disso nos perguntamos se seria essa, justamente, a razão da “escolha” daquele local para se imprimir a imagem na plantação. O próprio Alcides Côres, quando apresentou seu relatório durante o VIII Fórum Mundial de Ufologia, promovido pela Revista UFO em dezembro de 2016, postulou a possibilidade de o local do agroglifo ser uma espécie de “antena”. A beleza e a harmonia geométrica da imagem funcionariam como uma espécie de ponto de atração, levando as pessoas para dentro da figura. Uma vez lá, elas seriam “lidas” de alguma forma e a “fervilhante emissão de radiação eletromagnética” seria o meio pelo qual as informações recolhidas seriam transmitidas.
Um escâner humano?
Os agroglifos poderiam ser, nessa hipótese, um “mecanismo” para estudo da fisiologia e psicologia humanas. Se assim for, podemos estar diante de uma espécie de “abdução boa”, pois não infringe constrangimento ou traumas. Isso nos faz pensar que podemos estar diante de uma tentativa de contato com uma raça que tem um alto grau de desenvolvimento tecnológico e também moral — tal civilização cria os ag
roglifos de forma a não deixar vestígios diretos de sua presença, a não ser o desenho em si. Outro indício que poderia caracterizar uma abdução boa é a escolha de determinadas populações ou cidades.
Há nove anos os agroglifos vêm acontecendo em Ipuaçu, no oeste de Santa Catarina, e há dois anos em Prudentópolis. É possível que ocorram, por enquanto, somente nesses locais por alguma especificidade das populações dessas regiões, já que as pessoas são atraídas de forma geral para dentro dos desenhos, sejam elas pesquisadoras ou leigas. Este autor pode atestar que o “mecanismo” — se é que podemos usar este termo — realmente funciona, pois, uma vez dentro da figura, somos tomados por um estado meditativo que faz com que permaneçamos ali, tentando encontrar uma resposta. Isso indica que houve uma alteração em nosso padrão de frequência cerebral, e talvez isso ocorra para termos as condições adequadas ou necessárias para que o mecanismo possa nos analisar de forma mais completa.
O que se pode afirmar com certeza é que ocorreu algum processo de indução eletromagnética no local, algo que obedeceu aos limites do paramagnetismo do alumínio, pois tão logo ocorreu a colheita da lavoura e a consequente desfiguração do agroglifo, Côres voltou ao local, refez as leituras e sequer encontrou uma medição mínima. Não havia nada. Seria apenas coincidência?
Microrganismos no solo e plantas
A maioria das pessoas não sabe deste dado, mas, geologicamente falando, existe uma grande diferença entre terra e solo. A terra se caracteriza apenas pela estrutura física, as porções rochosa e mineral, também chamada de argilominerais ou formadores da terra. Já o solo engloba o conjunto mais complexo do sistema, como a fração física ou a terra, química e microbiológica. Assim, é consenso na agricultura que devemos trabalhar sempre com o solo, pois as plantas necessitam de muito mais do que terra para se desenvolverem.
A fauna microbiológica do solo é muito diversa e pode ser separada em frações. A dos microrganismos inclui fungos, bactérias e actinomicetes, e a dos macrorganismos é representada pelas várias espécies de insetos e vermes peculiares de cada região. De forma particular, e a título de conhecimento, vale saber que atualmente os produtores buscam sistemas de cultivo que possam preservar ao máximo a fração viva do solo.
Conforme as análises microbiológicas foram sendo feitas nas amostras recolhidas no agroglifo de Prudentópolis, e seus resultados foram sendo divulgados, muitas pessoas que nada entendem de microbiologia ou de análise de amostras começaram a alegar que as coletas não seguiram os devidos protocolos estabelecidos. Porém, é preciso perguntar o que se busca com as análises microbiológicas e que tipo de organismos se tenta encontrar nelas. A resposta é que o protocolo de coleta de plantas para análise de microrganismos a campo tem apenas um objetivo: identificar o tipo de patógeno que se encontra alojado no tecido vegetal. Para isso, nenhum aparato específico é necessário — e tampouco a contaminação vinda das mãos do coletor será fator inibidor ou incrementador do desenvolvimento ou não de patógenos associados às culturas agrícolas.
Houve contaminação?
Por isso, ao identificar diferenças no grau de contaminação do solo e das plantas, se buscou saber se os microrganismos ali presentes, mesmo aqueles vindos de contaminação ambiental, que é normal pelas circunstâncias, estavam presentes ou não. E se todas as amostras foram manipuladas da mesma forma, por que apresentaram diferenças nos graus de contaminação?
Houve ainda quem alegasse que a radiação do aparelho de raio-x utilizado pelos Correios — meio pelo qual as amostras foram enviadas ao laboratório — poderia ter esterilizado as amostras, e que por isso os resultados mostraram ausência de vida microbiana em algumas amostras. Antes de prosseguirmos, é importante que se diga que tais exames foram executados por dois cientistas altamente reconhecidos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em São Paulo, o professor e doutor Fernando Araújo Moreira e pela pesquisador e doutora Nadja Serrano.
Voltando ao resultado das análises, completamente inusitado e surpreendente, é também importante que se saiba que, usando-se tecnologia de produção e de conservação de alimentos, a radiação ionizante pode ser aplicada a frutas, verduras e carnes para aumentar seu período de conservação — a intensidade da radiação a que são expostos os alimentos que passam por esse processo é da ordem de 10 mSv, para a completa esterilização de fungos e bactérias. Já a ordem da radiação ionizante à qual estão expostas as encomendas submetidas ao aparelho de raio-x dos Correios não passa de 0,015 mSv, menor até do que a radiação de um aparelho usado para análise de tórax, que é de 0,020 mSv. Ou seja, 66 vezes menor do que a dose necessária para esterilizar uma amostra e 500 vezes menor que a dose de uma radiografia de tórax.
Como parte do exame microbiológico implementado nas amostras enviadas, com o objetivo de quantificar o crescimento em placa de Petri do microrganismo encontrado — um fungo comum na superfície dos talos do trigo a campo e no ambiente —, fez-se uma análise gráfica da foto contida no relatório do doutor Moreira e da doutora Nadja. O processo consiste em definir uma escala para as medidas da foto, e neste caso foi utilizado o programa Autocad, versão 2014. Uma vez definida a escala da foto, procedeu-se à binarização da figura, que é a definição dos contrastes brancos e negros por meio de um programa de edição de fotografias.
Ao se definir, por imagem, a percentagem de crescimento do referido microrganismo em área da placa, e de posse das dimensões da placa, se obtém de forma aproximada, porém muito precisa, a taxa de crescimento do fungo. No processo foram avaliadas duas figuras, a que contém a comparação do crescimento do fungo na placa, no solo de dentro e de fora da formação, isso tudo à temperatura 37 °C — por ser essa a maior temperatura ambiente e porque isso estimula o crescimento do fungo —, e a que mostra o crescimento do fungo no quinto nó das plantas de trigo, local do ponto de curvatura do caule durante o processo de recuperação vegetal, observado na figura. Descobriram-se, assim, as percentagens de crescimento bacteriológico em área da placa de Petri, do solo fora do
agroglifo e do solo dentro do agroglifo [Veja gráfico].
Simplesmente, o que se descobriu foi uma variação significativa. No mesmo substrato da placa de Petri, que é ágar TSA, com mesma quantidade de amostragem, que foi de 100 µl, e à mesma temperatura de incubação de 37 °C e idêntico período de incubação de 24 horas, constatou-se uma diferença de crescimento em área de placa de 23,46% para menos nas amostras do solo dentro do agroglifo. Sorte? Acaso? Embora esse nível de evidência sirva mais aos técnicos e experientes no tema, é muito relevante. Mas não podemos cobrar de um leigo que entenda o que está acontecendo.
Desafio ao senso lógico
O próximo resultado obtido desafia o senso lógico tanto da microbiologia quanto da ciência agrícola. Sabe-se que sistemas de plantio direto se caracterizam por preservar a vida microbiológica, e que quando avaliamos um conjunto ou dossel de plantas na lavoura, que nesse caso era trigo, notamos que há em torno de 90 a 100 plantas por metro, uma situação de densidade normal para este cultivo. Essas 90 a 100 plantas por metro promovem algumas alterações na temperatura, umidade e radiação luminosa na plantação, e assim, nos nós inferiores dos caules, devemos encontrar uma quantidade maior de microrganismos, pois é onde a umidade é maior, a temperatura varia pouco e a radiação ultravioleta do Sol pode chegar a zero, dependendo da taxa de sombreamento das folhas superiores.
Essa infectação pode ser maior ainda se ocorrer a exsudação da seiva do caule, pois esta contém água, açúcares e sais minerais, elementos essenciais a qualquer microrganismo. Porém, não foi isso que ocorreu nos resultados das análises das placas de Petri, mas o contrário. O que explicaria a ausência de crescimento microbiano em uma região em que a proximidade com o solo é maior? O resultado acima contradiz o senso comum. Maiores quantidades de alumínio presentes no local da figura, fervilhamento de radiação eletromagnética, discrepâncias nas avaliações microbiológicas com 23% menos infecção no solo dentro do agroglifo, e discrepâncias nos graus de infecção dos microrganismos nas plantas são características realmente incomuns.
Por que eles existem?
A função da ciência é esclarecer as coisas da vida, usando fatos e evidências, para chegar a uma resposta a seu respeito — essa resposta deve ser simples, harmônica e de fácil compreensão. Ao que tudo indica, um agroglifo é um “equipamento de ressonância sutil” que usa a arte e a harmonia da geometria para atrair seres que são reconhecidamente sensíveis a este tipo de linguagem há muitos milhares de anos.
Quando observamos as formações geométricas nas lavouras, mudamos nosso padrão de vibração cerebral porque a harmonia do desenho nos atrai para ele. E a figura emite um sutil fluxo de radiação eletromagnética, com características de frequência própria, já que não são emissões contínuas, porém flutuantes e de grande amplitude. Desta forma, um agroglifo pode ser encarado como um “aparelho examinador”. É sabido que equipamentos de ressonância magnética utilizam radiofrequência para mapear os órgãos e tecidos do corpo. Analogamente, é possível que o agroglifo seja um aparato de ressonância com o objetivo de estudar os seres humanos ou animais que ali adentram. E se for isso mesmo, o que está sendo estudado e por quem?
Na opinião deste autor, os criadores das figuras nos campos buscam estudar a constituição biomagnética e molecular dos seres que ali se encontram, e muito provavelmente o fenômeno do agroglifo também esteja relacionado ao processo de transição pelo qual passam os terráqueos atualmente. Acredito que aí resida a razão de existirem as formações — um método de monitoramento usado por civilizações que já alcançaram sabedoria suficiente para entender que somos todos parte de uma família cósmica, não importando o quão longe estamos uns dos outros no espaço e no tempo.
O engenheiro e parapsicólogo Hernani Guimarães Andrade, no final da década de 50, publicou um livro chamado Teoria Corpuscular do Espírito [Didier, 1958], no qual lança as bases do entendimento dos elementos que compõem o espírito, explicando de forma clara a origem do nosso campo biomagnético, também conhecido como modelo organizador biológico (MOB). Para Andrade, esse modelo é responsável por dar forma aos órgãos e ao corpo como um todo — e é por meio dele que está impressa toda a nossa evolução como espíritos imortais. As ideias do pesquisador acompanham as do biólogo Rupert Sheldrake e do paleontólogo Conrad Waddington com seus atratores e creodos. Nessas teorias, toda a formação só ocorre porque um molde é usado, que é, na verdade, o espírito. Logo, qualquer modificação estrutural no corpo provém do envoltório bioenergético do espírito, que a ciência atual sequer sabe ou reconhece que existe.
Estrutura molecular
O processo de transição pelo qual passa a humanidade ocorreu outras vezes no passado distante e, de certa forma, resultou em inevitáveis mudanças na estrutura molecular dos corpos físicos e dos elementos. Isso porque os corpos bioenergéticos dos espíritos já depurados, que habitam planetas de regeneração são diferentes nas proporções dos constituintes eletrônicos, nos níveis material e espiritual.
É possível que seres de outros planetas ou dimensões estejam monitorando a composição molecular e bioenergética dos habitantes das cidades onde aparecem, para saber se aquelas pessoas estão passando por uma mudança de padrão vibratório dos constituintes eletrônicos de seus corpos? É possível que esse monitoramento, caso esteja mesmo ocorrendo, vise descobrir se há condições para que eles mesmos venham a encarnar em nosso meio? É possível ser essa a forma inicial de um contato com outras inteligências cósmicas?
Na cidade de Blumenau existe um centro que promove todos os anos o Fórum Espírita de Blumenau (Foreblu) para discutir temas ligados à Doutrina Espírita. Durante o evento, o médium Zé Araújo, compilador da ferramenta chamada Princípio Elementar Natural (PEN), psicografa mensagens vindas do plano superior. Na quarta edição do fórum, e
ste autor pôde presenciar o recebimento da mensagem a seguir:
“As novas gerações de seres vivos, incluindo crianças, vão se modificando pouco a pouco e se tornando cada vez menos materialistas em relação à alimentação e mais consumidoras diretas das fontes naturais de energia, alterando suas estruturas corporais moleculares em novas proporcionalidades. O amor, a união e o autoconhecimento modificam as ondas emitidas pelo conjunto mente-corpo, transformam as estruturas corporais e consequentemente as energias presentes no próprio planeta. Essas novas energias de natureza eletrostática se somaram a outras mais sutis, tornando a comunicação cerebral mais ampla e, por assim dizer, tornando os neurônios mais espiritualizados. Ou seja, um prisma que separas ondas cada vez mais baixas ou sutis”.
Modificações moleculares
A mensagem fala sobre modificações moleculares e novas proporções, assim como mudança no padrão cerebral humano, possibilitando a comunicação mente a mente. Será essa a análise feita com as emissões de radiofrequência dos agroglifos para identificar pessoas que já tenham essas modificações? Em 18 de abril de 2017, o blog Symmetry [Endereço: www.symmetrymagazine.org] publicou um artigo assinado por Sarah Charley intitulado Uma Nova Pesquisa Chama a Atenção do LHCb. O LHCb é um experimento feito pela Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN) que apresentou como resultado uma indicação precoce do surgimento de uma nova física, além do modelo-padrão.
O atual modelo-padrão da física de partículas pode ser comparado a uma árvore genealógica complexa, que agrega mais de 60 partículas fundamentais e 20 parâmetros quânticos. Nesse contexto sabe-se que entre essas partículas, estudadas há mais de 70 anos, existem proporções já conhecidas, descobertas nos aceleradores de partículas espalhados pelo mundo. Segundo Sarah, o experimento do LHCb registra e analisa os padrões do decaimento de hádrons raros, que são partículas feitas de quarks produzidas em colisões de prótons dentro do Grande Colisor de Hádrons.
Ainda segundo Sarah, comparando os resultados experimentais da pesquisa com as previsões do modelo-padrão da física de partículas, os cientistas podem procurar discrepâncias. Desvios significativos entre a teoria e os resultados experimentais — que poderiam ser uma indicação precoce de uma partícula ou força — ainda não foram identificados, mas o experimento encontrou um novo padrão de hádrons.
Este padrão de decaimento raro pode gerar dois elétrons ou dois muóns como subprodutos. Elétrons e os muóns são tipos diferentes de partículas chamadas léptons. O modelo-padrão prevê que a produção de elétrons e muóns deve ser igualmente favorável, como se fosse um lance de moeda subatômica, cada vez que essa transformação ocorre. A pesquisadora Marie Hélène Schune, do Centro Nacional de Pesquisa Científica, em Orsay, França, e envolvida como experimento LHCb, diz que “no tocante ao modelo-padrão, elétrons, muóns e o tau são completamente intercambiáveis. São completamente ‘cegos’ para os ‘sabores’ dos léptons. A grande diferença é que a massa do tau desempenha um papel em certos processos. E esta previsão de 50/50 para elétrons e muóns é muito precisa”. Ou seja, estamos falando de uma proporção de um elétron para um muón.
“A imaginação dos teóricos”
Porém, os últimos resultados do experimento LHCb, em vez de encontrar a já tão conhecida proporção de um elétron para um muón, mostraram uma relação entre muóns e elétrons de 66 do primeiro para 34 do segundo, ou 1,94 elétron cada muón. Isso quer dizer que o experimento LHCb identificou um outro padrão de proporção entre partículas que compõem a matéria. Em seu artigo, Marie Hélène expressa sua admiração com a descoberta. “Se esse resultado inicial se tornar mais forte, com mais dados, isso pode significar que existem outras partículas invisíveis envolvidas neste processo. Mas vamos deixar isso para a imaginação dos teóricos”.
Para ela podem existir outras partículas, porém também pode ser que as mesmas partículas que sempre existiram estejam mudando suas proporções e relações entre si. O artigo fala ainda que outros experimentos serão conduzidos para confirmar os dados, pois é assim que funciona a ciência, com repetição e mais repetição dos mesmos e outros processos. Porém, podemos questionar se uma diferença de 94% na relação descrita acima pode ser atribuída ao acaso ou mesmo a um erro experimental, dado à alta tecnologia em equipamentos e ao gabaritado corpo científico presente no CERN?
Ao que tudo indica, toda a evolução do padrão vibratório dos espíritos é acompanhada da modificação estrutural e proporcional da matéria íntima que os compõem. Isso pode ser constatado em uma mensagem recebida no IV Foreblu, ditada pelo espírito Luiz Felipe, que traz a realidade da modificação estrutural:
“Nas mais diversas regiões das dimensões espirituais concentram-se muitas colônias e cidades que são construídas e depois modificadas pela própria evolução dos seus transitórios habitantes. Sim, transitórios porque, ao se adiantar e melhorar, muitos habitantes crescem em estado vibratório e, assim, já criam novos dispositivos e ampliação de seu mundo íntimo e de seu mundo eletromagnético, em dimensão condizente com suas aptidões e crescimento espiritual. Mundos e mundos, moradas diversas esperando você. Basta melhorar, amar e evoluir”.
Alto grau evolutivo
Se for esse o objetivo dos agroglifos, estamos diante de um método minimamente invasivo de estudo do corpo físico e bioenergético — e também observando um método de estudo compatível com seres de alto grau evolutivo, tanto científica quanto moralmente. Como já dissemos, sendo um método invasivo não traumático e que não apresenta evidência direta da presença de seres no local, o fato é revelador. Mas isso gera dúvidas e aumenta ainda mais o mistério de como o fenômeno dos agroglifos ocorre, pois é necessário um grande conjunto de dados para se concluir sobre a não possibilidade de que humanos tenham feito a figura. Isso sem dúvida faz parte do modus opera
ndi da pesquisa científica: instigar a desconfiança no leigo. Para ele, os agroglifos são apenas distração de pessoas que gostam do desafio de nunca serem descobertas, porém para quem esteve no local e já mergulhou em seu enigma, parece ser muito mais do que isso.