A coalizão para exploração da Lua liderada pela NASA está começando a se formar e os Acordos Artemis são a prova concreta de que quando se trata de riquezas espaciais, o futuro é levado muito a sério. Saiba mais.
Oito nações assinaram os Acordos Artemis, um conjunto de princípios que delineiam a exploração responsável do vizinho mais próximo da Terra, anunciaram oficiais da NASA hoje, dia 13 de outubro.
O caminho agora está aberto para que Austrália, Canadá, Japão, Luxemburgo, Itália, Reino Unido, Emirados Árabes Unidos e Estados Unidos participem do programa Artemis da NASA de exploração lunar tripulada.
O projeto Artemis pretende pousar dois astronautas perto do polo sul lunar em 2024 e estabelecer uma presença humana sustentável na Lua e em torno dela até o final da década. são metas ousadas que a NASA pretende alcançar com a ajuda de parceiros internacionais e do setor privado.
“Esse é apenas o começo”, disse o administrador da NASA Jim Bridenstine. “Esses acordos vão crescer a partir daqui, e estamos entusiasmados em trazer novos parceiros à medida que avançamos”.
Prevenindo conflitos
Os Acordos Artemis servem como preâmbulo para acordos bilaterais de governo a governo que as nações participantes assinarão com os Estados Unidos. Esses acordos futuros estabelecerão a contribuição específica de cada país para o programa Artemis.
Os acordos recentemente assinados “estabelecem normas de comportamento e regras para operações espaciais”, disse Bridenstine.
Por exemplo, os signatários dos Acordos Artemis afirmam, entre outras coisas, que conduzirão todas as atividades espaciais pacificamente e em conformidade com o direito internacional.
Também se comprometem a ajudar a proteger o patrimônio espacial, como os locais de pouso da Apollo, divulgar publicamente dados científicos em tempo hábil, prestar ajuda aos astronautas que dela precisam e tornar seu hardware e outros sistemas “interoperáveis” para maximizar o uso cooperativo.
“Os acordos são projetados para neutralizar conflitos fora da Terra antes que eles explodam”, explicou Bridenstine, que também esclareceu que o cronograma do Artemis exclui a possibilidade de se redigir um acordo multilateral abrangente por meio das Nações Unidas ou de outra organização internacional.
Segundo ele, os Acordos de Artemis são totalmente consistentes com os tratados pré-existentes, incluindo o mais importante, o Tratado do Espaço Exterior (OST) de 1967, que forma a base para o direito espacial internacional.
Ética e respeito, mas os Estados Unidos primeiro
Bandeira dos Estados Unidos na Lua. Crédito: NASA
Para Mike Gold, administrador do Escritório de Relações Internacionais e Interinstitucionais da NASA, “para se juntar à jornada de Artemis, as nações devem obedecer ao Tratado do Espaço Exterior e outras normas de comportamento que levarão a um futuro mais pacífico, seguro e próspero na exploração espacial, não apenas para a NASA e seus parceiros, mas para toda a humanidade”.
Os Acordos Artemis afirmam que o uso de recursos espaciais pode beneficiar a humanidade. E a NASA planeja explorar os recursos lunares extensivamente durante o programa, especialmente o gelo de água que parece ser abundante no solo permanentemente sombreado das crateras lunares.
Este gelo não só pode fornecer suporte de vida para os astronautas, mas também pode ser dividido em seus constituintes hidrogênio e oxigênio, os principais componentes do combustível de foguete, enfatizaram funcionários da agência.
Essas atividades de mineração serão conduzidas em total conformidade com o OST, salientam os acordos. O OST proíbe qualquer nação de reivindicar soberania sobre a Lua ou qualquer outro objeto celestial.
Mas parece permitir a extração e venda de recursos espaciais, dizem muitos especialistas em direito espacial. E o Congresso dos Estados Unidos aprovou uma lei em 2015 permitindo explicitamente que empresas americanas possam minerar e vender recursos fora da Terra.
Espaço S/A
Vários países se preparam para ir em busca das riquezas espaciais. Crédito: Yahoo Notícias
A NASA anunciou a existência dos Acordos Artemis em maio deste ano, mas a agência não divulgou o texto completo do documento até hoje. Isso porque elA precisava de tempo para solicitar e incorporar feedback de possíveis parceiros internacionais, disseram Bridenstine e Gold.
Esse feedback melhorou significativamente os acordos, disse Gold. Por exemplo, as autoridades japonesas convenceram a NASA a estender o alcance do documento às atividades realizadas em e ao redor de cometas e asteróides.
Os acordos já cobriam Marte. A NASA pretende que o trabalho de Artemis sirva como um trampolim para as missões tripuladas ao Planeta Vermelho na década de 2030.
O programa Artemis está contando com contribuições substanciais da indústria privada, bem como de parceiros internacionais. Por exemplo, a sonda que carrega astronautas até a superfície lunar será um veículo comercial construído pela SpaceX, Dynetics ou uma equipe liderada pela empresa Blue Origin, de Jeff Bezos.
Fonte Space.com
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