Cientistas reunidos numa conferência internacional da Royal Society em Londres propuseram a criação de uma nova escala para avaliar a credibilidade e as conseqüências de um anúncio sobre vida extraterrestre. Chama-se Escala de Londres e rivaliza com a Escala do Rio e a famosa Equação de Drake.
Designada por London Scale Índex (LSI) ela é definida em termos matemáticos pela fórmula LSI = Q x d, varia entre 0 e 1,0 e Q é a soma dos valores de quatro parâmetros: a forma de vida anunciada, a natureza das provas, o tipo de método utilizado na descoberta e a distância da Terra em que se encontra a nova forma de vida.
Esta soma é multiplicada por d, um fator de confiança que merece o anúncio, que vai de fraudulento (0), a provavelmente não verdadeiro (0,1), controverso mas não rejeitável (0,2), testável mas necessitando de evidência adicional (0,3), provavelmente verdadeiro (0,4), e certo ou muito fiável (0,5). Por outro lado, o risco associado ao anúncio de vida extraterrestre é avaliado à parte.
O LSI foi sugerido pelo investigador Iván Almár, do Observatório Konkoly da Academia de Ciências Húngara, e por Margaret Race, do Instituto Busca por Inteligência Extraterrestre [Search for Extraterrestrial Intelligence, SETI].
Hipóteses ingênuas e Internet galática
O pioneiro do SETI e pai da Equação de Drake, o astrônomo americano Frank Drake, que a propôs em 1961, reconheceu que as hipóteses utilizadas até agora para procurar vida extraterrestre inteligente têm sido ingênuas.
Começaram com a pesquisa das ondas de rádio e estenderam-se mais tarde aos sinais óticos e infravermelhos, mas conforme o jornal espanhol El País, Drake continua otimista e faz uma pergunta pertinente: “Existirá uma rede de civilizações interconectadas, uma versão real da mítica Internet galática?”.
Sua equação forneceu uma estimativa do número de civilizações extraterrestres na Via Láctea com as quais temos hipóteses de estabelecer alguma forma de comunicação.
A Escala do Rio, proposta no 51º Congresso Internacional Astronáutico, que se realizou no Rio de Janeiro em 2000, quantifica o impacto de um anúncio público da descoberta de inteligência extraterrestre.
Até agora já foram identificados mais de 500 planetas extrasolares e há cientistas que acreditam que as atuais gerações poderão ainda chegar a ver sinais de vida extraterrestre.
Ocorrendo, esta será considerada a maior descoberta científica da história, porque altera radicalmente a nossa percepção de lugar e papel dos seres humanos no universo.
Se a ciência conseguir provar a existência de vida extraterrestre, “ficará demonstrada a hipótese de que a vida não é fruto do acaso mas um imperativo cósmico”, afirmou o Prêmio Nobel e bioquímico belga Christian de Duve.
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